Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica: Caracterização da Doença e Avaliação da Técnica Inalatória em Adultos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marcos, Ana Rita dos Santos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8329
Resumo: O presente relatório para a obtenção do grau de mestre em Ciências Farmacêuticas é composto por três capítulos. O Capítulo 1 refere-se à vertente de investigação, o Capítulo 2 refere-se à experiência profissionalizante em Farmácia Comunitária e o Capítulo 3 refere-se à experiência profissionalizante em Farmácia Hospitalar. No Capítulo 1 é abordada a DPOC e a técnica inalatória, sendo este tema da componente de investigação. A DPOC é uma doença prevenível e tratável, tratando-se, no entanto, de uma causa significativa de morbilidade e mortalidade global, com uma prevalência que em Portugal chega aos 47,2% em homens com mais de 70 anos. É principalmente desencadeada pela exposição a partículas e gases nocivos, com o fumo do tabaco a ter o maior relevo. Esta exposição leva a uma obstrução crónica das pequenas vias aéreas (bronquite crónica) e à destruição do parênquima pulmonar (enfisema), com contribuições relativas que variam de doente para doente. O diagnóstico é espirométrico e o controlo farmacoterapêutico é feito principalmente por via inalatória, recorrendo a inaladores, cuja técnica de manuseamento e de inalação são essenciais para o controlo da doença. A quantidade de erros cometidos durante a realização da técnica inalatória é subestimada, o que leva a uma pior gestão da doença. O farmacêutico pode ter um papel importante no acompanhamento, ensino e verificação da técnica inalatória. Este estudo observacional pretendeu avaliar a técnica inalatória em doentes adultos diagnosticados com DPOC, realçando o papel do farmacêutico no ensino e verificação frequente da mesma. Teve como objetivos específicos: avaliar o tipo e frequência de erros na técnica inalatória em doentes adultos; comparar a perceção dos doentes no controlo da técnica e o domínio efetivo da mesma; analisar fatores que poderão influenciar essa técnica; ensinar e/ou reforçar aos doentes o uso correto dos inaladores. Neste estudo participaram 25 doentes adultos diagnosticados com DPOC, seguidos na consulta de Pneumologia do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda. Um questionário estandardizado foi aplicado e a demonstração da técnica foi solicitada e avaliada, daí resultando um total de 42 demonstrações. Os erros foram registados em listas de passos, correspondentes a cada inalador, sendo a técnica classificada como correta, aceitável ou incorreta. Além da análise estatística dos dados, estes também foram analisados recorrendo ao teste do Qui-quadrado ou ao teste exato de Fisher, utilizando o SPSS®, versão 23.0, considerando-se um nível de significância de 5% (p=0,05) para a tomada de decisão sobre os resultados. A técnica foi maioritariamente classificada como aceitável (71,4%), mas nunca completamente correta, sendo que o MDI foi o inalador com pior performance. Nenhum dos doentes que considerou a técnica fácil a executou de forma completamente correta. Nenhum doente que tenha afirmado fazer a técnica correta a executou completamente sem erros. Todos os doentes receberam ensino inicial da técnica, mas nenhum teve a técnica verificada com regularidade. Foi encontrada uma associação entre o tipo de ensino inicial e a execução da técnica, sendo que os doentes que foram ensinados teoricamente tiveram mais vezes uma técnica aceitável (p=0,027). Quanto ao nível de escolaridade, nível socioeconómico e número de inaladores usados, não se encontrou nenhuma associação com a execução da técnica. Uma técnica associada a erros mostra-se comum, com a sua ocorrência em todos os dispositivos. Os doentes tendem a sobrestimar o uso correto do inalador, pelo que uma avaliação mais completa e frequente deve ser feita, para além do questionamento sobre a sua perceção. O farmacêutico poderá desempenhar um papel significativo nesta área, através da criação de programas educacionais e do aconselhamento direto ao doente. No Capítulo 2 é descrito o estágio curricular em Farmácia Comunitária realizado na Farmácia da Sé, na Guarda entre os dias 11 de setembro e 24 de novembro de 2017, sob a supervisão da Dra. Maria João Grilo. Este estágio permitiu a aplicação e cimentação dos conhecimentos técnicos e científicos estudados ao longo do curso, bem como a contínua aprendizagem em contexto real. Este capítulo tem como objetivo a descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Comunitária. O Capitulo 3 descreve o estágio em Farmácia Hospitalar decorrido entre 28 de novembro de 2017 e 19 de janeiro de 2018, no Hospital Sousa Martins, na Guarda, sob a supervisão do Dr. Jorge Aperta. Este estágio teve como propósito o complemento de conhecimentos teóricos com a prática desta vertente da profissão, aplicados em coordenação com todos os fatores que condicionam a realidade diária. Este capítulo tem como objetivo a descrição de todas as atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Hospitalar.
