A ‘Arte da Medicina’, entre o impossível e o irrecusável

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rosa, José Maria Silva
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/12798
Resumo: A expressão ‘Arte da Medicina’ é muito antiga. Tem pelo menos 2500 anos. Aparece-nos como título de um dos tratados das obras atribuídas a Hipócrates, concretamente o 4.º tratado do 2.º vol. das «Obras Completas» do «Corpus Hippocraticum», editadas pela Loeb Classical Library, entre as pp. 185-215, opúsculo intitulado precisamente «Perì technēs iatrikēs>«, i.e., «Acerca da arte médica» ou de «curar». É um texto curto que, quase de certeza, não foi escrito por um ‘iatrós’ / médico, mas por um sofista de finais do séc. V a.C. O texto, depois de algumas notas preliminares contra aqueles que negam a existência da dita Arte — negação absurda, diz-se, pois afirmam que “o que é visto”, o evidente, não existe — a «Perìtéchnēs iatrikés» é apresentada como aquela que alivia e liberta do sofrimento causado pela doença, embora recuse tratar as perturbações incuráveis. Expõe então e refuta sucessivamente quatro objeções que os detratores levantam contra a Arte da Medicina: a) que as curas se devem-se à sorte (‘tychē’) e não à arte (‘téchnē’); b) que alguns pacientes se recuperam sem a ajuda do ‘iatrós’; c) que outros ainda, embora cuidados e tratados por um médico, acabam por morrer; e, finalmente, d) que alguns médicos recusam tratar certas doenças porque sabem não ter poder para as curar.
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