Metodologia jurídica constitucional : identificação de fronteiras entre a atuação política e a interpretação do direito positivo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/50563 |
Resumo: | O objeto desta dissertação é o estudo dos efeitos da interpretação das disposições jurídico-constitucionais sobre a delimitação dos espaços da atuação política e do direito positivado. O estudo inicia-se com a pesquisa de princípios e métodos de interpretação que costumam ser relatados pela doutrina do direito constitucional. Tendo por base o trabalho de juristas que já se dedicaram ao assunto, busca-se realizar a descrição sintética de tais princípios e métodos, também de suas deficiências. Em seguida, passa-se a investigar o que há por trás das divergências metodológicas e, consequentemente, metódicas nesse campo. Nesse ponto, as pesquisas bibliográficas realizadas indicam que por trás da adoção de qualquer metodologia constitucional está uma determinada teoria geral do Direito, uma determinada teoria da norma jurídica e uma determinada abordagem jusfilosófica. Indo adiante, demonstra-se que a Constituição traz no seu bojo, já positivadas (seja explícita ou implicitamente), posições jusfilosóficas e estruturas que limitam os conceitos de Direito e de norma jurídica que se possa pretender adotar. A partir daí duas conclusões foram alcançadas: i) não se pode considerar impossível a interpretação e a aplicação de qualquer dispositivo jurídico-constitucional; e (ii) não se harmonizam com as bases estruturais positivadas na Constituição (leia-se: moderno constitucionalismo ocidental) propostas metodológicas que tratam certas de suas disposições (notadamente princípios e direitos fundamentais) como padrões decisórios com suporte fático indefinido ou, prima facie, amplo, que demandariam, necessariamente, concretização criativa ou teste de proporcionalidade para serem aplicados. Por fim, por meio da análise de acórdãos proferidos pelo Tribunal Constitucional de Portugal e pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, foram exemplificados alguns efeitos práticos gerados pela aplicação de diferentes metodologias de interpretação constitucional, a saber, em seus extremos, a aplicação do direito já positivado ou a verdadeira criação de novos direitos e a conformação redutora de direitos já existentes. |
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Nesse ponto, as pesquisas bibliográficas realizadas indicam que por trás da adoção de qualquer metodologia constitucional está uma determinada teoria geral do Direito, uma determinada teoria da norma jurídica e uma determinada abordagem jusfilosófica. Indo adiante, demonstra-se que a Constituição traz no seu bojo, já positivadas (seja explícita ou implicitamente), posições jusfilosóficas e estruturas que limitam os conceitos de Direito e de norma jurídica que se possa pretender adotar. A partir daí duas conclusões foram alcançadas: i) não se pode considerar impossível a interpretação e a aplicação de qualquer dispositivo jurídico-constitucional; e (ii) não se harmonizam com as bases estruturais positivadas na Constituição (leia-se: moderno constitucionalismo ocidental) propostas metodológicas que tratam certas de suas disposições (notadamente princípios e direitos fundamentais) como padrões decisórios com suporte fático indefinido ou, prima facie, amplo, que demandariam, necessariamente, concretização criativa ou teste de proporcionalidade para serem aplicados. Por fim, por meio da análise de acórdãos proferidos pelo Tribunal Constitucional de Portugal e pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, foram exemplificados alguns efeitos práticos gerados pela aplicação de diferentes metodologias de interpretação constitucional, a saber, em seus extremos, a aplicação do direito já positivado ou a verdadeira criação de novos direitos e a conformação redutora de direitos já existentes.The object of this essay is the study of the effects of the interpretation of the legal-constitutional provisions on the delimitation of the spaces of political action and positive law. The study begins with the research for principles and methods of interpretation that are usually reported by the doctrine of constitutional law. Based on the work of scholars who have already dedicated themselves to the subject, we seek to carry out a synthetic description of such principles and methods, also of its deficiencies. Then, we begin to investigate what is behind the methodological and, consequently, methodical divergences in this field. At this point, the bibliographic research conducted indicates that behind the adoption of any constitutional methodology is a certain general theory of law, a certain theory of the legal norm and a certain jusphilosophical approach. Going forward, it is shown that the Constitution brings within it, already positively (whether explicitly or implicitly), jusphilosophical positions and structures that limit the concepts of the Law and legal norm that can be intended to be adopted. From there, two conclusions were reached: i) the interpretation and application of any legal-constitutional provision cannot be considered impossible; and (ii) do not harmonize with the structural bases positivized in the Constitution (read: modern Western constitutionalism) methodological proposals that treat certain of its provisions (notably principles and fundamental rights) as decision standards with indefinite or, prima facie, wide scope, which would necessarily require creative concretization or proportionality testing to be applied. Finally, through the analysis of judgments handed down by the Constitutional Court of Portugal and the Supreme Federal Court of Brazil, some practical effects generated by the application of different methodologies of constitutional interpretation were exemplified, namely, in its extremes, the application of the law already positive or the true creation of new rights and the reduction of existing rights.Lomba, PedroRepositório da Universidade de LisboaSilva, Franco Bet de Moraes2021-12-27T11:35:49Z2021-09-162021-09-16T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/50563porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:54:50Zoai:repositorio.ul.pt:10451/50563Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:02:00.386407Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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