DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Matos,S
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Almeida,M, Duarte,A, Miranda,M
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013
Resumo: RESUMO Introdução Os profissionais hospitalares estiveram expostos a elevadas e/ou repetidas cargas virais durante a pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19. A duração e eficácia da imunidade pós-infeção permanece uma questão não cabalmente esclarecida. A determinação dos anticorpos séricos IgG anti-Spike/SARS-CoV-2 (IgG/anti-S) é a forma exequível de avaliar a imunidade contra este vírus. Métodos Identificaram-se 193 casos RT-PCR/SARS-COV-2 positivos de um total de 4200 profissionais de um centro hospitalar universitário, no período de março a maio 2020. Determinou-se a IgG/anti-S sérica por imunoensaio de quimioluminescência em três amostras trimestrais anonimizadas, para comparação das concentrações médias nos seis meses de observação (cut-off definido pelo fabricante: ≥1AU/mL). Classificou-se a gravidade da doença em assintomática, ligeira/moderada e grave/muito grave. Resultados 76,2% dos infetados eram mulheres com idade média ( x ¯) 39,6±11,7 anos (versus homens com idade média de 41,1±13,0 anos). Ratio entre mulheres/homens de 3,2. 93,8% trabalhava em serviços de elevado risco e, quanto à categoria profissional, 72,5% era enfermeiro ou assistente operacional. Relativamente à gravidade, 7,8% teve infeção assintomática e 6,7% doença grave, com internamento. Alguns infetados recusaram participação no estudo serológico, tendo-se incluído 177 casos, maioritariamente de gravidade ligeira/moderada. Na primeira determinação, 73,5% apresentava IgG/anti-S positivo (144/166 amostras), com IgG/anti-S x ¯ =12,5±9,1AU/mL, colhidos em x ¯ 50,3±15,3 dias após início dos sintomas. Na segunda determinação, 47,9% de amostras positivas (80/167), com título x ¯=2,7±4,9UA/mL, aos 143,1±43,9 dias. No último doseamento, 27,7% (31/112) positivas, com títulos x ¯=1,3±2,8 AU/mL, aos 241,3±75,5 dias após início dos sintomas. Discussão Verificou-se um decréscimo progressivo dos títulos de IgG/anti-S ao longo dos primeiros seis meses após doença, em consonância com os dados já publicados, apresentando 13% dos profissionais títulos abaixo do limiar de positividade um mês e meio após infeção, 52% aos quatro e 72% aos seis meses. Verificou-se ainda que, mesmo os com títulos positivos, aos seis meses, se aproximaram do ponto de corte, apresentando-se em curva descendente. Conclusão Estes resultados sugerem que a imunidade natural é fraca/escassa, reforçando que os profissionais infetados por SARS-CoV-2 devem ser vacinados contra a COVID-19. Esta medida, juntamente com as proteções coletivas e individuais adequadas, permitirá maximizar a segurança dos profissionais e doentes da instituição.
id RCAP_820e570f88d388781a97497ba66aa1a9
oai_identifier_str oai:scielo:S2183-84532022000100013
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊSAnticorposSARS-CoV-2COVID-19Saúde OcupacionalRESUMO Introdução Os profissionais hospitalares estiveram expostos a elevadas e/ou repetidas cargas virais durante a pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19. A duração e eficácia da imunidade pós-infeção permanece uma questão não cabalmente esclarecida. A determinação dos anticorpos séricos IgG anti-Spike/SARS-CoV-2 (IgG/anti-S) é a forma exequível de avaliar a imunidade contra este vírus. Métodos Identificaram-se 193 casos RT-PCR/SARS-COV-2 positivos de um total de 4200 profissionais de um centro hospitalar universitário, no período de março a maio 2020. Determinou-se a IgG/anti-S sérica por imunoensaio de quimioluminescência em três amostras trimestrais anonimizadas, para comparação das concentrações médias nos seis meses de observação (cut-off definido pelo fabricante: ≥1AU/mL). Classificou-se a gravidade da doença em assintomática, ligeira/moderada e grave/muito grave. Resultados 76,2% dos infetados eram mulheres com idade média ( x ¯) 39,6±11,7 anos (versus homens com idade média de 41,1±13,0 anos). Ratio entre mulheres/homens de 3,2. 93,8% trabalhava em serviços de elevado risco e, quanto à categoria profissional, 72,5% era enfermeiro ou assistente operacional. Relativamente à gravidade, 7,8% teve infeção assintomática e 6,7% doença grave, com internamento. Alguns infetados recusaram participação no estudo serológico, tendo-se incluído 177 casos, maioritariamente de gravidade ligeira/moderada. Na primeira determinação, 73,5% apresentava IgG/anti-S positivo (144/166 amostras), com IgG/anti-S x ¯ =12,5±9,1AU/mL, colhidos em x ¯ 50,3±15,3 dias após início dos sintomas. Na segunda determinação, 47,9% de amostras positivas (80/167), com título x ¯=2,7±4,9UA/mL, aos 143,1±43,9 dias. No último doseamento, 27,7% (31/112) positivas, com títulos x ¯=1,3±2,8 AU/mL, aos 241,3±75,5 dias após início dos sintomas. Discussão Verificou-se um decréscimo progressivo dos títulos de IgG/anti-S ao longo dos primeiros seis meses após doença, em consonância com os dados já publicados, apresentando 