Efeitos da rega e do regime hídrico em olival super intensivo no Alentejo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Francisco Lúcio
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Coelho, Renato, Vaz, Margarida, Andrade, José, Paço, Teresa
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/6068
Resumo: Rega localizada, colheita mecanizada, rápida entrada em produção, elevada produtividade e rendimentos sustentados, aliados a azeites de qualidade, têm garantido a expansão da área dedicada ao olival super- intensivo no Alentejo. Nesses olivais, com compassos apertados e elevada densidade de plantação, implantados em solos geralmente delgados de baixa capacidade de armazenamento de água e sob clima mediterrânico, de verões quentes e secos e outono nem sempre chuvoso, a gestão equilibrada das regas impõe cuidados especiais. O presente estudo caracteriza os efeitos de uma condução típica de rega em olival super-intensivo (1,35 x 3,75 m) na região de Évora (Alentejo) e em solo Pmg. Analisa-se o regime hídrico praticado e seus efeitos sobre a transpiração, a evaporação do solo e parâmetros fisiológicos indicadores do estado hídrico da cultura (potencial hídrico e condutância estomática). O método do balanço de água no solo permitiu estimativas da evapotranspiração cultural, com os do impulso de calor (sensores de fluxo de seiva) e microlisímetros a fornecerem informação sobre a transpiração e a evaporação do solo, respectivamente. Medições remota na zona do espectro de radiação infravermelha no topo das árvores, na entrelinha e linha (bolbo húmido dos gotejadores) forneceram indicação das temperaturas na copa e no solo, nas diferentes condições de humedecimento. Sensores PAR permitiram a partição sazonal da radiação solar entre o coberto vegetal e o solo e as frações que aí chegam . Com o regime hídrico em análise observou-se progressiva severidade no stress hídrico das plantas, com acentuada diminuição da transpiração e redução nos valores da condutância estomática e do potencial hídrico. A oliveira, bem adaptada ao clima mediterrânico, reduziu a atividade fisiológica no verão, não a reativando contudo no início de outono, quando os dias são mais frescos e chuvosos. Nesse período do ano (outono), a disponibilidade hídrica do solo determina a capacidade  de recuperação do olival, sendo particularmente importante a ocorrência de chuvas em olivais regados abaixo das necessidades hídricas. Em 2011, a quase ausência de precipitação nesse mês comprometeu tal recuperação, acentuando marcadamente o stress hídrico das plantas. Em anos de reduzida precipitação nesse período crítico, a estratégia de rega impõe manter o olival em conforto hídrico, com aumento da dotação e consumo pelas plantas.
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