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A DPOC é uma doença prevenível e tratável, tratando-se, no entanto, de uma causa significativa de morbilidade e mortalidade global, com uma prevalência que em Portugal chega aos 47,2% em homens com mais de 70 anos. É principalmente desencadeada pela exposição a partículas e gases nocivos, com o fumo do tabaco a ter o maior relevo. Esta exposição leva a uma obstrução crónica das pequenas vias aéreas (bronquite crónica) e à destruição do parênquima pulmonar (enfisema), com contribuições relativas que variam de doente para doente. O diagnóstico é espirométrico e o controlo farmacoterapêutico é feito principalmente por via inalatória, recorrendo a inaladores, cuja técnica de manuseamento e de inalação são essenciais para o controlo da doença. A quantidade de erros cometidos durante a realização da técnica inalatória é subestimada, o que leva a uma pior gestão da doença. O farmacêutico pode ter um papel importante no acompanhamento, ensino e verificação da técnica inalatória. Este estudo observacional pretendeu avaliar a técnica inalatória em doentes adultos diagnosticados com DPOC, realçando o papel do farmacêutico no ensino e verificação frequente da mesma. Teve como objetivos específicos: avaliar o tipo e frequência de erros na técnica inalatória em doentes adultos; comparar a perceção dos doentes no controlo da técnica e o domínio efetivo da mesma; analisar fatores que poderão influenciar essa técnica; ensinar e/ou reforçar aos doentes o uso correto dos inaladores. Neste estudo participaram 25 doentes adultos diagnosticados com DPOC, seguidos na consulta de Pneumologia do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda. Um questionário estandardizado foi aplicado e a demonstração da técnica foi solicitada e avaliada, daí resultando um total de 42 demonstrações. Os erros foram registados em listas de passos, correspondentes a cada inalador, sendo a técnica classificada como correta, aceitável ou incorreta. Além da análise estatística dos dados, estes também foram analisados recorrendo ao teste do Qui-quadrado ou ao teste exato de Fisher, utilizando o SPSS®, versão 23.0, considerando-se um nível de significância de 5% (p=0,05) para a tomada de decisão sobre os resultados. A técnica foi maioritariamente classificada como aceitável (71,4%), mas nunca completamente correta, sendo que o MDI foi o inalador com pior performance. Nenhum dos doentes que considerou a técnica fácil a executou de forma completamente correta. Nenhum doente que tenha afirmado fazer a técnica correta a executou completamente sem erros. Todos os doentes receberam ensino inicial da técnica, mas nenhum teve a técnica verificada com regularidade. Foi encontrada uma associação entre o tipo de ensino inicial e a execução da técnica, sendo que os doentes que foram ensinados teoricamente tiveram mais vezes uma técnica aceitável (p=0,027). Quanto ao nível de escolaridade, nível socioeconómico e número de inaladores usados, não se encontrou nenhuma associação com a execução da técnica. Uma técnica associada a erros mostra-se comum, com a sua ocorrência em todos os dispositivos. Os doentes tendem a sobrestimar o uso correto do inalador, pelo que uma avaliação mais completa e frequente deve ser feita, para além do questionamento sobre a sua perceção. O farmacêutico poderá desempenhar um papel significativo nesta área, através da criação de programas educacionais e do aconselhamento direto ao doente. No Capítulo 2 é descrito o estágio curricular em Farmácia Comunitária realizado na Farmácia da Sé, na Guarda entre os dias 11 de setembro e 24 de novembro de 2017, sob a supervisão da Dra. Maria João Grilo. Este estágio permitiu a aplicação e cimentação dos conhecimentos técnicos e científicos estudados ao longo do curso, bem como a contínua aprendizagem em contexto real. Este capítulo tem como objetivo a descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Comunitária. O Capitulo 3 descreve o estágio em Farmácia Hospitalar decorrido entre 28 de novembro de 2017 e 19 de janeiro de 2018, no Hospital Sousa Martins, na Guarda, sob a supervisão do Dr. Jorge Aperta. Este estágio teve como propósito o complemento de conhecimentos teóricos com a prática desta vertente da profissão, aplicados em coordenação com todos os fatores que condicionam a realidade diária. Este capítulo tem como objetivo a descrição de todas as atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Hospitalar.This report has three chapters. Chapter 1 refers to the research component, Chapter 2 refers to the professional internship in community pharmacy and Chapter 3 refers to the professional internship in hospital pharmacy. Chapter 1 addresses COPD and the inhalation technique, the main subject of the research component. COPD is a preventable and treatable disease; however it is an important global cause of