Prótese total de anca como tratamento da displasia de anca no cão: importância do seu desenvolvimento em Portugal

• Autor(a) principal: Santos, José Diogo Gonçalves dos
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/5508
• topic: Cão; Displasia da anca; Prótese total de anca; Despiste precoce

A Displasia da anca canina é um dos problemas ortopédicos mais comuns na clínica de animais de companhia. Esta doença apresenta uma etiologia multifatorial. É caracterizada por hereditariedade do tipo poligénica, com uma forte participação da componente ambiental para que ocorra a sua expressão. Para que a variedade de tratamentos disponíveis para a sua resolução seja o mais abrangente possível é importante que seja realizado um despiste precoce (4 a 9 meses de idade). Quando o diagnóstico é efectuado numa fase tardia, com sinais de osteoartrite, as cirurgias preventivas já não sejam passíveis de serem realizadas. Nesta fase, a Prótese total de anca é a melhor solução a medio-longo prazo, pois elimina completamente as dores sentidas a nível da articulação, melhora significativamente a locomoção e bem estar do cão. Existem várias formas de fixação de PTA, não sendo possível concluir que um método seja melhor do que outro. Os diferentes cirurgiões possuem preferências distintas, dependendo da sua experiência e resultados. Independentemente da técnica de fixação a taxa de sucesso varia entre os 90-97%. Na tentativa de encontrar uma percentagem de animais com indicação cirúrgica para prótese total de anca, foi realizado um estudo retrospetivo no VetOeiras – Hospital Veterinário Central da Linha de Cascais, onde foram analisados 109 cães. Estes animais foram submetidos a exames ortopédico e radiográfico com o objetivo de alcançar a sua classificação da Fédération Cynologique Internationale. A classificação radiográfica e o resultado do exame ortopédico permitiu-nos classificar o grau de displasia de anca e assim indicar a melhor terapêutica para estes cães. Neste estudo os animais foram divididos em dois grupos etários (menos de 8 meses e mais de 8 meses de idade), devido às diferenças existentes, quer no diagnóstico, quer nas opções terapêuticas. No total dos animais, foi diagnosticado displasia de anca em 62 animais, nos quais 40 apresentavam indicação para prótese total de anca, em pelo menos uma das ancas, sendo que foram realizadas apenas 3 intervenções. O inquérito realizado nos 62 centros de atendimento médico veterinário ao longo de Portugal continental, obteve 50% de respostas. No total das respostas obtidas, 96.8% dos médicos veterinários indicou que mencionava este tipo de técnica aos proprietários, quando se deparava com cães com essa indicação, mostrando abertura por parte da classe para este tipo cirurgia. Os valores obtidos no nosso estudo demonstram a importância do desenvolvimento deste técnica em Portugal, pois existe um elevado número de animais com indicação para prótese total de anca, justificando a existência da mesma neste país.