Queixas osteoarticulares nos cuidados de saúde primários

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Maria Teresa
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1001
Resumo: Introdução: Em Portugal, desconhece-se a importância real do impacto causado pelas doenças reumáticas, embora se saiba que afectam cerca de 30% da população. Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, representam cerca de 16-23% das consultas. Quando não diagnosticadas e tratadas atempadamente, podem ocasionar graves repercussões físicas, psicológicas, familiares, sociais e económicas. É fundamental que os Médicos de Medicina Geral e Familiar, primeiro elo de ligação com os doentes, saibam reconhe-cer adequadamente os sinais e sintomas das referidas doenças, com vista à sua referen-ciação precoce. Objectivos: Determinar a prevalência das queixas osteoarticulares nos Cuidados de Saúde Primários, na área de abrangência do Centro Hospitalar Cova da Beira, bem como caracterizar essas mesmas queixas e determinar a terapêutica farmaco-lógica mais prescrita pelos Médicos de Medicina Geral e Familiar desta área. Métodos: Neste estudo observacional, descritivo, foram distribuídos questionários aos Médicos de Medicina Geral e Familiar de três Centros de Saúde seleccionados (Covilhã, Belmonte e Fundão), para preencherem nas consultas de saúde do adulto, durante cinco dias conse-cutivos, referentes aos doentes com queixas do foro osteoarticular. Foi, ainda, distribuí-da a cada um dos clínicos, uma tabela para determinação da prevalência. Resultados e Discussão: O total de doentes dos três Centros de Saúde com queixas do foro osteoarti-cular foi 238 (n). O valor global de prevalência obtido foi de 21,3% (14,1% Centro de Saúde da Covilhã; 17,8% Centro de Saúde de Belmonte; 35,8% Centro de Saúde do Fundão). Verificou-se que as queixas osteoarticulares são mais frequentes no sexo feminino (70%) e no grupo etário dos 45 aos 64 anos. A maioria dos doentes apresenta excesso de peso (46,6%) e enquadra-se, a nível profissional, no grau V da classificação de Graffar (62%). As regiões anatómicas mais frequentemente referidas foram a região axial e o membro inferior (43% e 32%, respectivamente), sendo a coluna lombar e os joelhos (45%) as zonas mais frequentemente reportadas. No membro superior, 47% dos doentes têm dor ao nível dos ombros. Dos 238 doentes, 95 têm patologia articular (55% de ritmo mecânico e 45% de ritmo inflamatório) e 68 patologia periarticular. Foram considerados não interpretáveis 75 questionários. Das classes terapêuticas consideradas no estudo, os analgésicos não opiáceos foram prescritos a 148 doentes, seguindo-se os Anti-inflamatórios não Esteróides (118 doentes), os Inibidores da bomba de protões (86 doentes) e os Inibidores Selectivos da Ciclooxigenase 2 (81 doentes). Em muito menos grau foram prescritos analgésicos opiáceos e corticóides (18 e 13 doentes, respectiva-mente). Conclusão: A prevalência das queixas osteoarticulares nos Cuidados de Saúde Primários da área de referência do CHCB foi de 21,3%, estando de acordo com o que está referido na literatura. Predominam as queixas ao nível da coluna lombar e cervical, ombros e joelhos. Verifica-se que, numa parte significativa de questionários, ocorre uma dissonante caracterização dos sinais e sintomas, não permitindo uma correcta percepção dos mesmos. Os fármacos mais prescritos foram os analgésicos não opiáceos e os anti-inflamatórios não esteróides.