morbidity and mortality, with a prevalence reaching 47,2% in Portugal, in men over 70 years old. Its main risk factor is the exposure to noxious particles and gases, tobacco smoke being the most significant. This exposure leads to chronic obstruction of the small airways (chronic bronchitis) and to pulmonary parenchymal destruction (emphysema), with relative contributions varying from person to person. Diagnosis is mainly spirometric and pharmacologic treatment is mainly applied by the inhalation route, through inhalation devices, meaning that a correct technique is essential for the control of the disease. The number of errors during the execution of the inhalation technique is underestimated, leading to a worsening of the disease. Pharmacists may have an important role in the follow-up, teaching and verification of the inhalation technique. The aim of this observational study was to evaluate the inhalation technique in adult patients with COPD, highlighting the role of pharmacists in teaching and verification of the technique. Its specific objectives were: to evaluate the type and frequency of mistakes in the inhalation technique of adult patients; to compare the perception of the patients and the actual mastery in the inhalation technique; to analyze the factors that may affect the technique; to teach and/or reinforce the correct technique to the patients. 25 patients diagnosed with COPD and followed in the Pneumology consultation at the Sousa Martins hospital, from Unidade Local de Saúde da Guarda, participated in this study. A standardized questionnaire was applied and technique demonstration was performed and evaluated, resulting in a total of 42 demonstrations. The mistakes were registered in lists of steps, each one corresponding to a different inhaler and the technique was classified as correct, acceptable or incorrect. Descriptive statistical analysis of the data was performed, in addition association was tested using the Chi-square test or the exact Fisher test, in the SPSS®, version 23.0. A significance level of 5% (p=0,05) was considered to make decisions about the results. The technique was predominantly classified as acceptable (71,4%), but never completely correct, with the MDI device being associated with the worst performance. None of patients that classified the technique as easy executed it in a completely correct way. None of the patients who claimed to have a correct technique executed it without mistakes. All of the patients had an initial training of the technique, but none had the technique frequently verified. An association between the type of initial training and the technique was found, indicating that the patients with a theoretical training had a more frequent acceptable technique (p=0,027). Regarding schooling, social class and number of devices used and the execution of the technique, no significant relationship was found. The association of the technique with mistakes is common, and that occurs with all the devices. Patients tend to overestimate the correct use of the inhaler, and therefore, a more complete and frequent evaluation of the technique is needed, apart from questioning the patients about their perception. Pharmacists may have a significant role in this matter, through the implementation of educational programs and the direct counseling to the patient. Chapter 2 describes the curricular internship in Community Pharmacy held at Farmácia da Sé in Guarda, between September 11 and November 24 - 2017, under the supervision of Dr. Maria João Grilo. This internship enabled the application and consolidation of the technical and scientific knowledge acquired through the course, as well as the continuous learning in real context. This chapter aims to describe the activities developed during this training in Community Pharmacy. Chapter 3 describes the curricular internship in Hospital Pharmacy that took place between November 28, 2017 and January 19, 2018, at the Sousa Martins Hospital, under the supervision of Dr. Jorge Aperta. This internship was aimed at complementing theoretical knowledge with the practice of this aspect of the profession, applied in coordination with all the factors that condition daily reality. This Chapter aims to describe the activities carried out during this training in Hospital Pharmacy.Lourenço, Olga Maria MarquesLuís, Maria Filomena Simão FernandesuBibliorumMarcos, Ana Rita dos Santos2020-01-15T17:06:03Z2018-04-172018-05-032018-05-03T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8329TID:202361152porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:16Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8329Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:41.238398Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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description O presente relatório para a obtenção