Igreja de S. Francisco de Évora. Estudo histórico-arquitectónico as intervenções durante o Estado Novo (1937-1974): estudo histórico arquitectónico durante o Estado Novo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramirez, Marta Nunes Ferreira
Data de Publicação: 2002
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/15460
Resumo: Introdução - A questão das actuações sobre o património arquitectónico, constitui um dos temas mais complexos e estimulantes da actualidade, sendo que só recentemente é que se começou a encontrar o distanciamento necessário para a compreensão e crítica da história das atitudes de intervenção, até meados do séc. XX. A actual concepção de património arquitectónico, contudo, assume limites dificilmente defmíveis, colocando-se, permanentemente, a questão da sua redefinição, pondo em causa as políticas de salvaguarda e os critérios de intervenção. A dificuldade de estabelecer, objectivamente, os aspectos cognitivos, interpretativos, metodológicos e operativos das intervenções, dificulta, em larga escala, a pretensa definição de critérios universais, devido à verificação da complexidade dos elementos patrimoniais, os quais não podem ser apreendidos na sua globalidade, mas apenas em parte, dai o papel preponderante da interdisciplinaridade e a articulação com outras dimensões do património que atendam ao aspectos ligados à natureza do próprio objecto, mas também sociais, económicas e culturais. O conceito de património vem acompanhando a noção de história que se tem em cada momento e a interpretação que dela se faz, sendo variável de época para época. E na relação interactiva entre a percepção da realidade do passado e a acção requerida pela realidade do presente, que se colocam as questões da defesa daquele. A natureza específica do património constitui um foco permanente de conflitualidade entre os agentes interventores e os agentes institucionais que os tutelam, sendo algumas vezes entendidos pelos últimos como um travão de desenvolvimento, nomeadamente económico, e encarados como um facto de excepção, sofrendo, ainda, a agravante da debilidade quanto á sua compreensão e interiorização pela sociedade, pese embora, a mais aparente que real, crescente consciência da necessidade da sua conservação. Articulado com a noção de património, o conceito de conservação, é, muitas vezes, conotado com uma atitude de defesa, mais pelo receio da sua perda, do que pela apreensão do seu alto significado, enquanto referência e memória, imprescindível para o desenvolvimento da sociedade. Interessa, pois, reflectir sobre a crescente institucionalização do património arquitectónico, a crescente importância que lhe tem sido concedida pelos agentes sociais e do poder, bem como o seu significado efectivo em termos da consciencialização colectiva. Apesar dos limites enunciados, ao longo deste texto, ligados á esfera da salvaguarda do Património arquitectónico, certo é que recai hoje sobre ele um interesse de grande dimensão, expresso de forma contudente, na coordenação de esforços por parte da comunidade internacional e dos vários países que a constituem, no sentido do estabelecimento de princípios e metodologias de actuação, com respeito pela autenticidade dos objectos, devidamente enquadrados no seu contexto ambiental e arquitectónico. Exemplos desse objectivo, persistentemente perseguido, no decorrer do séc. XX, contam-se as inúmeras cartas e declarações, saídas de importantes encontros realizados e a criação de organismos internacionais, com vista à preservação do património. Nomeadamente em relação às cartas e declarações, elas constituem documentos essenciais, apesar da necessidade da sua constante actualização, tidos em linha de conta ao nível das intervenções.
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