A relação inconsciente-consciente na produção do pensamento consciente
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/24294 |
Resumo: | Tese de mestrado, Ciência Cognitiva, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, Faculdade de Letras, Faculdade de Ciências, Faculdade de Medicina, 2016 |
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A relação inconsciente-consciente na produção do pensamento conscienteIntuição (Psicologia)Comportamento socialConscienteInconscienteTeses de mestrado - 2016Tese de mestrado, Ciência Cognitiva, Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, Faculdade de Letras, Faculdade de Ciências, Faculdade de Medicina, 2016Partindo de um método de pensamento, trabalho e análise interdisciplinar-tentando expor à ideia central a maior quantidade de factos relevantes e contribuições vindas da maior variedade de áreas do conhecimento (Filosofia, Psicologia, Neurociência, Biologia, etc.) -apresentarei um modelo da relação entre inconsciente e consciente na produção do pensamento humano que, negando (por consequência e não como ponto de partida) a divisão, largamente aceite, entre sistemas de análise distintos (intuição e raciocínio), se baseia na que acredito ser a única divisão real entre níveis da mente: inconsciente e consciente. Assim, defendendo um sistema uno de pensamento -composto, naturalmente, por níveis (inconsciente e consciente) e subsistemas inconscientes -dou a que acredito ser a melhor resposta até ao momento a certos aspetos centrais da pergunta "Como pensa o cérebro humano?"1. Podendo o sistema de pensamento variar na energia despendida e nos recursos utilizados, pode produzir saídas (outputs) que nós associamos a diferentes tipos de pensamento -um mais automático (intuição) e outro mais refexivo (raciocínio) -o que, devo argumentar, não corresponde a uma divisão entre sistemas distintos, mas entre produtos distintos (resultados externos classificados diferentemente) resultantes do mesmo sistema através da interação entre as mesmas partes exercendo as mesmas funções. Desta forma, a pergunta "Como funciona o pensamento?" pode transcrever-se em "Como interagem as partes na produção do todo que é o pensamento?", sendo apresentado um modelo em que interagem, na produção do pensamento, o inconsciente (todas as operações a que não acedemos epistemicamente) e o consciente -ou espaço de representação consciente -(onde se formam as imagens mentais2, ou onde estas se tornam acessíveis). Nesta interação, a tese principal é a de que todas as representações mentais conscientes são antecedidas de uma análise inconsciente (e expressões desta) -sendo o consciente, em si, originalmente e à luz da evolução, um espaço de resultados (como explicado na secção 1) -e de que, num processo de "raciocínio", há um processo contínuo de representações conscientes que os sistemas de análise inconscientes ativam e às quais se expõem. Resumindo, o inconsciente ativa imagens conscientes e expõe-se a elas, criando um ciclo a que o Eu pode ter maior ou menor acesso, consoante a energia gasta na representação consciente e na memória de trabalho. Este ciclo, com variações na utilização das partes, produz todo o tipo de pensamentos. E este modelo, mais simples e mais realista que o antecedem, explica mais factos com menos adaptações, atendendo às quatro perspetivas do entendimento da mente e do cérebro e sendo, assim, verdadeiramente holístico: introspeção, comportamento, cérebro e evolução; sendo apresentado ao pormenor e fundamentado com descobertas das várias ciências cognitivas e naturais. Tal como o papel do linguista é estudar a linguagem, o papel de qualquer especialista é estudar pormenorizadamente a área do pensamento em que se especializou. Se o cientista cognitivo tem um papel, é o de descobrir de que forma interagem todos estes sistemas de que falamos de forma fragmentada. Se o cientista cognitivo tem um papel, é aquele a que me proponho. 1 Penso que a pergunta tem que ser esta porque, defendendo a existência de um só sistema de produção de pensamento, o modelo passa a explicar, pelo mesmo funcionamento, aquilo a que chamamos intuição e aquilo a que chamamos raciocínio, tidos aqui como produtos externos (classifcados diferentemente) dos mesmos mecanismos mentais internos. 2 Utilizo o termo "imagem mental" no sentido dado por Damásio, sendo uma imagem mental qualquer representação mental e podendo ser, não só visual, mas composta por qualquer dado dos sentidos (e.g. uma representação mental de uma dor num dedo) Damásio (2010).Starting from an interdisciplinary method of thought, work and analysis -trying to expose the central idea to the greatest amount of relevant facts and contributions from the widest variety of knowledge areas (philosophy, psychology, neuroscience, biology, etc.) - I will present a model of the interaction between the unconscious and counscious levels in the production of the human thought that, denying (as a result and not as a starting point) the widely accepted division among different analysis systems (intuition and reasoning), bases the thought on what I believe is the only real division between levels of the mind: unconscious and conscious. Thus, advocating one system of thought -composed, naturally, by levels (unconscious and conscious) and unconscious subsystems - I give what I believe is the best general answer so far to the question "How does the human brain think?"3 Being the system able to vary in expended energy and resources used, it can produce outputs that we associate to different types of thinking - one more automatic (intuition) and other more reflective (reasoning) - which, I argue, does not correspond to a division between different systems, but between different products (external results classified differently) resulting from the same system through the interaction between the same parts performing the same functions. Thus, the question "How does the thinking process works?" can be transcribed in "How do the parts interact in the production of the whole that is the thought?", being presented a model in which interact, in the production of thought, the unconscious (all the operations to those we do not accede epistemically) and the conscious - or conscious representation space - (where mental images form 4, or where they become available). In this interaction, the main thesis is that all conscious mental representations are preceded by an unconscious analysis (and expressions of it) - being conscious, in itself, originally and in the light of evolution, a results space (as explained in section 1) - and that, in a case of "reasoning", there is a continuous process of conscious representations that unconscious analysis systems activate and to which they expose. In summary, the unconscious activates images (that are counscient) and exposes itself to them, creating a cycle of which the Self can be more or less aware depending on the energy expended in conscious representation and working memory. This cycle, in which there can be variations in the use of the parts, produces all kinds of thoughts. And this model, simpler and more realistic than the preceding ones, explains more facts with fewer adjustments, taking into account the four perspectives of the understanding of the human mind and brain, being, thus, truly holistic: introspection, behavior, brain and evolution; being presented in detail and based on findings of the various cognitive and natural sciences. As the role of the linguist is to study the language, the role of any expert is to study the area of thought in which he specialized. If the cognitive scientist has a role, it is to discover how all of these systems, of which we talk in a piecemeal fashion, interact. If the cognitive scientist has a role, it is the one to which I propose. 3 I think this must be the question because, defending the existence of a single system of thought, the model goes on to explain, by the same operation, what we call intuition and what we call reasoning, taken here as external products (classified differently) of the same internal mental mechanisms. 4 I use the term "mental image" in the sense given by Damásio, being a mental image any mental representation, not only visual, but made up for any given sense (e.g. a mental representation of a pain) Damásio (2010).Branquinho, João, 1951-Coelho, Hélder, 1944-Repositório da Universidade de LisboaNascimento, Rafael Augusto Coelho do 1990-2016-07-06T15:25:55Z20162016-02-112016-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/24294TID:202992306porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:13:02Zoai:repositorio.ul.pt:10451/24294Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:41:28.390812Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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