do grau de mestre em Ciências Farmacêuticas é composto por três capítulos. O Capítulo 1 refere-se à vertente de investigação, o Capítulo 2 refere-se à experiência profissionalizante em Farmácia Comunitária e o Capítulo 3 refere-se à experiência profissionalizante em Farmácia Hospitalar. No Capítulo 1 é abordada a DPOC e a técnica inalatória, sendo este tema da componente de investigação. A DPOC é uma doença prevenível e tratável, tratando-se, no entanto, de uma causa significativa de morbilidade e mortalidade global, com uma prevalência que em Portugal chega aos 47,2% em homens com mais de 70 anos. É principalmente desencadeada pela exposição a partículas e gases nocivos, com o fumo do tabaco a ter o maior relevo. Esta exposição leva a uma obstrução crónica das pequenas vias aéreas (bronquite crónica) e à destruição do parênquima pulmonar (enfisema), com contribuições relativas que variam de doente para doente. O diagnóstico é espirométrico e o controlo farmacoterapêutico é feito principalmente por via inalatória, recorrendo a inaladores, cuja técnica de manuseamento e de inalação são essenciais para o controlo da doença. A quantidade de erros cometidos durante a realização da técnica inalatória é subestimada, o que leva a uma pior gestão da doença. O farmacêutico pode ter um papel importante no acompanhamento, ensino e verificação da técnica inalatória. Este estudo observacional pretendeu avaliar a técnica inalatória em doentes adultos diagnosticados com DPOC, realçando o papel do farmacêutico no ensino e verificação frequente da mesma. Teve como objetivos específicos: avaliar o tipo e frequência de erros na técnica inalatória em doentes adultos; comparar a perceção dos doentes no controlo da técnica e o domínio efetivo da mesma; analisar fatores que poderão influenciar essa técnica; ensinar e/ou reforçar aos doentes o uso correto dos inaladores. Neste estudo participaram 25 doentes adultos diagnosticados com DPOC, seguidos na consulta de Pneumologia do Hospital Sousa Martins, da Unidade Local de Saúde da Guarda. Um questionário estandardizado foi aplicado e a demonstração da técnica foi solicitada e avaliada, daí resultando um total de 42 demonstrações. Os erros foram registados em listas de passos, correspondentes a cada inalador, sendo a técnica classificada como correta, aceitável ou incorreta. Além da análise estatística dos dados, estes também foram analisados recorrendo ao teste do Qui-quadrado ou ao teste exato de Fisher, utilizando o SPSS®, versão 23.0, considerando-se um nível de significância de 5% (p=0,05) para a tomada de decisão sobre os resultados. A técnica foi maioritariamente classificada como aceitável (71,4%), mas nunca completamente correta, sendo que o MDI foi o inalador com pior performance. Nenhum dos doentes que considerou a técnica fácil a executou de forma completamente correta. Nenhum doente que tenha afirmado fazer a técnica correta a executou completamente sem erros. Todos os doentes receberam ensino inicial da técnica, mas nenhum teve a técnica verificada com regularidade. Foi encontrada uma associação entre o tipo de ensino inicial e a execução da técnica, sendo que os doentes que foram ensinados teoricamente tiveram mais vezes uma técnica aceitável (p=0,027). Quanto ao nível de escolaridade, nível socioeconómico e número de inaladores usados, não se encontrou nenhuma associação com a execução da técnica. Uma técnica associada a erros mostra-se comum, com a sua ocorrência em todos os dispositivos. Os doentes tendem a sobrestimar o uso correto do inalador, pelo que uma avaliação mais completa e frequente deve ser feita, para além do questionamento sobre a sua perceção. O farmacêutico poderá desempenhar um papel significativo nesta área, através da criação de programas educacionais e do aconselhamento direto ao doente. No Capítulo 2 é descrito o estágio curricular em Farmácia Comunitária realizado na Farmácia da Sé, na Guarda entre os dias 11 de setembro e 24 de novembro de 2017, sob a supervisão da Dra. Maria João Grilo. Este estágio permitiu a aplicação e cimentação dos conhecimentos técnicos e científicos estudados ao longo do curso, bem como a contínua aprendizagem em contexto real. Este capítulo tem como objetivo a descrição das atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Comunitária. O Capitulo 3 descreve o estágio em Farmácia Hospitalar decorrido entre 28 de novembro de 2017 e 19 de janeiro de 2018, no Hospital Sousa Martins, na Guarda, sob a supervisão do Dr. Jorge Aperta. Este estágio teve como propósito o complemento de conhecimentos teóricos com a prática desta vertente da profissão, aplicados em coordenação com todos os fatores que condicionam a realidade diária. Este capítulo tem como objetivo a descrição de todas as atividades desenvolvidas durante o estágio em Farmácia Hospitalar.
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