Empatia e medicina centrada na pessoa em Medicina Geral e Familiar: um estudo populacional exploratório

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Sofia Salomé Barroso Pacheco de Magalhães
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/5212
Resumo: A visão do paciente como pessoa remonta aos finais do século XIX, em que as teorias psicanalíticas e psicossociais de Breuer e Freud deram o mote para o aparecimento da Medicina Centrada na Pessoa. O paciente tem um papel muito mais ativo do que outrora, pelo que é fulcral cativá-lo, fazê-lo responsável pela sua saúde ao participar na decisão médica. De forma a avaliar a perceção do consulente face à aplicação desta abordagem, existe o Questionário de Medicina Centrada na Pessoa validado para Portugal, composto pelas seis premissas defendidas por Moira Stewart. Para conseguir aplicar em pleno a abordagem centrada na pessoa, é necessário que o profissional de saúde procure conhecer e compreender a pessoa que tem à sua frente. Uma das características que permite a realização desta tarefa é a empatia, já estabelecida como um fator importante na relação médico-paciente, fortalecedor da confiança e que se relaciona positivamente com a adesão, capacitação e satisfação dos pacientes. Definida na literatura como o “sentimento de sensibilização pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pela outra pessoa”, a empatia merece, portanto, grande destaque quando falamos na relação médico-paciente. Não só porque permite ao profissional compreender a posição de quem o procura, como também assegura ao paciente de que é entendido no seu todo e não meramente como um conjunto de problemas/sintomas. Promove-se assim, uma linha aberta e segura para que o paciente se expresse com à-vontade, esteja mais recetivo aos conselhos e que haja uma maior adesão às prescrições médicas. Apesar da sua importância indiscutível, são poucas as ferramentas capazes de medir a empatia. Uma delas é a Jefferson Scale of Patient’s Perceptions of Physician Empathy, escala composta por cinco questões simples e concisas para avaliação da empatia do clínico na perspetiva do paciente. Partindo destes pressupostos, o propósito deste estudo é aferir a empatia e a abordagem centrada no paciente percebida pelos consulentes face ao seu médico de Medicina Geral e Familiar da área abrangida pela Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Covilhã, verificando se a empatia se correlaciona com a prática da medicina centrada na pessoa. Foram aplicados 100 questionários a maiores de 18 anos após consulta com o seu médico de família, e que aceitaram participar neste estudo mediante a assinatura do consentimento informado. Estes questionários incluem a Jefferson Scale of Patient’s Perceptions of Physician Empathy e o Questionário de Medicina Centrada na Pessoa validado para Portugal. Neste estudo, a empatia evidenciou uma correlação positiva e forte com a abordagem centrada na pessoa. No entanto, apesar de a maioria (61%) dos consulentes inquiridos que se encontram acima do percentil 75 sentir uma melhor Medicina Centrada na Pessoa, o mesmo não se pode dizer face à empatia já que apenas 43% do mesmo subgrupo sentiu a melhor empatia. De notar ainda que apenas 32% da amostra total sentiu o melhor das duas variáveis em estudo.
