Humanitarismo, segurança humana e benignidade da dominação
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/11144/3303 |
Resumo: | Na ordem mundial do nosso tempo, o humanitarismo tornou-se num código moral e num suporte retórico para a ação política e, em especial, num dispositivo legitimador do intervencionismo internacional em escala global. Nesta apresentação procuro demonstrar que estamos diante de uma referência com uma trajetória evidenciadora da sua profunda ambiguidade. A sua originária lógica emancipadora foi acima de tudo expressão de convicções pueris do fi m da história, isto é, de que, no mundo do pós-guerra fria, teriam desaparecido as tensões ideológicas e geopolíticas de que alimentam as relações de poder. Desmentida esta ilusão, essa fé num humanitarismo regulador das soberanias foi cooptada pelo sistema de poder mundial que transformou as diferentes manifestações do humanitarismo em substitutos da política e mesmo em exigências de ação militar ofensiva. Intervenção humanitária e segurança humana são dois conceitos que dão concretização a esta trajetória e às suas contradições políticas profundas. Colocá-las em contexto – designadamente em articulação com as leituras emergentes na década de noventa para as quais a periferia seria um lugar em que a modernidade não tem chão e em que, por força dessa inviabilidade endémica, a barbárie pré-moderna de que se fazem as “novas guerras” a condena a fi car na dependência de intervenções externas – permite discutir melhor o seu efetivo alcance regulador no sistema internacional contemporâneo. |
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