Uso inapropriado de inibidores da bomba de protões num serviço de medicina interna
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Data de Publicação: | 2014 |
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Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0872-81782014000100005 |
Resumo: | Introdução: Os inibidores da bomba de protões são os agentes mais eficazes na redução da secreção ácida gástrica, sendo comum a sua utilização na profilaxia da doença ulcerosa. Objetivos: O estudo pretende avaliar a prescrição de inibidores da bomba de protões num serviço de medicina, determinar se o seu uso em profilaxia é apropriado e qual o impacto financeiro associado. Do mesmo modo, no caso do uso justificado, avaliar se a via de administração adotada foi a adequada. Definir posteriormente as orientações institucionais para a utilização destes medicamentos. Métodos: Foi realizado um estudo transversal, prospetivo e observacional no serviço de medicina interna de um hospital distrital, num período de 2 meses em 2011. Foram analisados todos os doentes, com idade superior a 18 anos, que iniciaram este medicamento nas primeiras 72 horas de internamento. A subpopulação em que a prescrição foi efetuada de forma profilática foi identificada e o seu uso foi avaliado. As indicações adequadas foram definidas baseando-se em guidelines internacionais do American College of Gastroenterology e do American Journal of Health-System Pharmacy. Aplicou-se simultaneamente o índice de co-morbilidades de Charlson em todos os doentes. Resultados: Dos 343 doentes internados no serviço no período em análise, 186 receberam este medicamento profilaticamente, sendo que 74 (39,8%) fizeram uso sem indicação e dos restantes 112, 25 fizeram uso endovenoso inapropriadamente. A maioria dos doentes em que tal medicação foi prescrita sem indicação tinha idade superior ou igual a 70 anos (p < 0,001) e a aplicação do índice de Charlson demonstrou que estes doentes não apresentavam maior número de co-morbilidades (índice médio = 1,68). O custo da utilização inapropriada deste medicamento no serviço de medicina foi de 483,28 euros neste período. Estima-se que, no ano de 2011, foram gastos inapropriadamente cerca de 3.000 euros, que correspondem a aproximadamente 9% do custo total do hospital com este fármaco. Conclusão: Este estudo mostra que o uso de inibidores da bomba de protões em doentes não críticos é muitas vezes desnecessário e resulta num aumento significativo dos custos. A implementação de normas de orientação clínica é essencial para o uso mais racional dos medicamentos. |
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