Estudo e caracterização de pellets produzidos a partir do engaço da uva

• Autor(a) principal: Ventura, Beatriz Mariano
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/29423
• topic: Biomassa; Pellets; Engaço da uva; Caracterização; Combustão

A consciencialização ambiental tem vindo a aumentar, tendo levado ao interesse crescente na valorização material e energética da biomassa. Por outro lado, a legislação é cada vez mais restrita no que diz respeito ao tratamento de resíduos agrícolas. Assim, na presente dissertação estudaram-se e caracterizaram-se pellets produzidos a partir do engaço da uva. Na produção dos pellets foram estudados diferentes teores de humidade, de modo a verificar qual a sua influência nas características físicas do pellet. A nível de caracterização física foram analisados parâmetros como a dimensão, densidade aparente, teor de finos e durabilidade mecânica. Todos eles apresentaram resultados satisfatórios e competitivos com os pellets existentes no mercado. A nível de caracterização química realizou-se análise imediata, análise elementar, TGA em atmosfera oxidante, poder calorífico e análise de inorgânicos das cinzas. Também o poder calorífico apresentou um resultado satisfatório, 16,65 MJ/kg, em base tal e qual. Contudo o elevado teor de cinzas obtido na análise imediata, 5,76%, indica limitações desta matéria-prima. Estes efeitos negativos das cinzas foram observados durante a experiência de combustão realizada onde houve acumulação de cinzas no equipamento, impedindo a queima dos pellets de engaço da uva. Durante a experiência de combustão dos pellets de engaço da uva, foi realizada a monotorização da composição dos gases de combustão, tendo-se observado a emissão de alguns compostos de combustão incompleta, como por exemplo o CO. Do trabalho realizado conclui-se que o engaço da uva é uma matéria-prima com potencial de utilização, e devem-se estudar formas de melhorar as suas características como combustível, nomeadamente aplicando um pré-processamento que pode inclusivamente incluir a sua mistura com outros tipos de biomassa ou até a sua utilização em tecnologias alternativas de valorização energética.