A vida entre dois mundos - a metamorfose não apaga a história larvar de invertebrados marinhos com ciclos de vida bifásicos
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/38416 |
Resumo: | O ciclo de vida da maioria dos invertebrados marinhos alterna entre o ambiente pelágico (na coluna de água) e bentónico (no fundo). As larvas desenvolvem-se no meio pelágico, enquanto os adultos ocupam o bentos, cabendo às formas larvares realizarem a interface entre estes dois ambientes. As condições a que as larvas estão sujeitas durante o desenvolvimento e nos momentos de interface, podem influenciar a sobrevivência ou o fenótipo das mesmas, refletindo-se nas fases subsequentes do seu ciclo de vida. Neste estudo avaliámos o efeito da exposição a baixas salinidades de megalopas (último estado de desenvolvimento larvar dos caranguejos braquiúros) do caranguejo verde Carcinus maenas no momento em que estas regressam ao estuário para realizar a sua metamorfose (transição entre os modos de vida pelágico e bentónico). Foram simuladas condições resultantes de períodos de chuva intensa, que se refletem na salinidade do estuário. Deste modo, as megalopas selvagens recolhidas do plâncton foram expostas a dois tratamentos: salinidade 10 (extrema) e 25 (controlo), em condições de inanição (ausência de alimento) até morrerem ou realizarem a metamorfose. Após a metamorfose, todos os caranguejos juvenis em estádio 1 (C1) foram aclimatados a uma salinidade de 25 e mantidos em condições constantes de temperatura e alimento até caranguejo em estádio 5 (C5). Apesar da resistência das larvas à baixa salinidade, a vulnerabilidade nutricional e o custo do stress osmótico repercutiu-se no desempenho dos juvenis. Os indivíduos que foram expostos mais tempo a condições adversas, apresentaram os tamanhos mais pequenos e os pesos mais baixos, dando lugar a juvenis de menor qualidade. O início da vida bentónica é assim condicionado pela experiência pelágica, confirmando que a metamorfose não apaga a história larvar. |
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A vida entre dois mundos - a metamorfose não apaga a história larvar de invertebrados marinhos com ciclos de vida bifásicosStress osmóticoCarcinus maenasInterações fenotípicasCiclos de vida complexosO ciclo de vida da maioria dos invertebrados marinhos alterna entre o ambiente pelágico (na coluna de água) e bentónico (no fundo). As larvas desenvolvem-se no meio pelágico, enquanto os adultos ocupam o bentos, cabendo às formas larvares realizarem a interface entre estes dois ambientes. As condições a que as larvas estão sujeitas durante o desenvolvimento e nos momentos de interface, podem influenciar a sobrevivência ou o fenótipo das mesmas, refletindo-se nas fases subsequentes do seu ciclo de vida. Neste estudo avaliámos o efeito da exposição a baixas salinidades de megalopas (último estado de desenvolvimento larvar dos caranguejos braquiúros) do caranguejo verde Carcinus maenas no momento em que estas regressam ao estuário para realizar a sua metamorfose (transição entre os modos de vida pelágico e bentónico). Foram simuladas condições resultantes de períodos de chuva intensa, que se refletem na salinidade do estuário. Deste modo, as megalopas selvagens recolhidas do plâncton foram expostas a dois tratamentos: salinidade 10 (extrema) e 25 (controlo), em condições de inanição (ausência de alimento) até morrerem ou realizarem a metamorfose. Após a metamorfose, todos os caranguejos juvenis em estádio 1 (C1) foram aclimatados a uma salinidade de 25 e mantidos em condições constantes de temperatura e alimento até caranguejo em estádio 5 (C5). Apesar da resistência das larvas à baixa salinidade, a vulnerabilidade nutricional e o custo do stress osmótico repercutiu-se no desempenho dos juvenis. Os indivíduos que foram expostos mais tempo a condições adversas, apresentaram os tamanhos mais pequenos e os pesos mais baixos, dando lugar a juvenis de menor qualidade. O início da vida bentónica é assim condicionado pela experiência pelágica, confirmando que a metamorfose não apaga a história larvar.Universidade de Aveiro2023-07-07T11:08:41Z2016-01-01T00:00:00Z2016-01-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/38416por1647-323X10.34624/captar.v6i2.11333Rey, FelisaNeto, Gina M. SilvaRosa, RuiQueiroga, HenriqueCalado, Ricardoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-06T04:47:36Zoai:ria.ua.pt:10773/38416Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-06T04:47:36Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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