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Objectivos: Determinar a prevalência das queixas osteoarticulares nos Cuidados de Saúde Primários, na área de abrangência do Centro Hospitalar Cova da Beira, bem como caracterizar essas mesmas queixas e determinar a terapêutica farmaco-lógica mais prescrita pelos Médicos de Medicina Geral e Familiar desta área. Métodos: Neste estudo observacional, descritivo, foram distribuídos questionários aos Médicos de Medicina Geral e Familiar de três Centros de Saúde seleccionados (Covilhã, Belmonte e Fundão), para preencherem nas consultas de saúde do adulto, durante cinco dias conse-cutivos, referentes aos doentes com queixas do foro osteoarticular. Foi, ainda, distribuí-da a cada um dos clínicos, uma tabela para determinação da prevalência. Resultados e Discussão: O total de doentes dos três Centros de Saúde com queixas do foro osteoarti-cular foi 238 (n). O valor global de prevalência obtido foi de 21,3% (14,1% Centro de Saúde da Covilhã; 17,8% Centro de Saúde de Belmonte; 35,8% Centro de Saúde do Fundão). Verificou-se que as queixas osteoarticulares são mais frequentes no sexo feminino (70%) e no grupo etário dos 45 aos 64 anos. A maioria dos doentes apresenta excesso de peso (46,6%) e enquadra-se, a nível profissional, no grau V da classificação de Graffar (62%). As regiões anatómicas mais frequentemente referidas foram a região axial e o membro inferior (43% e 32%, respectivamente), sendo a coluna lombar e os joelhos (45%) as zonas mais frequentemente reportadas. No membro superior, 47% dos doentes têm dor ao nível dos ombros. Dos 238 doentes, 95 têm patologia articular (55% de ritmo mecânico e 45% de ritmo inflamatório) e 68 patologia periarticular. Foram considerados não interpretáveis 75 questionários. Das classes terapêuticas consideradas no estudo, os analgésicos não opiáceos foram prescritos a 148 doentes, seguindo-se os Anti-inflamatórios não Esteróides (118 doentes), os Inibidores da bomba de protões (86 doentes) e os Inibidores Selectivos da Ciclooxigenase 2 (81 doentes). Em muito menos grau foram prescritos analgésicos opiáceos e corticóides (18 e 13 doentes, respectiva-mente). Conclusão: A prevalência das queixas osteoarticulares nos Cuidados de Saúde Primários da área de referência do CHCB foi de 21,3%, estando de acordo com o que está referido na literatura. Predominam as queixas ao nível da coluna lombar e cervical, ombros e joelhos. Verifica-se que, numa parte significativa de questionários, ocorre uma dissonante caracterização dos sinais e sintomas, não permitindo uma correcta percepção dos mesmos. Os fármacos mais prescritos foram os analgésicos não opiáceos e os anti-inflamatórios não esteróides.Introduction: In Portugal, the real impact of rheumatologic diseases is still unknown, although it is clear that they affect about 30% of Portuguese population. They represent about 16-23% of Primary Care consultations. When undiagnosed and early treated, they can origin severe physical, psychological, familiar, social and economic repercussions. It is fundamental that General Practice physicians, the first link with patients, are able to recognize properly the signs and symptoms of the referred diseases, aiming to its early referentiation. Goals: Determine the prevalence of osteoarticular complaints at Primary Care, on Centro Hospitalar Cova da Beira’s area, as well as characterize those complaints and determine the pharmacological therapeutics that is more prescribed by General Practice physicians in this area. Methods: In this descriptive and observational study, self-administered questionnaires concerning patients osteoarticular pain complaints were distributed to General Practitioners of three selected Primary Care Centres (Covilhã, Belmonte e Fundão), to be fill out during a five consecutive day period. It has been also given a table to every physician, to determine prevalence. Results and Discussion: The total number of patients, from the three Primary Care Centres, with osteoarticular complaints was 238 (n). The global prevalence value was 21,3% (14,1% Covilhã’s Primary Care Centre, 17,8% Belmonte’s Primary Care Centre, 35,8% Fundão’s Primary Care Centre). It has been verified that osteoarticular complaints are more frequent among women (70%) and between ages 45 to 64. The majority of the patients is overweight (46,6%), fitting, at a professional level, on grade V of Graffar’s classification (62%). The anatomical regions more frequently mentioned were the axial region and lower limb (43% and 32%, respectively), being the lumbar spinal column and the knees (45%), the most frequently reported zones. On the superior limb, 47% of patients have shoulder level pain. Among the 238 patients, 95 have articular pathology (55% of mechanical rhythm and 45% of inflammatory rhythm) and 68 periarticular disease. 75 were considered not interpretable questionnaires. From the therapeutic classes in study, non opiates analgesic drugs were prescribed to 148 patients, followed by nonsteroidal anti-inflammatory drugs (118 patients), proton pump inhibitor drugs (86 patients) and ciclooxigenase 2 selective inhibitor drugs (81 patients). In a much lesser scale it has been prescribed painkiller opiates and corticoids (18 e 13 patients, respectively). Conclusion: The prevalence of osteoarticular complaints at Primary Care Centres from CHCB’s area was 21,3%, which is in conformity with literature. Lumbar and cervical spinal column, shoulders and knees complaints predominate. It has been verified that, in a significant part of questionnaires, a dissonant characterization of signals and symptoms occurs, which does not allow a correct perception of them. The most prescribed medication was non opiates analgesics and non-steroidal anti-inflammatory drugs.Universidade da Beira InteriorOliveira, Margarida Isabel Dias AlexandreAlmeida, Anabela Antunes deuBibliorumPereira, Maria Teresa2013-02-13T16:06:48Z2009-062009-06-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/1001porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:25Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1001Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:57.210631Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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