Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Portela, E.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Louzada, J.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.19084/rca.15464
Resumo: Diversos estudos realizados no Norte de Portugal têm alertado para a ocorrência de carências de magnésio ou para a possibilidade de deficiente nutrição magnesiana nalgumas culturas. A partir de Julho-Agosto, pode observar-se a sintomatologia de carência de Mg em diversas zonas daquela região em culturas como o milho, em arbóreas e arbustivas, e ainda em espécies florestais. Em Trás-os-Montes e Alto Douro e no Entre-Douro e Minho, as deficiências de Mg nas culturas têm-se observado sobretudo em solos desenvolvidos em xistos do Silúrico e do Ordovício, em xistos do Precâmbrico e Câmbrico do complexo Xistograuváquico e em solos provenientes de granitos predominantemente alcalinos de duas micas. Nas formações silúricas, ordovícias e do complexo Xisto-grauváquico dominam as seguintes litologias: quartzofilitos feldspáticos, filitos, micaxistos, xistos grafitosos, ampelitos, liditos, psamitos, grauvaques, siltitos e, ainda, quartzitos xistóides e quartzitos. As unidades-solo onde, frequentemente, se tem observado baixas concentrações foliares de Mg, ou mesmo sintomas da carência de Mg são: os Cambissolos e Leptossolos úmbricos; os Cambissolos e Leptossolos dístricos; os Regossolos úmbricos; os Fluvissolos dístricos e úmbricos; e, ainda, os Antrossolos úmbricos, cumúlicos e áricos. Alguns dos dados aqui apresentados foram coligidos, não só em estudos em que o principal objectivo foi o da confirmação da deficiência de Mg, mas também em levantamentos do estado nutritivo de diversas culturas. Na maioria dos estudos utilizou-se como método de diagnóstico as concentrações foliares de Mg, mas também foram identificadas razões entre nutrientes, nomeadamente Mg/N e Mg/K, associadas à carência de Mg. Nalguns deles determinou-se o limiar a partir do qual se observaram as deficiências de Mg. Em quase todos os trabalhos se encontraram correlações entre as concentrações foliares de Mg e diversos parâmetros químicos do solo, como os teores de Mg2+ na solução do solo e o Mg2+ de troca, com as razões Mg2+/K+, Mg2+/Ca2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+ + K+, Mg2+/CTC, Mg2+/NH4+ e Mg2+/Al3++H+, ou com o efeito combinado destas razões. A carência de Mg parece ser clássica em solos ácidos provenientes de material originário pobre em Mg, mas também pode ser despoletada por factores locais, ou por práticas culturais desajustadas.
id RCAP_7909b6d0470aa2c3be7c430d1b68ee27
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15464
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de PortugalDeficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de PortugalGeralDiversos estudos realizados no Norte de Portugal têm alertado para a ocorrência de carências de magnésio ou para a possibilidade de deficiente nutrição magnesiana nalgumas culturas. A partir de Julho-Agosto, pode observar-se a sintomatologia de carência de Mg em diversas zonas daquela região em culturas como o milho, em arbóreas e arbustivas, e ainda em espécies florestais. Em Trás-os-Montes e Alto Douro e no Entre-Douro e Minho, as deficiências de Mg nas culturas têm-se observado sobretudo em solos desenvolvidos em xistos do Silúrico e do Ordovício, em xistos do Precâmbrico e Câmbrico do complexo Xistograuváquico e em solos provenientes de granitos predominantemente alcalinos de duas micas. Nas formações silúricas, ordovícias e do complexo Xisto-grauváquico dominam as seguintes litologias: quartzofilitos feldspáticos, filitos, micaxistos, xistos grafitosos, ampelitos, liditos, psamitos, grauvaques, siltitos e, ainda, quartzitos xistóides e quartzitos. As unidades-solo onde, frequentemente, se tem observado baixas concentrações foliares de Mg, ou mesmo sintomas da carência de Mg são: os Cambissolos e Leptossolos úmbricos; os Cambissolos e Leptossolos dístricos; os Regossolos úmbricos; os Fluvissolos dístricos e úmbricos; e, ainda, os Antrossolos úmbricos, cumúlicos e áricos. Alguns dos dados aqui apresentados foram coligidos, não só em estudos em que o principal objectivo foi o da confirmação da deficiência de Mg, mas também em levantamentos do estado nutritivo de diversas culturas. Na maioria dos estudos utilizou-se como método de diagnóstico as concentrações foliares de Mg, mas também foram identificadas razões entre nutrientes, nomeadamente Mg/N e Mg/K, associadas à carência de Mg. Nalguns deles determinou-se o limiar a partir do qual se observaram as deficiências de Mg. Em quase todos os trabalhos se encontraram correlações entre as concentrações foliares de Mg e diversos parâmetros químicos do solo, como os teores de Mg2+ na solução do solo e o Mg2+ de troca, com as razões Mg2+/K+, Mg2+/Ca2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+ + K+, Mg2+/CTC, Mg2+/NH4+ e Mg2+/Al3++H+, ou com o efeito combinado destas razões. A carência de Mg parece ser clássica em solos ácidos provenientes de material originário pobre em Mg, mas também pode ser despoletada por factores locais, ou por práticas culturais desajustadas.Several studies carried out in Northern Portugal have drawn attention to the occurrence of magnesium deficiencies or deficient Mg nutrition in different crops. From July-August onwards symptoms of Mg deficiency can be observed in certain areas of this region in maize, fruit crops, fruit-trees and forest species. In the Trás-os-Montes and Alto Douro region and in the Entre-Douro and Minho