O colonialismo no romance angolano

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daniel, Francisco Monteiro
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/9955
Resumo: A abordagem sobre colonialismo na literatura angolana nem sempre teve espaço suficiente para a sua inserção, visto que num determinado período da História de Angola a administração colonial tentou silenciar toda a produção artística que visasse redescobrir e desenvolver o vasto campo cultural que o país ostenta. Para o efeito, promoveu um conjunto de atividades literárias, a que se denominou literatura colonial, com o objetivo de estigmatizar o homem angolano, considerando, para isso, toda a literatura feita por angolanos como uma continuação da literatura portuguesa. Entretanto, Castro Soromenho (na sua segunda fase), Viriato da Cruz, Agostinho Neto, Manuel dos Santos Lima e outros vão criar uma rutura com essa literatura propagandística, alvitrando autenticidade para a literatura angolana. Tendo como objeto de estudo dois romances com realismo histórico, As Sementes da Liberdade e As Lágrimas e o Vento, de Manuel dos Santos Lima, cujos cenários refletem a situação colonial vivida pelos nativos de Catu e os factos que marcaram a luta pela libertação nacional em Luanda e nos Dembos, aprofundaremos a análise destas obras procurando perceber até que ponto o combate da perspetiva colonialista é igual ou diferente nos dois romances. Outrossim, pretendemos analisar o discurso ideológico apresentado pelo narrador e por personagens sobre as expressões «guerra civil» ou «guerra colonial» e o termo «terroristas», além da utopia de que todos eram portugueses, do Minho a Timor. Em suma, almejamos ver como Manuel dos Santos Lima, um nacionalista angolano, desconstrói o discurso colonialista em contexto colonial na sua obra romanesca.
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