A geopolítica e a votação no Festival Eurovisão da Canção: análise ao impacto da introdução do modelo misto de votação sobre fatores intrínsecos e extrínsecos ao certame musical europeu (2004-2015)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/12801 |
Resumo: | O Festival Eurovisão da Canção é um certame europeu que reúne desde os anos 50, a Europa em torno da música. Começou apenas com a participação de sete países, tendo aumentado a sua popularidade ao longo das décadas, alcançando os quarenta e três participantes em 2008. Atualmente, o Eurofestival é o maior certame de música no mundo, tendo a edição de 2016 registado uma audiência de 204 milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, apesar do principal objetivo da competição ser coroar a melhor canção da Europa, o Festival tem-se tornado durante os anos num evento com um grande grau de envolvimento político, sendo que a introdução do televoto como forma de atribuição dos votos só veio piorar a situação. Durante o sistema de televoto, a Europa Oriental “confiscou” o certame, levando ao protesto e ao boicote de alguns países da dita “Velha Europa”. Com o crescente descontentamento de alguns países, a organização decidiu remodelar o sistema de votação, reintroduzindo os jurados no modelo de votação, dando-lhes 50% da decisão. Era criado assim o sistema misto de votação, onde os votos atribuídos por cada país passariam a ser 50% através da escolha dos telespectadores e os outros 50% através da valoração de um jurado profissional. Para este estudo utilizam-se as votações dos países participantes no festival durante 12 edições, separando-as em dois períodos: de 2004 a 2009 (modelo de televoto) e de 2009 a 2015 (modelo misto de votação), sendo assim possível aferir o impacto da introdução do novo modelo de votação, comparativamente ao modelo de televoto. Através da análise foi possível verificar que apesar de tímido, o novo modelo de votação alterou as votações atribuídas e recebidas pelos vários blocos geopolíticos presentes no concurso, diminuído o impacto de fatores externos como a imigração sobre as votações, favorecendo principalmente os países do bloco Ocidental, que durante o modelo de televoto só colecionaram maus resultados. Para além disso foi também possível perceber que fatores internos ao espetáculo (ordem de atuação, intervalo) tem interferência no resultado final, tendo em alguns casos, o modelo misto ajudado a anular o seu efeito. |
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No entanto, apesar do principal objetivo da competição ser coroar a melhor canção da Europa, o Festival tem-se tornado durante os anos num evento com um grande grau de envolvimento político, sendo que a introdução do televoto como forma de atribuição dos votos só veio piorar a situação. Durante o sistema de televoto, a Europa Oriental “confiscou” o certame, levando ao protesto e ao boicote de alguns países da dita “Velha Europa”. Com o crescente descontentamento de alguns países, a organização decidiu remodelar o sistema de votação, reintroduzindo os jurados no modelo de votação, dando-lhes 50% da decisão. Era criado assim o sistema misto de votação, onde os votos atribuídos por cada país passariam a ser 50% através da escolha dos telespectadores e os outros 50% através da valoração de um jurado profissional. Para este estudo utilizam-se as votações dos países participantes no festival durante 12 edições, separando-as em dois períodos: de 2004 a 2009 (modelo de televoto) e de 2009 a 2015 (modelo misto de votação), sendo assim possível aferir o impacto da introdução do novo modelo de votação, comparativamente ao modelo de televoto. Através da análise foi possível verificar que apesar de tímido, o novo modelo de votação alterou as votações atribuídas e recebidas pelos vários blocos geopolíticos presentes no concurso, diminuído o impacto de fatores externos como a imigração sobre as votações, favorecendo principalmente os países do bloco Ocidental, que durante o modelo de televoto só colecionaram maus resultados. Para além disso foi também possível perceber que fatores internos ao espetáculo (ordem de atuação, intervalo) tem interferência no resultado final, tendo em alguns casos, o modelo misto ajudado a anular o seu efeito.The Eurovision Song Contest is a European competition that unites all of Europe around music every year since the 50’s. It all started with the participation of only seven countries, having increased its popularity over decades until it gathered forty-three participants in 2008. Nowadays the Euro festival is the biggest music contest in the world, having registered 204 million viewers from around the globe in 2016. However, in spite the main goal of the competition being to pick out the best European song, the Festival has become over the years an event with a great deal of political involvement, more so with the introduction of tele voting as a new way of casting vote, that only made the political significance larger. During the tele voting system, Western Europe “confiscated” the contest, leading to protest and boycott of some of the members from the “Old Europe”. With the growing discontentment of some countries, the organization decided to remodel the voting system, reintroducing a jury formed by professionals of the industry and giving them 50% power of decision. It was thus created the mixed voting system where the votes given to each country represented 50% of the entire voting pole and jury vote represented the other 50%. For this study were taken in to consideration the votes from each participant country over the last 12 editions, separated in two periods: from 2004 to 2009 (tele voting system) and from 2009 to 2015 (mixed voting system). This way it allows us to understand the impact that the introduction of a new voting system had, in comparison with the old tele voting system. Through this analysis it is possible to verify that, although in a subtle way, the new voting system influenced the votes exchanged by the various geopolitical blocks represented in the competition. It diminished the impact of external factors, like immigration, over the votes, favouring especially the Western block which collected nothing but bad results during the tele voting system. Besides, it also allows us to understand which factors inherent to the show (running order, interval act etc.) interfere with the final result, having, in some cases, the mixed voting system helped to annul its’ effects.2017-04-06T12:41:26Z2016-12-12T00:00:00Z2016-12-122016-10info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/octet-streamhttp://hdl.handle.net/10071/12801TID:201432021porBatista, Tiago Filipe Rodriguesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:42:32Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/12801Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:19:55.383485Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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O Festival Eurovisão da Canção é um certame europeu que reúne desde os anos 50, a Europa em torno da música. Começou apenas com a participação de sete países, tendo aumentado a sua popularidade ao longo das décadas, alcançando os quarenta e três participantes em 2008. Atualmente, o Eurofestival é o maior certame de música no mundo, tendo a edição de 2016 registado uma audiência de 204 milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, apesar do principal objetivo da competição ser coroar a melhor canção da Europa, o Festival tem-se tornado durante os anos num evento com um grande grau de envolvimento político, sendo que a introdução do televoto como forma de atribuição dos votos só veio piorar a situação. Durante o sistema de televoto, a Europa Oriental “confiscou” o certame, levando ao protesto e ao boicote de alguns países da dita “Velha Europa”. Com o crescente descontentamento de alguns países, a organização decidiu remodelar o sistema de votação, reintroduzindo os jurados no modelo de votação, dando-lhes 50% da decisão. Era criado assim o sistema misto de votação, onde os votos atribuídos por cada país passariam a ser 50% através da escolha dos telespectadores e os outros 50% através da valoração de um jurado profissional. Para este estudo utilizam-se as votações dos países participantes no festival durante 12 edições, separando-as em dois períodos: de 2004 a 2009 (modelo de televoto) e de 2009 a 2015 (modelo misto de votação), sendo assim possível aferir o impacto da introdução do novo modelo de votação, comparativamente ao modelo de televoto. Através da análise foi possível verificar que apesar de tímido, o novo modelo de votação alterou as votações atribuídas e recebidas pelos vários blocos geopolíticos presentes no concurso, diminuído o impacto de fatores externos como a imigração sobre as votações, favorecendo principalmente os países do bloco Ocidental, que durante o modelo de televoto só colecionaram maus resultados. Para além disso foi também possível perceber que fatores internos ao espetáculo (ordem de atuação, intervalo) tem interferência no resultado final, tendo em alguns casos, o modelo misto ajudado a anular o seu efeito. |
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