Biomonitorization of birds under recovery: a long term study
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/9224 |
Resumo: | O uso de aves, em particular aves aquáticas, como bioindicadores de qualidade ambiental tem vindo a ser aplicado em estudos de diversos tipos de ecossistemas. São vários os atributos que tornam as aves espécies de interesse na biomonitorização ambiental, como a sua abundância, facilidade de encontrar no campo e particularmente sensibilidade a contaminantes ambientais, nomeadamente toxinas e contaminantes bioacumuláveis. Nos últimos anos, uma parte significativa dos estudos de biomonitorização realizados em Portugal tem-se focado essencialmente em organismos de níveis tróficos inferiores (ex. larvas, crustáceos e bivalves), mas pouca atenção tem sido dada a organismos de níveis tróficos superiores, tais como mamíferos ou aves. O presente trabalho teve como principais objetivos: (i) avaliar a exposição ambiental das aves portuguesas a contaminantes ambientais, em particular de aves aceites para reabilitação em centros de recuperação de animais selvagens, (ii) esclarecer se esses fatores podem ou não conduzir à doença das aves e influenciar a sua recuperação, e (iii) entender se o uso de ferramentas ecotoxicológicas pode ou não ser uma mais-valia na monitorização e recuperação dessas mesmas aves. No sentido de esclarecer estas questões foram avaliados marcadores de neurotoxicidade e genotoxicidade em aves aquáticas das ordens Ciconiiformes, Charadriiformes e Pelecaniformes. Na primeira parte deste trabalho (análise de biomarcadores de neurotoxicidade), e em dois estudos independentes, foi feita a caracterização das colinesterases presentes no plasma da cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea) e do ganso-patola (Morus bassanus) e avaliada a reativação da colinesterase (ChE) presente no cérebro da gaivota-argêntea (Larus michahellis). A impossibilidade da interligação entre estes estudos e uma exploração mais detalhada deve-se à (in)disponibilidade de amostras/aves. Na segunda parte deste trabalho, para a avaliação de efeitos genotóxicos, foi analisada a frequência de micronúcleos e outras anomalias nucleares em eritrócitos de cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea), garça-vermelha (Ardea purpurea) e garça-branca-pequena (Egretta garzetta). A pseudocolinesterase (PChE) foi o principal tipo de colinesterase identificada no plasma de C. ciconia, A. cinerea e M. bassanus. Por sua vez, nos ensaios de reativação observou-se um aumento significativo (superior a 50%) na atividade da colinesterase presente no cérebro de L. michahellis, sugerindo exposição prévia destes indivíduos a anticholinesterásicos. Estes resultados sugerem que as aves portuguesas poderão estar expostas a diferentes graus de contaminação ambiental, podendo esta contaminação deteriorar a saúde das aves. O uso de ferramentas ecotoxicológicas na monitorização de aves em reabilitação afigura-se-nos, por isso, como sendo uma mais-valia pois permitirá identificar de forma mais precoce sinais fisiológicos de toxicidade e assim executar uma avaliação mais criteriosa do estado físico das aves. Para além disso, a monitorização através da utilização deste tipo de biomarcadores poderá permitir seguir a potencial recuperação dessas aves. |
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Biomonitorization of birds under recovery: a long term studyGestão de ecossistemasAves aquáticasEcotoxicologiaO uso de aves, em particular aves aquáticas, como bioindicadores de qualidade ambiental tem vindo a ser aplicado em estudos de diversos tipos de ecossistemas. São vários os atributos que tornam as aves espécies de interesse na biomonitorização ambiental, como a sua abundância, facilidade de encontrar no campo e particularmente sensibilidade a contaminantes ambientais, nomeadamente toxinas e contaminantes bioacumuláveis. Nos últimos anos, uma parte significativa dos estudos de biomonitorização realizados em Portugal tem-se focado essencialmente em organismos de níveis tróficos inferiores (ex. larvas, crustáceos e bivalves), mas pouca atenção tem sido dada a organismos de níveis tróficos superiores, tais como mamíferos ou aves. O presente trabalho teve como principais objetivos: (i) avaliar a exposição ambiental das aves portuguesas a contaminantes ambientais, em particular de aves aceites para reabilitação em centros de recuperação de animais