Regulação emocional e dor em doentes com lombalgias crónicas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/71 http://hdl.handle.net/20.500.11816/71 |
Resumo: | É largamente conhecida a desmesurada dimensão do problema da dor crónica em geral, e das lombalgias em particular. Pela sua enorme prevalência e pelos elevados custos macroeconómicos que comporta para o SNS. Mas se muito se progrediu nos últimos 40 anos no conhecimento sobre a dor, o certo é que o impacto da referida problemática não só em nada se alterou, como porventura até se agravou. E aqui é inevitável remeter para a natureza multifactorial dos determinantes da dor, e muito particularmente para uma faceta subjectiva que se prende a fenómenos de ordem emocional. Neste domínio o que acontece é que os modelos interpretativos “clássicos” de tipo conversivo, apesar de largamente difundidos e adoptados para modelar a intervenção terapêutica, não só não estão devidamente consubstanciados, como até são postos em causa por alguma evidência empírica. O objectivo do presente estudo prende-se desde logo com a avaliação da regulação emocional entre doentes com lombalgias crónicas e designadamente com o intuito de avaliar transversalmente em que medida se relaciona com disforia e condiciona uma expressão mais ou menos significativa da dor que caracteriza estes doentes. E assim, este trabalho propõe-se abordar a problemática da dor crónica através de um modelo explicativo correlacionando regulação emocional com ansiedade e depressão, e com a expressão mais ou menos intensa de dor. Para tal foram entrevistados sequencialmente 70 doentes com lombalgia crónica de diversas etiologias, com uma média de idades de 51,76 ±16,97 anos – 28,6% do sexo masculino e 71,4% do sexo feminino, recrutados entre os utentes da Unidade de Dor do Hospital S. João, Porto. Uma vez identificados os doentes, foram caracterizados sóciodemograficamente — (idade, género, situação conjugal, filhos, nível de escolaridade, situação sócio-profissional, etc); medicamente — em termos de diagnóstico e terapêutica em curso, avaliados na sua dor e quanto ao seu estado de ansiedade e depressão, e estudados em termos de regulação emocional. Para o efeito foi utilizado uma entrevista semi-estruturada e uma bateria composta pelo McGill Pain Questionnaire - Short-Form (SF-MPQ), Estimativa de Duração do Tempo (ETM), Symptom Check List — 90R (SCL90R), Hopkins Symptom Checklist-25 (HSCL-25), e finalmente pelo Bermond-Vorst Alexithymia Questionnaire (BVAQ). A análise de resultados demonstrou que a população com lombalgia crónica apresenta scores mais elevados de alexitimia do que o grupo de controlo. O mesmo se verificou para alguns traços psicopatológicos nomeadamente, altos índices de somatização, obsessãocompulsão e baixa ansiedade com alta ansiedade fóbica; conjuntamente com uma pontuação na depressão sugerindo claramente níveis mórbidos avaliados pelo HSCL-25. Os resultados do presente estudo sugerem que os doentes com lombalgia crónica apresentam maiores índices de ansiedade e depressão e favorecem a hipótese que a alexitimia é um factor importante e determinante na modulação da dor. |
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