Religiosidade popular do litoral catarinense : ex-votos e culto doméstico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2005 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.3/423 |
Resumo: | A gente catarinense do litoral viveu sempre arraigada à forte religiosidade católica. Trata-se de herança cultural portuguesa que, no caso da beira-mar de Santa Catarina, teve significativo contributo açoriano desde a segunda metade do século XVIII. Os ilhéus sempre demonstraram inquebrantável fé e profunda devoção ao sagrado. Esta crença religiosa, em Santa Catarina, assim como no restante do Brasil, constituiu-se num catolicismo rústico, construído sem interferência da hierarquia da Igreja, (muitas vezes distante face às grandes distâncias), característico das camadas populares e eivado de intensa religiosidade no grupo familiar e comunitário. Como ensina Mircea Eliade (1992: 18) o homem simples “tem tendência para viver o mais possível o sagrado, pois para ele o sagrado equivale ao poder e, em última análise, à realidade por excelência”. Os habitantes do litoral catarinense, pescadores e agricultores, vivendo, nos séculos da colonização, num regime de produção e autoconsumo, inclusive no plano religioso, construíram um igualitarismo também em suas relações com o sagrado. Os santos como que conviviam com as pessoas, o que fazia dispensável, em muitas ocasiões, a intermediação dos ministros da Igreja. As manifestações do sagrado no mundo profano dessa população significavam profundamente o desejo de ser, de participar da realidade, de saturar-se do poder, conforme dizer do autor citado. [...] |
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Religiosidade popular do litoral catarinense : ex-votos e culto domésticoHistória do Brasil (séc. XVIII)Religiosidade PopularA gente catarinense do litoral viveu sempre arraigada à forte religiosidade católica. Trata-se de herança cultural portuguesa que, no caso da beira-mar de Santa Catarina, teve significativo contributo açoriano desde a segunda metade do século XVIII. Os ilhéus sempre demonstraram inquebrantável fé e profunda devoção ao sagrado. Esta crença religiosa, em Santa Catarina, assim como no restante do Brasil, constituiu-se num catolicismo rústico, construído sem interferência da hierarquia da Igreja, (muitas vezes distante face às grandes distâncias), característico das camadas populares e eivado de intensa religiosidade no grupo familiar e comunitário. Como ensina Mircea Eliade (1992: 18) o homem simples “tem tendência para viver o mais possível o sagrado, pois para ele o sagrado equivale ao poder e, em última análise, à realidade por excelência”. Os habitantes do litoral catarinense, pescadores e agricultores, vivendo, nos séculos da colonização, num regime de produção e autoconsumo, inclusive no plano religioso, construíram um igualitarismo também em suas relações com o sagrado. Os santos como que conviviam com as pessoas, o que fazia dispensável, em muitas ocasiões, a intermediação dos ministros da Igreja. As manifestações do sagrado no mundo profano dessa população significavam profundamente o desejo de ser, de participar da realidade, de saturar-se do poder, conforme dizer do autor citado. [...]Universidade dos AçoresRepositório da Universidade dos AçoresÁvila, Edison2010-01-06T16:13:59Z20052005-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.3/423por"ARQUIPÉLAGO. História". ISSN 0871-7664. 2ª série, vols. 9-10 (2005-2006): 323-3320871-7664info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-12-20T14:27:39Zoai:repositorio.uac.pt:10400.3/423Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:23:22.201825Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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