Auto-conceito e estatuto social da criança

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Carlos
Data de Publicação: 2001
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/608
Resumo: Dissertação de mestrado em Psicologia Educacional
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spelling Auto-conceito e estatuto social da criançaPsicologia educacionalAuto-conceitoComportamento socialDesenvolvimento socialGrupo de paresSociometriaRedes sociaisProfessoresEducational psychologySelf-conceptSocial behaviourSocial developmentPeersSociometrySocial networksTeachersDissertação de mestrado em Psicologia EducacionalO estatuto dos pares é correntemente utilizado para avaliar a qualidade de inserção social da criança na escola. Presume-se que as distinções de estatuto social reflectem as diferenças de competência e de experiências sociais significativas para o ajustamento social, não somente na escola mas também fora do meio escolar. Estas experiências deveriam igualmente ser associadas às percepções que as crianças têm de si próprias e da sua situação social. As crianças que mostram dificuldades nas relações com os pares, principalmente numa época em que são obrigadas a passar a maior parte do tempo junto deles, perdem um contexto extremamente importante para o seu crescimento pessoal. As suas percepções negativas acerca de si próprias parecem condicionar significativamente a forma como a criança encara as suas relações sociais, dificultando-as ou mesmo impedindo-as. Neste trabalho são estudadas as interacções entre a aceitação das crianças pelo seu grupo de pares (a Popularidade), considerando a organização sócio-estrutural de três turmas do 4o ano de escolaridade de uma escola (centralidade social), associadas às suas percepções de Auto Competência e às Hetero-Percepções dos Professores. O objectivo do presente estudo é, por um lado, (a) verificar as interacções entre a aceitação das crianças pelo seu grupo de pares (a popularidade) e as suas percepções de auto competência. Por outro lado, (b) verificar se as avaliações dos professores revelam perfis de funcionamento social distintos segundo os estatutos sociais e (c) verificar a presença de desvios nas auto-percepções das crianças face às dos professores segundo a popularidade; e (d), numa perspectiva dinâmica, verificar o nível de integração social das crianças no grupo (centralidade social) e as suas percepções de auto competência e as hetero-percepções dos professores. Participaram no estudo 68 crianças do 4o ano de escolaridade (34 rapazes e 34 raparigas). Foram utilizadas neste estudo duas metodologias complementares relativas ao ajustamento social das crianças em grupos de pares: (a) a primeira, centrada no indivíduo e nas suas características, conduziu à identificação de diferentes estatutos sociométricos das crianças no seio da sua turma de acordo com o modelo de Coie e Dodge (Coie & Dodge, 1983, 1988); (b) a segunda metodologia, centrada nas dinâmicas colectivas, permitiu identificar estruturas sociais (Cairns & Cairns, 1994; Cairns et al., 1995) na rede afiliativa da turma (unidade de análise). O grau com que cada criança se envolve nas relações afiliativas na sala de aula - centralidade social grupai - foi medido com procedimentos desenvolvidos por Cairns, Perrin e Cairns (1985) com a técnica metodológica dos mapas sócio-cognitivos. Os dados relativos às duas metodologias assinaladas foram obtidos através de entrevistas individuais que foram feitas na Primavera. Para avaliar as duas perspectivas do auto-conceito: auto-percepção das crianças e hetero-percepção do professor, foram utilizadas no nosso estudo duas escalas de auto-conceito de Susan Harter (Harter, 1985): (a) Self Perception Profile for Children (SPPC, versão portuguesa de Martins et al., 1995) administradas em grupo e (b) Teachers Rating Scale of Child's Actual Behavior (TRS) (Escala do Professor para Avaliação do Comportamento Actual da Criança de Susan Harter), administrada individualmente. No que concerne à competência percebida pelos alunos, os resultados indicaram que o nível de aceitação pelo grupo de pares parece não ter nenhuma influência no auto-conceito do indivíduo em todas as áreas especificadas. Quando consideramos a fonte do professor, os dados permitem concluir que o nível de aceitação pelo grupo de pares (popularidade) parece ter uma influência na forma como os professores avaliam o indivíduo em algumas áreas especificadas. Verificamos que as crianças Rejeitadas pelo grupo têm em média uma competência inferior no que diz respeito à Atitude Comportamental e ao nível da Aceitação Social face à das crianças Populares. A comparação dos desvios perceptivos das crianças e aqueles que são fornecidos pelos professores no âmbito da popularidade assinalaram diferenças significativas a nível da escala de Competência Escolar para os grupos Popular, Médio e Negligenciado e para o grupo dos Rejeitados no domínio da Competência Atlética. Quando consideramos uma abordagem sócio-estrutural, verificamos que o nível de integração social da criança e a sua implicação no grupo (centralidade social) não tem influência na competência percebida pelas crianças. Registou-se uma percepção diferenciada por parte dos professores nos domínios da Aceitação Social, Aparência Física e Competência Atlética para os três níveis de centralidade: Nucleares. Secundários e Periféricos/Isolados. Verificamos a existência de desvios semelhantes para a centralidade social, para os grupos dos Nucleares e dos Periféricos/Isolados no domínio da Competência Escolar e nos grupos Secundários e Periféricos/Isolados para a Competência Atlética. Estes resultados fornecem alguma evidência de que as relações com os pares estão relacionadas com a forma como os professores avaliam os alunos nos domínios do auto-conceito. Por um lado, os professores assinalam a presença de perfis distintos, sobretudo no caso das crianças Rejeitadas e com níveis de centralidade baixa (Periférico/Isolado) ao apresentarem um funcionamento social mais problemático, apesar das crianças Rejeitadas e Periféricas/Isoladas não se aperceberem como menos competentes. A discussão centra-se no significado destes resultados para a identificação das crianças Rejeitadas e Isoladas como grupos de risco. Algumas implicações teóricas e educacionais dos resultados obtidos são discutidas no final do trabalho.Instituto Superior de Psicologia AplicadaSantos, António JoséRepositório do ISPALopes, Carlos2011-07-06T19:39:51Z2001-01-01T00:00:00Z2001-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/608porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:36:44Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/608Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:18:43.767934Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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