O sentido do idealismo de Husserl

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morujão, Carlos
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/34482
Resumo: O presente ensaio propõe-se explicitar o sentido do idealismo de Husserl entre as Ideias I (de 1913) e as Meditações Cartesianas (de 1931). A primeira formulação do idealismo, na obra de 1913, apresenta-o como o resultado da distinção entre a consciência e o mundo, baseada na diferença entre os respectivos modos de doação: a primeira dando-se absolutamente e sem perspectivas ou adumbramentos, o segundo dando-se como pólo de identidade numa multiplicidade de adumbramentos. A insuficiência desta formulação para fundar uma tese idealista evidencia-se no facto de Husserl ter, de imediato, acrescentado uma outra: a saber, a distinção entre o modo de ser absoluto da consciência (nulla res indiget ad existendum) e o modo de ser contingente e intencional do mundo. Porém, o sentido final destas duas distinções será apenas esclerecido nas Meditações Cartesianas. Nesta obra, Husserl caracteriza o seu idealismo - distinguindo-o do idealismo psicológico de Berkeley e do idealismo de Kant - como uma auto-explicitação consequente do Ego enquanto sujeito de todo o conhecimento possível. Como corolário deste definição «mundo que efectivamente é» apenas poderá significar «mundo constituído na consciência».
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