O combate à desinformação: qual o papel das bibliotecas?
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/130220 |
Resumo: | A sociedade atual digitalizada e hiperconetada expõe fragilidades nunca antes conhecidas. Nos últimos anos, assistiu-se a uma expansão súbita do fenómeno da desinformação, que se repercutiu negativamente em todo o mundo. A União Europeia, em parceria com diferentes instituições, tomou medidas de combate à desinformação no pleno reconhecimento de que esta é uma ameaça ao paradigma de sociedade livre e democratizada. A desinformação é transformada em info weaponization e põe em risco os valores éticos e de liberdade em que assenta a democracia. As bibliotecas têm um papel a desempenhar para a consciencialização e mitigação da desinformação. O presente estudo tem como objetivo responder às seguintes perguntas sobre as bibliotecas e profissionais de informação em relação à desinformação: (Q1) Qual o seu compromisso ético?, (Q2) Quais as suas práticas? e (Q3) Qual o seu papel no combate à desinformação? A partir de uma Revisão Sistemática da Literatura entre 2017 e junho de 2021, foi recolhida uma amostra final de 42 documentos, cujo processo está documentado utilizando o fluxo PRISMA. Os resultados demonstram que as bibliotecas, sendo instituições de conhecimento, devem continuar a promover a prática de cidadania e aderir ao novo conceito de «construção de comunidades», bem como alinhar-se com as recentes políticas de combate à desinformação, como o Plano de Ação Contra a Desinformação (PACD). Propomos que o perfil dos PI encontra-se em transformação e em plena expansão e que o código ético de conduta dos PI poderá vir a sofrer alterações que se adequem ao PACD, e, em Portugal, à Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital (CPDHED) (2021). Da nossa RSL, concluímos que a maioria dos autores reconhece a desinformação como um problema sistémico, apontando fatores como information bias, filter bubbles, pensamento crítico, entre outros, como obstáculos para a deteção da informação falsa. A maioria dos autores centra-se na implementação de programas de Literacia Informacional para mitigar o problema, sendo que estas práticas foram categorizadas usando o quadro de Revez & Corujo (2021). |
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O combate à desinformação: qual o papel das bibliotecas?BibliotecasDesinformaçãoLiteraciaProfissionais da InformaçãoRevisão Sistemática da LiteraturaLiteracia InformacionalÉtica da InformaçãoDisinformationLibrariesInformation ProfessionalsSystematic Literature ReviewInformation LiteracyInformation EthicsDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências SociaisA sociedade atual digitalizada e hiperconetada expõe fragilidades nunca antes conhecidas. Nos últimos anos, assistiu-se a uma expansão súbita do fenómeno da desinformação, que se repercutiu negativamente em todo o mundo. A União Europeia, em parceria com diferentes instituições, tomou medidas de combate à desinformação no pleno reconhecimento de que esta é uma ameaça ao paradigma de sociedade livre e democratizada. A desinformação é transformada em info weaponization e põe em risco os valores éticos e de liberdade em que assenta a democracia. As bibliotecas têm um papel a desempenhar para a consciencialização e mitigação da desinformação. O presente estudo tem como objetivo responder às seguintes perguntas sobre as bibliotecas e profissionais de informação em relação à desinformação: (Q1) Qual o seu compromisso ético?, (Q2) Quais as suas práticas? e (Q3) Qual o seu papel no combate à desinformação? A partir de uma Revisão Sistemática da Literatura entre 2017 e junho de 2021, foi recolhida uma amostra final de 42 documentos, cujo processo está documentado utilizando o fluxo PRISMA. Os resultados demonstram que as bibliotecas, sendo instituições de conhecimento, devem continuar a promover a prática de cidadania e aderir ao novo conceito de «construção de comunidades», bem como alinhar-se com as recentes políticas de combate à desinformação, como o Plano de Ação Contra a Desinformação (PACD). Propomos que o perfil dos PI encontra-se em transformação e em plena expansão e que o código ético de conduta dos PI poderá vir a sofrer alterações que se adequem ao PACD, e, em Portugal, à Carta Portuguesa de Direitos Humanos na Era Digital (CPDHED) (2021). Da nossa RSL, concluímos que a maioria dos autores reconhece a desinformação como um problema sistémico, apontando fatores como information bias, filter bubbles, pensamento crítico, entre outros, como obstáculos para a deteção da informação falsa. A maioria dos autores centra-se na implementação de programas de Literacia Informacional para mitigar o problema, sendo que estas práticas foram categorizadas usando o quadro de Revez & Corujo (2021).In the recent years there has been a sudden expansion of the phenomenon of disinformation, which had negative repercussions throughout the world, and the current digitalized and hyper-connected society exposes fragilities never seen before. The European Union, recognizing disinformation as a threat to the paradigm of a free and democratized society, partnered with different institutions to take measures to fight it. Disinformation is transformed into info-weaponization and jeopardizes the ethical values and freedom on which a democracy is based. Libraries play a role in spreading awareness and mitigating disinformation. This study aims to answer the following questions about libraries and Information Professionals concerning disinformation: (Q1) What is their ethical commitment?, (Q2) what are their practices to fight it?, and (Q3) what is their role in fighting disinformation? From a Systematic Literature Review (SLR) from 2017 to June 2021 a final sample of 42 documents was collected, whose process was documented with the PRISMA flow chart. The results show that libraries, as knowledge institutions, should continue to promote citizenship and adhere to the new concept of «community building» as well as aligning themselves with recent policies to combat disinformation, such as the Action Plan Against Disinformation (APAD). We propose that the profile of the IP is changing and expanding, and that the ethical code of conduct of these professionals may undergo changes that fit the APAD, and in Portugal, the Portuguese Letter of Human Rights in the Digital Age (PLHRDA) (2021). From our SLR, we conclude that most authors recognize disinformation as a systemic problem and point out confirmation bias, filter bubbles, critical thinking, among others, as obstructors to the process of distinguishing false information. Most authors focus on implementing Information Literacy programs to mitigate the problem; these practices were categorized using the Revez & Corujo framework (2021).Telo, Paula Alexandra Ochôa de CarvalhoRUNCarrusca, Mónica Filipa Claro2022-01-04T17:31:27Z2021-10-252021-08-302021-10-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/130220TID:202786358porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T05:08:57Zoai:run.unl.pt:10362/130220Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:46:43.201120Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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