13% dos profissionais títulos abaixo do limiar de positividade um mês e meio após infeção, 52% aos quatro e 72% aos seis meses. Verificou-se ainda que, mesmo os com títulos positivos, aos seis meses, se aproximaram do ponto de corte, apresentando-se em curva descendente. Conclusão Estes resultados sugerem que a imunidade natural é fraca/escassa, reforçando que os profissionais infetados por SARS-CoV-2 devem ser vacinados contra a COVID-19. Esta medida, juntamente com as proteções coletivas e individuais adequadas, permitirá maximizar a segurança dos profissionais e doentes da instituição.Ajeogene Serviços Médicos Lda2022-06-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online v.13 2022reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013Matos,SAlmeida,MDuarte,AMiranda,Minfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:31:28Zoai:scielo:S2183-84532022000100013Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:34:34.727105Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
title DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
spellingShingle DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
Matos,S
Anticorpos
SARS-CoV-2
COVID-19
Saúde Ocupacional
title_short DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
title_full DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
title_fullStr DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
title_full_unstemmed DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
title_sort DETERMINAÇÃO SEQUENCIAL DE ANTICORPOS IGG ANTI-SPIKE SARS-COV-2 SEIS MESES APÓS INFEÇÃO/COVID-19 EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM HOSPITAL CENTRAL PORTUGUÊS
author Matos,S
author_facet Matos,S
Almeida,M
Duarte,A
Miranda,M
author_role author
author2 Almeida,M
Duarte,A
Miranda,M
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Matos,S
Almeida,M
Duarte,A
Miranda,M
dc.subject.por.fl_str_mv Anticorpos
SARS-CoV-2
COVID-19
Saúde Ocupacional
topic Anticorpos
SARS-CoV-2
COVID-19
Saúde Ocupacional
description RESUMO Introdução Os profissionais hospitalares estiveram expostos a elevadas e/ou repetidas cargas virais durante a pandemia de SARS-CoV-2/COVID-19. A duração e eficácia da imunidade pós-infeção permanece uma questão não cabalmente esclarecida. A determinação dos anticorpos séricos IgG anti-Spike/SARS-CoV-2 (IgG/anti-S) é a forma exequível de avaliar a imunidade contra este vírus. Métodos Identificaram-se 193 casos RT-PCR/SARS-COV-2 positivos de um total de 4200 profissionais de um centro hospitalar universitário, no período de março a maio 2020. Determinou-se a IgG/anti-S sérica por imunoensaio de quimioluminescência em três amostras trimestrais anonimizadas, para comparação das concentrações médias nos seis meses de observação (cut-off definido pelo fabricante: ≥1AU/mL). Classificou-se a gravidade da doença em assintomática, ligeira/moderada e grave/muito grave. Resultados 76,2% dos infetados eram mulheres com idade média ( x ¯) 39,6±11,7 anos (versus homens com idade média de 41,1±13,0 anos). Ratio entre mulheres/homens de 3,2. 93,8% trabalhava em serviços de elevado risco e, quanto à categoria profissional, 72,5% era enfermeiro ou assistente operacional. Relativamente à gravidade, 7,8% teve infeção assintomática e 6,7% doença grave, com internamento. Alguns infetados recusaram participação no estudo serológico, tendo-se incluído 177 casos, maioritariamente de gravidade ligeira/moderada. Na primeira determinação, 73,5% apresentava IgG/anti-S positivo (144/166 amostras), com IgG/anti-S x ¯ =12,5±9,1AU/mL, colhidos em x ¯ 50,3±15,3 dias após início dos sintomas. Na segunda determinação, 47,9% de amostras positivas (80/167), com título x ¯=2,7±4,9UA/mL, aos 143,1±43,9 dias. No último doseamento, 27,7% (31/112) positivas, com títulos x ¯=1,3±2,8 AU/mL, aos 241,3±75,5 dias após início dos sintomas. Discussão Verificou-se um decréscimo progressivo dos títulos de IgG/anti-S ao longo dos primeiros seis meses após doença, em consonância com os dados já publicados, apresentando 13% dos profissionais títulos abaixo do limiar de positividade um mês e meio após infeção, 52% aos quatro e 72% aos seis meses. Verificou-se ainda que, mesmo os com títulos positivos, aos seis meses, se aproximaram do ponto de corte, apresentando-se em curva descendente. Conclusão Estes resultados sugerem que a imunidade natural é fraca/escassa, reforçando que os profissionais infetados por SARS-CoV-2 devem ser vacinados contra a COVID-19. Esta medida, juntamente com as proteções coletivas e individuais adequadas, permitirá maximizar a segurança dos profissionais e doentes da instituição.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-06-01
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532022000100013
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Ajeogene Serviços Médicos Lda
publisher.none.fl_str_mv Ajeogene Serviços Médicos Lda
dc.source.none.fl_str_mv Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional online v.13 2022
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137402051100672