region, Mg deficiencies in crops have been detected predominantly in soils located on schists of the Siluric and Ordovician, on schists of Precambrian and Cambrian of the Schist and Greywacke complex, and soils derived from two-mica alkaline granite. The following lithology is found in the schists and in the Schist and Greywacke complex: feldspar quartz-phyllites, phyllites, micaschists, graphytic slates, siltstones, ampelites, lydites, psamites, greywackes, phyllito-quartzites and quartzites. The soil units where low foliar Mg concentrations or visible Mg deficiencies in crops more often observed are: Dystric and Umbric Leptosols, Umbric Regosols, Dystric and Umbric Cambisols, Dystric and Umbric Fluvisols, Umbric and Aric Anthrosols and Cumulic Anthrosols. Some of the data presented here were gathered from studies where the main purpose was the confirmation of Mg deficiencies and surveys to assess the nutritional status of various crops. The majority of the studies used, as a diagnostic tool, both the foliar Mg concentrations and, in some cases, the nutrient ratios Mg/N and Mg/K. In some studies, the threshold values for the occurrence of Mg deficiencies were determined. Most studies showed correlations between foliar Mg concentrations and several soil chemical parameters, such as soil solution Mg2+, exchangeable Mg2+, ratios between exchangeable cations Mg2+/K+, Mg2+/Ca2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+, Mg2+/Ca2++ Mg2++K+, Mg2+/CTC, Mg2+/NH4+ and Mg2+/Al3++H+ or the combination of some of these ratios. Mg deficiency seems to be a classic problem in acid soils derived from parent material poor in Mg, but it can also be triggered by local factors or by inappropriate management practices.Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal2018-11-12T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.19084/rca.15464por2183-041X0871-018XPortela, E.Louzada, J.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T09:23:40Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15464Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:30:29.746444Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
title Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
spellingShingle Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
Portela, E.
Geral
title_short Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
title_full Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
title_fullStr Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
title_full_unstemmed Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
title_sort Deficiências de magnésio em solos e culturas do Norte de Portugal
author Portela, E.
author_facet Portela, E.
Louzada, J.
author_role author
author2 Louzada, J.
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Portela, E.
Louzada, J.
dc.subject.por.fl_str_mv Geral
topic Geral
description Diversos estudos realizados no Norte de Portugal têm alertado para a ocorrência de carências de magnésio ou para a possibilidade de deficiente nutrição magnesiana nalgumas culturas. A partir de Julho-Agosto, pode observar-se a sintomatologia de carência de Mg em diversas zonas daquela região em culturas como o milho, em arbóreas e arbustivas, e ainda em espécies florestais. Em Trás-os-Montes e Alto Douro e no Entre-Douro e Minho, as deficiências de Mg nas culturas têm-se observado sobretudo em solos desenvolvidos em xistos do Silúrico e do Ordovício, em xistos do Precâmbrico e Câmbrico do complexo Xistograuváquico e em solos provenientes de granitos predominantemente alcalinos de duas micas. Nas formações silúricas, ordovícias e do complexo Xisto-grauváquico dominam as seguintes litologias: quartzofilitos feldspáticos, filitos, micaxistos, xistos grafitosos, ampelitos, liditos, psamitos, grauvaques, siltitos e, ainda, quartzitos xistóides e quartzitos. As unidades-solo onde, frequentemente, se tem observado baixas concentrações foliares de Mg, ou mesmo sintomas da carência de Mg são: os Cambissolos e Leptossolos úmbricos; os Cambissolos e Leptossolos dístricos; os Regossolos úmbricos; os Fluvissolos dístricos e úmbricos; e, ainda, os Antrossolos úmbricos, cumúlicos e áricos. Alguns dos dados aqui apresentados foram coligidos, não só em estudos em que o principal objectivo foi o da confirmação da deficiência de Mg, mas também em levantamentos do estado nutritivo de diversas culturas. Na maioria dos estudos utilizou-se como método de diagnóstico as concentrações foliares de Mg, mas também foram identificadas razões entre nutrientes, nomeadamente Mg/N e Mg/K, associadas à carência de Mg. Nalguns deles determinou-se o limiar a partir do qual se observaram as deficiências de Mg. Em quase todos os trabalhos se encontraram correlações entre as concentrações foliares de Mg e diversos parâmetros químicos do solo, como os teores de Mg2+ na solução do solo e o Mg2+ de troca, com as razões Mg2+/K+, Mg2+/Ca2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+, Mg2+/Ca2+ + Mg2+ + K+, Mg2+/CTC, Mg2+/NH4+ e Mg2+/Al3++H+, ou com o efeito combinado destas razões. A carência de Mg parece ser clássica em solos ácidos provenientes de material originário pobre em Mg, mas também pode ser despoletada por factores locais, ou por práticas culturais desajustadas.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11-12T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.19084/rca.15464
url https://doi.org/10.19084/rca.15464
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2183-041X
0871-018X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130171565932544