O processo de tomada de decisão dos Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia na prática da episiotomia em partos vaginais.

• Autor(a) principal: Correia, Ana Isabel Henriques
• Data de Publicação: 2018
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://web.esenfc.pt/?url=QY37iSs7
• topic: Episiotomia; tomada de decisão em Enfermagem; autonomia dos enfermeiros especialistas em ESMO.

Enquadramento: A episiotomia é uma prática antiga e muito frequente nas salas de parto do nosso país. Apesar das suas contra-indicações e complicações serem sobejamente conhecidas e divulgadas, e de haver recomendações por organismos como a OMS para restringir o seu uso, a sua prevalência em Portugal continua elevada. Os motivos que levam os enfermeiros especialistas em ESMO a realizar a episiotomia não são claros e a evidência disponível que os explore é limitada. Objectivos: Conhecer o processo de tomada de decisão dos enfermeiros ESMO na prática da episiotomia, nos partos vaginais realizados na UGI Saúde Materno Fetal - Serviço de Obstetrícia A - Pólo Maternidade Dr. Daniel de Matos (MDM) - CHUC. Métodos: Desenvolvemos um estado de caso naturalístico, priorizando a abordagem qualitativa da investigação. No sentido de atingir o nosso objectivo, realizámos nove entrevistas semi-estruturadas, com recurso a um guião orientador. A selecção dos participantes foi feita através de uma selecção intencional de casos tipo. O conteúdo das entrevistas foi transcrito e validado com os participantes. Após a transcrição das entrevistas procedeu-se a uma análise de conteúdo do tipo temático. Esta análise passou pela codificação, categorização, a inferência e a descrição, com a consequente interpretação dados. Foram salvaguardados os princípios éticos e tidos em conta os critérios de validação do estudo. Resultados: Os participantes reconhecem razões maternas, fetais, organizacionais, pessoais/profissionais como orientadoras da prática da episiotomia. As razões maternas incluem as expectativas da mulher, a qualidade de vida, as características do períneo e a colaboração no expulsivo. Das razões fetais fazem parte a extracção rápida do feto, facilitar a extracção do feto e proteger o feto. A inexistência de protocolos, a gestão de vagas e a medicalização do trabalho de parto são as razões organizacionais apontadas. As razões pessoais/profissionais são a avaliação inicial, ?estar com? a mulher, auto-confiança, evidência científica e guidelines. Conclusão: As razões apontadas pelos participantes para a prática da episiotomia são vastas e complexas. Apesar das limitações inerentes a este estudo, os resultados encontrados podem contribuir para o desenvolvimento de futura investigação neste âmbito e fomentar a reflexão sobre a prática obstétrica actual.