Efeito da IPL na oxidação de proteínas da pele e associação ao cancro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Liliana Sofia Baptista
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/14287
Resumo: A Luz Intensa Pulsátil (IPL) tem tido muita aplicação na estética e dermatologia. Apesar de conhecidos alguns efeitos secundários do uso deste tipo de radiação, pouco se sabe sobre os seus efeitos a nível molecular na pele. Com o objetivo de melhor compreender a influência da IPL no proteoma da pele e no desenvolvimento de lesões cutâneas pré-neoplásicas foi utilizado um modelo animal de dois estadios de cancro de pele, de modo a identificar as proteínas mais suscetíveis à oxidação, e as vias moleculares associadas. Assim, para este estudo foram utilizados murganhos fêmeas (n=28) da estirpe ICR (CD-1), tendo sido constituídos 5 grupos experimentais distintos. O grupo DMBA, sujeito ao agente iniciador 7,12-dimetilbenzantranceno, sem mais nenhum tratamento; o grupo IPL, submetido à irradiação com IPL; o grupo DMBA+TPA, submetido ao tratamento com o composto promotor de carcinogénese acetato de tetradecanoilforbol, após a iniciação com DMBA; o grupo DMBA+IPL submetido à irradiação com IPL após a iniciação com DMBA; por último, o grupo Controlo que foi somente exposto a acetona (veículo). No final do protocolo verificou-se que a IPL promoveu um aumento do teor sérico de interleucina (IL-6) e proteína C reativa (CRP), mais exacerbado nos animais tratados com DMBA+TPA. Paralelamente à indução de uma resposta inflamatória, ao nível da pele verificou-se uma adaptação metabólica para um perfil mais glicolítico em resposta aos tratamentos testados. Concomitantemente, verificou-se um aumento do teor de proteínas oxidadas em resposta à exposição a IPL, mais exacerbado quando combinado com o tratamento com DMBA. Entre as proteínas mais suscetíveis à oxidação identificou-se por MS/MS várias isoformas de queratina e de actina, sugerindo que os processos biológicos organização do citoesqueleto e apoptose poderão intervir na adaptação da pele à exposição à IPL. Em suma, a aplicação de IPL parece promover inflamação, alteração do metabolismo da pele e aumento da suscetibilidade das proteínas à oxidação embora sem consequências morfológicas significativas. Estas alterações são mais significativas quando a IPL é irradiada na pele com lesões neoplásicas. Estudos futuros serão importantes para melhor compreender o impacto a longo prazo das alterações bioquímicas observadas na pele e das vias de sinalização envolvidas.
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O grupo DMBA, sujeito ao agente iniciador 7,12-dimetilbenzantranceno, sem mais nenhum tratamento; o grupo IPL, submetido à irradiação com IPL; o grupo DMBA+TPA, submetido ao tratamento com o composto promotor de carcinogénese acetato de tetradecanoilforbol, após a iniciação com DMBA; o grupo DMBA+IPL submetido à irradiação com IPL após a iniciação com DMBA; por último, o grupo Controlo que foi somente exposto a acetona (veículo). No final do protocolo verificou-se que a IPL promoveu um aumento do teor sérico de interleucina (IL-6) e proteína C reativa (CRP), mais exacerbado nos animais tratados com DMBA+TPA. Paralelamente à indução de uma resposta inflamatória, ao nível da pele verificou-se uma adaptação metabólica para um perfil mais glicolítico em resposta aos tratamentos testados. Concomitantemente, verificou-se um aumento do teor de proteínas oxidadas em resposta à exposição a IPL, mais exacerbado quando combinado com o tratamento com DMBA. Entre as proteínas mais suscetíveis à oxidação identificou-se por MS/MS várias isoformas de queratina e de actina, sugerindo que os processos biológicos organização do citoesqueleto e apoptose poderão intervir na adaptação da pele à exposição à IPL. Em suma, a aplicação de IPL parece promover inflamação, alteração do metabolismo da pele e aumento da suscetibilidade das proteínas à oxidação embora sem consequências morfológicas significativas. Estas alterações são mais significativas quando a IPL é irradiada na pele com lesões neoplásicas. Estudos futuros serão importantes para melhor compreender o impacto a longo prazo das alterações bioquímicas observadas na pele e das vias de sinalização envolvidas.The Intense Pulsed Light (IPL) has been much application in aesthetic and dermatology. Although the side effects of using this type of radiation, remain is unknown principally its effects at the molecular level in the skin. With the objective of better understanding the influence of the IPL in skin proteome and the development of precancerous skin lesions, was used an animal model of two stages of skin cancer, in order to identify the proteins more susceptible to oxidation and molecular pathways associated. So, for this study we used female mice (n = 28) of ICR (CD-1) randomly distributed in five different experimental groups. In DMBA group, mice were subjected to the initiator 7,12- dimethylbenz(a)anthracene, with no further treatment; IPL group, animals were submitted to irradiation with IPL; DMBA+TPA group, mice were subjected to treatment with the promoter of carcinogenesis 12-O-tetradecanoylphorbol-13- acetate, after initiation with DMBA; DMBA+IPL group, mice underwent irradiation with IPL after initiation with DMBA; control group, mice were only exposed to acetone (vehicle). Data showed that IPL promote increased serum levels of interleukin (IL-6) and C-reactive protein (CRP), further exacerbated in animals treated with DMBA+TPA. In parallel to the induction of an inflammatory response in the skin, there was a metabolic adaptation to a more glycolytic profile in response to the tested treatments. Concomitantly, there was an increase in the level of oxidized protein in response to IPL exposure further exacerbated when combined with DMBA treatment. Between the proteins more susceptible to oxidation we identified by MS/MS several isoforms of keratin and actin, suggesting that the biological processes organization of the cytoskeleton and apoptosis underlie the adaptation of the skin to IPL exposure. In short, the application of IPL appears to promote inflammation, alter the metabolism of the skin and increase proteome susceptibility to oxidation but with no significant morphological consequences. These changes are more significant when IPL is irradiated in skin with neoplastic lesions. Future studies are required to better understand the long-term impact of the biochemical changes observed in the skin and the signaling pathways involved.Universidade de Aveiro2018-07-20T14:00:49Z2014-10-14T00:00:00Z2014-10-142016-10-14T14:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/14287TID:201582759porFerreira, Liliana Sofia Baptistainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:26:06Zoai:ria.ua.pt:10773/14287Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:49:53.762198Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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