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Para conseguir aplicar em pleno a abordagem centrada na pessoa, é necessário que o profissional de saúde procure conhecer e compreender a pessoa que tem à sua frente. Uma das características que permite a realização desta tarefa é a empatia, já estabelecida como um fator importante na relação médico-paciente, fortalecedor da confiança e que se relaciona positivamente com a adesão, capacitação e satisfação dos pacientes. Definida na literatura como o “sentimento de sensibilização pelas mudanças sentidas e refletidas, momento a momento, pela outra pessoa”, a empatia merece, portanto, grande destaque quando falamos na relação médico-paciente. Não só porque permite ao profissional compreender a posição de quem o procura, como também assegura ao paciente de que é entendido no seu todo e não meramente como um conjunto de problemas/sintomas. Promove-se assim, uma linha aberta e segura para que o paciente se expresse com à-vontade, esteja mais recetivo aos conselhos e que haja uma maior adesão às prescrições médicas. Apesar da sua importância indiscutível, são poucas as ferramentas capazes de medir a empatia. Uma delas é a Jefferson Scale of Patient’s Perceptions of Physician Empathy, escala composta por cinco questões simples e concisas para avaliação da empatia do clínico na perspetiva do paciente. Partindo destes pressupostos, o propósito deste estudo é aferir a empatia e a abordagem centrada no paciente percebida pelos consulentes face ao seu médico de Medicina Geral e Familiar da área abrangida pela Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Covilhã, verificando se a empatia se correlaciona com a prática da medicina centrada na pessoa. Foram aplicados 100 questionários a maiores de 18 anos após consulta com o seu médico de família, e que aceitaram participar neste estudo mediante a assinatura do consentimento informado. Estes questionários incluem a Jefferson Scale of Patient’s Perceptions of Physician Empathy e o Questionário de Medicina Centrada na Pessoa validado para Portugal. Neste estudo, a empatia evidenciou uma correlação positiva e forte com a abordagem centrada na pessoa. No entanto, apesar de a maioria (61%) dos consulentes inquiridos que se encontram acima do percentil 75 sentir uma melhor Medicina Centrada na Pessoa, o mesmo não se pode dizer face à empatia já que apenas 43% do mesmo subgrupo sentiu a melhor empatia. De notar ainda que apenas 32% da amostra total sentiu o melhor das duas variáveis em estudo.The vision of the patient as a person goes back to the late XIX century, in which the psychoanalytical and psychosocial theories of Breuer and Freud set the tone for the appearance of Person-Centred Medicine. The patient has a much more active role than before, so it is crucial to captivate him, make him responsible for his health by participating in the medical decision. In order to evaluate the perception of the patient about this approach, there is the Person-Centred Medical Questionnaire validated to Portugal, composed of the six premises defended by Moira Stewart. Being able to apply in full the person-centred approach requires that health professionals get to know and understand the person in front of them. One of the features that allows the accomplishment of this task is empathy, already established as a major factor in the doctor-patient relationship, strengthening confidence and positively related to membership, patient capacitation and satisfaction. Defined in the literature as the "sense of awareness of the changes felt and reflected, moment by moment, by the other person", empathy therefore deserves highlight when we talk about the doctor-patient relationship. Not only because it allows the professional to understand the position of those who seek their attention, but also ensures the patient that he is understood as a whole and not merely as a set of problems / symptoms. Thus, it promotes an open and secure way for the patient to express himself, and then be more receptive to advice, ensuring a greater adherence to medical prescriptions. Despite its undoubted importance, there are few tools able to measure empathy. One of them is the Jefferson Scale of Patient's Perceptions of Physician Empathy scale that consists of five simple and concise questions to evaluate the clinical empathy from the perspective of the patient. Starting from these assumptions, the purpose of this study is to assess empathy and patient-centred approach perceived by patients after a consultation with their general doctor in the UCSP of Covilhã, and see if empathy correlates with the practice of patient-centred medicine. 100 questionnaires were applied to patients over 18 years old after a consultation with their family doctor, and they agreed to participate in the study by signing the informed consent. These questionnaires included the Jefferson Scale of Patient's Perceptions of Physician Empathy and Person-Centred Medical Questionnaire validated for Portugal. In this study, empathy showed a strong positive correlation with the person-centred approach. Although the majority (61%) of the patients above P75 who are surveyed felt a better person-centred approach, the same cannot be said about empathy since only 43% of the same subgroup felt a better empathy. It is also worth noting that only 32% of the total sample felt the best of both variables in study.Santiago, Luiz Miguel de Mendonça SoaresuBibliorumMarques, Sofia Salomé Barroso Pacheco de Magalhães2018-07-18T16:03:57Z2016-5-92016-07-072016-07-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/5212TID:201773457porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:42:52Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/5212Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:46:10.420442Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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