selvagens, (ii) esclarecer se esses fatores podem ou não conduzir à doença das aves e influenciar a sua recuperação, e (iii) entender se o uso de ferramentas ecotoxicológicas pode ou não ser uma mais-valia na monitorização e recuperação dessas mesmas aves. No sentido de esclarecer estas questões foram avaliados marcadores de neurotoxicidade e genotoxicidade em aves aquáticas das ordens Ciconiiformes, Charadriiformes e Pelecaniformes. Na primeira parte deste trabalho (análise de biomarcadores de neurotoxicidade), e em dois estudos independentes, foi feita a caracterização das colinesterases presentes no plasma da cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea) e do ganso-patola (Morus bassanus) e avaliada a reativação da colinesterase (ChE) presente no cérebro da gaivota-argêntea (Larus michahellis). A impossibilidade da interligação entre estes estudos e uma exploração mais detalhada deve-se à (in)disponibilidade de amostras/aves. Na segunda parte deste trabalho, para a avaliação de efeitos genotóxicos, foi analisada a frequência de micronúcleos e outras anomalias nucleares em eritrócitos de cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea), garça-vermelha (Ardea purpurea) e garça-branca-pequena (Egretta garzetta). A pseudocolinesterase (PChE) foi o principal tipo de colinesterase identificada no plasma de C. ciconia, A. cinerea e M. bassanus. Por sua vez, nos ensaios de reativação observou-se um aumento significativo (superior a 50%) na atividade da colinesterase presente no cérebro de L. michahellis, sugerindo exposição prévia destes indivíduos a anticholinesterásicos. Estes resultados sugerem que as aves portuguesas poderão estar expostas a diferentes graus de contaminação ambiental, podendo esta contaminação deteriorar a saúde das aves. O uso de ferramentas ecotoxicológicas na monitorização de aves em reabilitação afigura-se-nos, por isso, como sendo uma mais-valia pois permitirá identificar de forma mais precoce sinais fisiológicos de toxicidade e assim executar uma avaliação mais criteriosa do estado físico das aves. Para além disso, a monitorização através da utilização deste tipo de biomarcadores poderá permitir seguir a potencial recuperação dessas aves.Birds, including waterbirds, have been used as bioindicators of environmental quality in a broad range of ecosystems. Amongst other attributes, their abundance, conspicuousness and sensibility to environmental contaminants, including bioaccumulative chemicals and toxins, are some of the characteristics that make them key species in environmental biomonitorization. Over the past years a significant part of the Portuguese biomonitoring studies has focused on organisms at lower trophic levels (e.g. larvae, crustacean and mollusks), but failed to address contaminants’ effects upon organisms at higher trophic levels such as mammals or birds. The present study aims were to: (i) assess the exposure of Portuguese birds to environmental contaminants, in particular birds accepted for rehabilitation in wildlife recovery centres, (ii) clarify if these factors could lead to birds illness and influence their recovery, and (iii) understand if ecotoxicological tools can help and be useful tools in the future to monitor and aid bird’s recovery. In order to address these issues, it was assessed markers of neurotoxic and genotoxic exposure in aquatic birds from the orders Ciconiiformes, Charadriiformes and Pelecaniformes. In the first part of this study (the analysis of neurotoxic markers), it was characterized the cholinesterase form present in plasma of the white stork (Ciconia ciconia), grey heron (Ardea cinerea) and northern gannet (Morus bassanus) and the cholinesterase (ChE) reactivation in brain of the yellow-legged gull (Larus michahellis) was assessed. The impossibility of interconnection between these studies and a more detailed exploration was due to the (un)availability of samples/birds. In the second part of this work, for the assessment of genotoxic effects, the frequency of micronucleus and other nuclear abnormalities was analysed in erythrocytes of the white stork (Ciconia ciconia), grey heron (Ardea cinerea), purple heron (Ardea purpurea) and the little egret (Egretta garzetta). Pseudocholinesterase (PChE) was the main cholinesterase present in plasma of C. ciconia, A. cinerea and M. bassanus. Moreover, cholinesterase activity in brain of L. michahellis was found to get reactivated at