Paisagens transgénicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272021000300009 |
Resumo: | Resumo Na tradição clássica da Geografia, a Paisagem é um conceito e uma questão central na definição do próprio objecto de estudo da Geografia. A Paisagem continha registos fundamentais para se perceber a relação entre o “homem” e o “meio”, permitindo leituras rigorosas sobre a influência mútua entre os sistemas biofísicos e as transformações derivadas da ocupação humana e da sua evolução. Desenvolvida sobretudo entre o final do séc. XIX e a primeira metade do séc. XX, a Geografia das Paisagens privilegiou as ambiências rurais pré-modernas com vantagens evidentes: as formas de organização da produção agrícola estavam então muito dependentes dos contextos biofísicos; a agricultura construía paisagem pelo modo como transformava o território e como organizava a sociedade, o povoamento, a relação com os lugares; os constrangimentos tecnológicos e uma maior lentidão na sua evolução (comparando com a situação de hoje) não permitiam grandes rupturas e favoreciam a estabilidade e a clareza da leitura. Entretanto, a urbanização, a rápida evolução da base económica para as actividades industriais e de serviços, o desaparecimento da agricultura pré-moderna e da sociedade que lhe correspondia mergulhou a paisagem na deriva e na confusão, tendo-se perdido as linhagens/tipologias puras. Como nos organismos transgénicos, os cruzamentos, as novas combinações, as formas de análise e validação, as polémicas éticas e estéticas, também a paisagem entrou no desassossego. |
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