Mastoidites agudas em pediatria – a aumentar novamente?

• Autor(a) principal: Almeida, Sónia
• Data de Publicação: 2019
• Outros Autores: Rocha, Leonor, Zenha, Raquel, Rios, Helena, Azevedo, Luisa, Flores, Maria Manuel
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2019.13056
• topic: Case series

Introdução: A mastoidite aguda (MA) é uma patologia otológica que pode originar graves complicações. Estudos recentes referem um aumento da sua incidência. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a frequência e particularidades das MA num hospital nível II nos últimos cinco anos e comparar com os cinco anos prévios. Métodos: Análise retrospetiva dos processos clínicos de crianças internadas com MA entre 2011-2015 num hospital nível II. Resultados: No período em estudo ocorreram 105 internamentos por MA em 98 crianças (mais 46 casos que num estudo relativo aos cinco anos prévios). A mediana de idade foi seis anos, com predomínio do sexo masculino (58%, n=57). Identificou-se pelo menos um fator de risco otorrinolaringológico em 52% (n=55) e realizaram antibioterapia prévia 51% (n=54). A clínica predominante foi otalgia (92%, n=97) e presença de sinais inflamatórios retroauriculares (93%, n=98). Analiticamente, 43% (n=45) apresentavam leucocitose e 35% (n=37) proteína C reativa >4 mg/dL. Efetuou-se tomografia computorizada em 30% (n=31) e punção lombar em três casos, por evolução desfavorável. Registaram-se complicações em 7% (n=7), extracranianas em três casos e intracranianas em quatro, com maior frequência naqueles com idade inferior a três anos (p 0,04). A cefaleia foi mais frequente no grupo com complicações (p 0,007). Todos realizaram antibioterapia endovenosa e 19% (n=20) foram submetidos a cirurgia otorrinolaringológica, urgente em 35% (n=7) destes. Em 10% (n=10) ocorreu recidiva. Discussão: Tal como noutros estudos, constatámos aumento da incidência de MA nos últimos cinco anos. A taxa de complicações foi também semelhante à relatada em vários trabalhos. Introduction: Acute mastoiditis (AM) is an otological disease that can lead to serious complications. Recent studies denote an increase in the incidence of mastoiditis. The aim of this study was to evaluate the frequency and characteristics of AM in one secondary hospital in the past five years and to compare with previous years. Methods: Retrospective study of children with AM admitted between 2011 and 2015. Results: During this period 105 AM were diagnosed in 98 children (more 46 cases than in the previous five years). Median age was six years, with male predominance (58%, n=57). It was presented at least oneotorhinolaryngological risk factor in 52% (n=55) and 51% (n=54) used prior antibiotic. Otalgy (92%, n=97) and inflammatory signs of the postauricular region (93%, n=98) was the major clinical findings. Overall, 43% (n=45) presented >15x109 white blood cells/L and 35% (n=37) C-reactive protein >4 mg/dl. Computed tomography and lumbar puncture were realized in those with no improvement (n=31, 30% and n=3, respectively). Complications occurred in 7% (n=7), three extracranial and four intracranial, mostly in children below three years (p 0,04). Headache was more frequent in the group with complications (p 0,007). All patients were treated with intravenous antibiotics and 19% (n=20) needed surgical intervention, urgent in 35% (n=7) of them. Relapse was observed in 10% (n=10). Discussion: Similar to some studies, we found an increase in the frequency of AM in the last five years. The rate of complications was also analogous to other studies.