a significant extent (activity increase in 50%), suggesting a previous exposure of these individuals to anticholinesterase agents. High levels of genotoxic damage were also observed in the species of Ciconiiformes studied, with these values varying significantly between different years and geographical origins (P < 0.05). These results suggest that Portuguese birds might be exposed to different levels of environmental contamination and that this contamination may impair birds’ health. The use of ecotoxicological tools seems to be a very promising way to help monitor and aid bird’s recovery as it will probably allow screening for early physiological signs of toxicity, therefore enabling a more insightful evaluation of birds’ health condition. Moreover, the use of these types of biomarkers may allow to monitor the potential rehabilitation of these birds.Universidade de Aveiro2012-11-05T14:51:56Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/9224engSantos, Cátia Sofia Andrade dosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:15:45Zoai:ria.ua.pt:10773/9224Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:46:09.186496Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O uso de aves, em particular aves aquáticas, como bioindicadores de qualidade ambiental tem vindo a ser aplicado em estudos de diversos tipos de ecossistemas. São vários os atributos que tornam as aves espécies de interesse na biomonitorização ambiental, como a sua abundância, facilidade de encontrar no campo e particularmente sensibilidade a contaminantes ambientais, nomeadamente toxinas e contaminantes bioacumuláveis. Nos últimos anos, uma parte significativa dos estudos de biomonitorização realizados em Portugal tem-se focado essencialmente em organismos de níveis tróficos inferiores (ex. larvas, crustáceos e bivalves), mas pouca atenção tem sido dada a organismos de níveis tróficos superiores, tais como mamíferos ou aves. O presente trabalho teve como principais objetivos: (i) avaliar a exposição ambiental das aves portuguesas a contaminantes ambientais, em particular de aves aceites para reabilitação em centros de recuperação de animais selvagens, (ii) esclarecer se esses fatores podem ou não conduzir à doença das aves e influenciar a sua recuperação, e (iii) entender se o uso de ferramentas ecotoxicológicas pode ou não ser uma mais-valia na monitorização e recuperação dessas mesmas aves. No sentido de esclarecer estas questões foram avaliados marcadores de neurotoxicidade e genotoxicidade em aves aquáticas das ordens Ciconiiformes, Charadriiformes e Pelecaniformes. Na primeira parte deste trabalho (análise de biomarcadores de neurotoxicidade), e em dois estudos independentes, foi feita a caracterização das colinesterases presentes no plasma da cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea) e do ganso-patola (Morus bassanus) e avaliada a reativação da colinesterase (ChE) presente no cérebro da gaivota-argêntea (Larus michahellis). A impossibilidade da interligação entre estes estudos e uma exploração mais detalhada deve-se à (in)disponibilidade de amostras/aves. Na segunda parte deste trabalho, para a avaliação de efeitos genotóxicos, foi analisada a frequência de micronúcleos e outras anomalias nucleares em eritrócitos de cegonha branca (Ciconia ciconia), garça-real (Ardea cinerea), garça-vermelha (Ardea purpurea) e garça-branca-pequena (Egretta garzetta). A pseudocolinesterase (PChE) foi o principal tipo de colinesterase identificada no plasma de C. ciconia, A. cinerea e M. bassanus. Por sua vez, nos ensaios de reativação observou-se um aumento significativo (superior a 50%) na atividade da colinesterase presente no cérebro de L. michahellis, sugerindo exposição prévia destes indivíduos a anticholinesterásicos. Estes resultados sugerem que as aves portuguesas poderão estar expostas a diferentes graus de contaminação ambiental, podendo esta contaminação deteriorar a saúde das aves. O uso de ferramentas ecotoxicológicas na monitorização de aves em reabilitação afigura-se-nos, por isso, como sendo uma mais-valia pois permitirá identificar de forma mais precoce sinais fisiológicos de toxicidade e assim executar uma avaliação mais criteriosa do estado físico das aves. Para além disso, a monitorização através da utilização deste tipo de biomarcadores poderá permitir seguir a potencial recuperação dessas aves. |
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