Imigrantes africanos solicitantes de refúgio no Brasil: cooperação para o desenvolvimento e humanitarismo no Atlântico Sul

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Allan Rodrigo de Campos
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20092018-103623/
Resumo: Do fundo do poço lampejam as chamas que consomem a cidadela. O alquimista deixa sua casa: insistia em que era capaz de transformar chumbo em ouro. Mas o telhado quer cair em sua cabeça. Da cidadela se projeta um caminho, uma estrada longa, tão longa que jamais alguém poderia alcançar seu fim. Mesmo que pudesse, teria que atravessar o maior muro já construído, cercado por infantarias de voluntários e matilhas de cães. Se atravessasse o muro, já poderia avistar a escada, que teria que galgar, degrau a degrau, a socos e pontapés, deixando vários para trás, para alcançar o pórtico de onde se vê a porta da Lei. E se estivesse já às portas da Lei - que não pode transpor em nenhuma hipótese e entrasse (!), alcançaria o tribunal. A sentença final, todos sabemos, nunca seria proferida. Deveria contentar-se, portanto, com uma declaração provisória que, aliás, não é aceita por todos os tribunais do Império (nem por qualquer tribunal). Com a sentença em mãos poderia continuar a subir as escadas do templo, de onde já avistaria as chamas do vaso sacrificial. A lua minguante no céu levá-lo-ia a pensar que não se deve aceitar a guerra, o chumbo, o ouro, a estrada, o muro, a escada, a porta, a Lei, o tribunal, a sentença ainda que provisória o templo ou o próprio sacrifício. E, como seria um daqueles dias exóticos, em que se pode ver o Sol nascer enquanto a Lua permanece no céu, teria que conviver com a dúvida, com a luta, com o dia e com a noite.
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