Hiperhomocisteínemia: Uma ameaça oculta da doença inflamatória intestinal?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Magalhães,Joana
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Rosa,Bruno, Moreira,Maria João, Barbosa,Mara, Rebelo,Ana, Leite,Sílvia, Cotter,José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782014000400005
Resumo: Introdução e objetivos: Estudos recentes têm demonstrado um aumento dos níveis de homocisteína na doença inflamatória intestinal (DII). A hiperhomocisteínemia (hHcys) foi confirmada como um fator de risco independente para doença arterial coronária e trombose arterial e venosa, constituindo um importante fator patogénico a ter em conta na DII. O objetivo d esteestudo foi avaliar a prevalência de hHcys nos doentes com DII e investigar a associação entre os níveis de homocisteína e os seus principais determinantes. Material e métodos: Estudo prospetivo, unicêntrico, incluindo 47 doentes (29 com doença de Crohn e 18 com colite ulcerosa) consecutivamente observados numa consulta de DII. Efetuado em todos os doentes estudo analítico, com determinação dos níveis de proteína C reativa, ácido fólico, vitamina B12 e homocisteína. Os registos clínicos desde a data do diagnóstico até à determinação dos níveis de homocisteína foram analisados. A associação entre variáveis categóricas e comparação de médias foi realizada recorrendo ao teste exato de Fisher e teste t de Student, respetivamente. Para identificar fatores preditivos de hHcys recorreu-se a uma análise de regressão linear. Considerou-se o nível de significância p < 0,05 e a análise estatística foi realizada recorrendo ao SPSS (versão 18.0). Resultados: Verificou-se a presença de hHcys em 10,6% dos doentes com DII. Cinco doentes (10,6%) apresentavam história prévia de tromboembolismo. Comparando os doentes de acordo com os níveis de homocisteína, aqueles com hHcys eram mais jovens (p < 0,001), tinham baixos níveis de ácido fólico (p < 0,001) e uma menor duração da doenc¸a (p < 0,001), tendo-se verificado ainda uma associação significativa entre a presença de hHcys e os hábitos tabágicos (p < 0,001). A análise de regressão linear para identificar fatores preditivos de hHcys baseada na idade, duração da doença, níveis de vitamina B12 e ácido fólico, foi significativa (p = 0,001), justificando 37% da variação dos níveis de homocisteína desta amostra. Os níveis de ácido fólico foram um fator preditivo significativo (p = 0,01). Conclusão: A hiperhomocisteínemia é um fenómeno frequente nos doentes com DII. Medidas preventivas devem focar-se nos fatores de risco reversíveis relacionados com hHcys, tais como a cessação de hábitos tabágicos e a correção de défices vitamínicos.
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