A influência dos stakeholders na responsabilidade social empresarial estratégica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Marta Maria Cordeiro
Data de Publicação: 2015
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/10038
Resumo: Esta pesquisa aborda a responsabilidade social empresarial (RSE) na perspectiva dos stakeholders, investigando como estes influenciam as decisões das organizações no que diz respeito ao desempenho da sua função social. Considerado um dos principais desafios da gestão do futuro, as relações com os stakeholders condicionam as decisões dos gestores pressionados para resultados imediatos enquanto procuram desenvolver práticas socialmente responsáveis. Partindo da teoria dos stakeholders (Clarkson, 1995; Freeman, 1984; Parmar, Freeman, Harrison, Wicks, Purnell e Colle, 2010) em que foram identificados os stakeholders mais salientes (Mitchell, Agle e Wood, 1997; Neville, Bell e Whitwell, 2011; Parent e Deephouse, 2007), e da teoria da RSE (Carroll, 1979, 1991; Schwartz e Carroll, 2003; Wood, 1991, 2010), procurou-se perceber até que ponto estes stakeholders influenciam a RSE estratégica (Porter e Kramer, 2006, 2011). Adoptando a metodologia de estudo de caso e aplicada ao contexto português, numa orientação ética que está subjacente à vertente normativa dos stakeholders, concluiu-se que estes, sejam primários, sejam secundários (Clarkson, 1995), exercem um papel importante nas políticas de RSE e os que são considerados salientes (Mitchell et al., 1997; Neville et al., 2011) são os que mais influenciam estas políticas. No entanto, apenas os colaboradores e os accionistas são determinantes na RSE estratégica enquanto a comunidade e os clientes apenas o são de uma forma indirecta. De todos os stakeholders, os colaboradores são os que exercem maior influência, propondo e operacionalizando as acções de RSE, apoiados por uma cultura interna de orientação para os stakeholders e fomentando o envolvimento com os stakeholders mais salientes. Os accionistas exercem influência apenas na RSE estratégica, impondo a sua vontade mas delegando a execução aos colaboradores e concentrando os seus esforços nas acções que criam valor para a organização. Por último, as políticas de RSE reflectem as três dimensões propostas por Carroll (1979, 1991) e por Schwartz e Carroll (2003) e os stakeholders mais salientes são os que têm maior influência sobre elas. No entanto, a RSE estratégica (Porter e Kramer, 2006, 2011) não reflecte estas dimensões, existindo uma clara predominância da dimensão económica sobre a legal e a ética, para além deste tipo de RSE ter as acções concentradas nas áreas de investigação, desenvolvimento e inovação.
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Partindo da teoria dos stakeholders (Clarkson, 1995; Freeman, 1984; Parmar, Freeman, Harrison, Wicks, Purnell e Colle, 2010) em que foram identificados os stakeholders mais salientes (Mitchell, Agle e Wood, 1997; Neville, Bell e Whitwell, 2011; Parent e Deephouse, 2007), e da teoria da RSE (Carroll, 1979, 1991; Schwartz e Carroll, 2003; Wood, 1991, 2010), procurou-se perceber até que ponto estes stakeholders influenciam a RSE estratégica (Porter e Kramer, 2006, 2011). Adoptando a metodologia de estudo de caso e aplicada ao contexto português, numa orientação ética que está subjacente à vertente normativa dos stakeholders, concluiu-se que estes, sejam primários, sejam secundários (Clarkson, 1995), exercem um papel importante nas políticas de RSE e os que são considerados salientes (Mitchell et al., 1997; Neville et al., 2011) são os que mais influenciam estas políticas. No entanto, apenas os colaboradores e os accionistas são determinantes na RSE estratégica enquanto a comunidade e os clientes apenas o são de uma forma indirecta. De todos os stakeholders, os colaboradores são os que exercem maior influência, propondo e operacionalizando as acções de RSE, apoiados por uma cultura interna de orientação para os stakeholders e fomentando o envolvimento com os stakeholders mais salientes. Os accionistas exercem influência apenas na RSE estratégica, impondo a sua vontade mas delegando a execução aos colaboradores e concentrando os seus esforços nas acções que criam valor para a organização. Por último, as políticas de RSE reflectem as três dimensões propostas por Carroll (1979, 1991) e por Schwartz e Carroll (2003) e os stakeholders mais salientes são os que têm maior influência sobre elas. No entanto, a RSE estratégica (Porter e Kramer, 2006, 2011) não reflecte estas dimensões, existindo uma clara predominância da dimensão económica sobre a legal e a ética, para além deste tipo de RSE ter as acções concentradas nas áreas de investigação, desenvolvimento e inovação.This study addresses corporate social responsibility (CSR) from the stakeholders’ perspective, researching how they influence organizations’ decisions as regards fulfilling their social role. Considered to be one of the management challenges of the future, stakeholder relations condition the decision of managers pressured to obtain immediate results as they strive to develop socially responsible practices. Starting from stakeholder theory (Clarkson, 1995; Freeman, 1984; Parmar, Freeman, Harrison, Wicks, Purnell and Colle, 2010) where the most salient stakeholders were identified (Mitchell, Agle and Wood, 1997; Neville, Bell and Whitwell, 2011; Parent and Deephouse, 2007), and CSR theory (Carroll, 1979, 1991; Schwartz and Carroll, 2003; Wood, 1991, 2010), we strove to understand to what extent these stakeholders influence strategic CSR (Porter and Kramer, 2006, 2011). Adopting the case study methodology applied to the Portuguese context, in an ethical orientation that underlies the normative stakeholders theory, it was concluded that, whether they are primary or secondary (Clarkson, 1995), they play an important role in CSR policies, and those that are considered salient (Mitchell et al., 1997; Neville et al., 2001) are the ones that influence these policies the most. However, only employees and shareholders are decisive in strategic CSR, while the community and clients only manage to do so indirectly. From all the stakeholders, employees are those that exert the highest influence, proposing and operationalizing CSR initiatives, supported by an internal culture of stakeholder orientation, and fostering the involvement with the more salient stakeholders. Shareholders exert influence only on strategic CSR, imposing their decisions delegating implementation on employees and focusing their efforts in initiatives that create value for the organization. Finally, CSR policies reflect the three dimensions proposed by Carroll (1979, 1991) and by Schwartz and Carroll (2003), and the more salient stakeholders are those that have the highest influence on them. Nevertheless, strategic CSR (Porter e Kramer, 2006, 2001) does not reflect these dimensions, showing a clear predominance of the economic dimension over the legal and the ethical ones; besides in this type of CSR initiatives are focused in areas of research, development and innovation.2015-10-28T15:50:38Z2015-01-01T00:00:00Z20152015-03doctoral thesisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/10038TID:101344643por978-989-732-765-0Lopes, Marta Maria Cordeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-07-07T03:18:55Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/10038Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-07-07T03:18:55Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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