Interferências da posição dos membros inferiores, nos padrões posturais e performance, na prática violinística

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Isa Vanessa Pinto
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/22600
Resumo: Este projeto de investigação pretende esclarecer de que forma, diferentes posições na execução do instrumento, nomeadamente dos membros inferiores, podem, ou não, influenciar a postura e a tensão dos músculos do tronco, e se estas podem ter algum impacto na prática violinística. Neste sentido, foi delineado e implementado um projeto de investigação que avaliou o nível de tensão muscular ao nível do tronco do instrumentista de forma a esclarecer como diferentes padrões posturais poderão influenciar esta prática. Foram avaliados 16 jovens adultos, entre os 19 e os 24 anos, em três posições: as duas convencionais (sentada e de pé) e a posição de pé com flexão de uma anca (a esquerda) através do apoio do pé num pequeno banco de 14 cm de altura. Todos eles executaram 6 excertos musicais: os primeiros quatro excertos foram executados respetivamente nas 4 cordas do violino; os dois últimos tiveram uma maior exigência técnica e biomecânica, pelo facto de serem executados nas cordas extremas (Sol e Mi) e principalmente pela maior amplitude exigida de mudanças de posição em cada uma dessas cordas. Este trabalho foi realizado em colaboração com o Laboratório do Movimento da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) e todos os participantes foram submetidos, durante a performance, à avaliação eletromiográfica de 5 músculos: infra espinhoso esquerdo, trapézio esquerdo, esternocleidomastóideo direito e longuíssimos do dorso (esquerdo e direito). Estas foram registadas em áudio e posteriormente avaliadas, quanto à qualidade técnica da execução instrumental por 3 professores. Os dados registados foram processados por um software adequado que obteve o “Root Mean Square” (RMS) e posteriormente, sujeitos a estudo estatístico - “Paired Sample Test”. Os resultados obtidos, na posição de pé em flexão da anca, mostraram uma tendência para uma diminuição da tensão dos músculos longuíssimos do dorso, do trapézio e infra espinhoso, relativamente às duas posições “clássicas”. Essa diferença foi significativa (sig. < 0,05) em muitos dos trechos quando comparada esta posição (de pé com a flexão da anca) com as duas outras posições, de pé e sentada. Já na comparação entre estas posições “clássicas”, essa tendência também existiu, com maior tensão média dos referidos músculos na posição sentada, mas a diferença só foi significativa (sig. < 0,05) em dois trechos, um com o músculo infra espinhoso e outro com o longuíssimo do dorso direito. A posição de pé com flexão da anca, apesar de não ser habitual na prática instrumental de qualquer dos 16 participantes, não originou uma alteração da qualidade técnica de execução dos trechos, que fosse mensurável na avaliação feita pelos 3 professores de violino. Pela análise dos resultados, foi possível mostrar que deve existir uma maior consciência, instrução e cuidados na prática violinística, quer profissional, quer amadora, já que uma pequena alteração postural pode originar uma diminuição significativa da tensão dos músculos do tronco, cujas contraturas são reconhecidamente causas frequentes de dores na coluna e nomeadamente nos instrumentistas. Evidenciou ainda que os profissionais e os professores de violino devem estar a par desta temática para que possam corrigir e/ou melhorar posturas incorretas adotadas pelos respetivos alunos e, por vezes, por eles próprios. Estudos futuros devem ser lançados para saber se o treino diário com esta alteração da postura pode, não só, levar à diminuição da prevalência das dores da coluna, mas também, à melhoria da performance pelo efeito do relaxamento muscular no controle da fadiga e consequente ganho de coordenação motora global.
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Todos eles executaram 6 excertos musicais: os primeiros quatro excertos foram executados respetivamente nas 4 cordas do violino; os dois últimos tiveram uma maior exigência técnica e biomecânica, pelo facto de serem executados nas cordas extremas (Sol e Mi) e principalmente pela maior amplitude exigida de mudanças de posição em cada uma dessas cordas. Este trabalho foi realizado em colaboração com o Laboratório do Movimento da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) e todos os participantes foram submetidos, durante a performance, à avaliação eletromiográfica de 5 músculos: infra espinhoso esquerdo, trapézio esquerdo, esternocleidomastóideo direito e longuíssimos do dorso (esquerdo e direito). Estas foram registadas em áudio e posteriormente avaliadas, quanto à qualidade técnica da execução instrumental por 3 professores. Os dados registados foram processados por um software adequado que obteve o “Root Mean Square” (RMS) e posteriormente, sujeitos a estudo estatístico - “Paired Sample Test”. Os resultados obtidos, na posição de pé em flexão da anca, mostraram uma tendência para uma diminuição da tensão dos músculos longuíssimos do dorso, do trapézio e infra espinhoso, relativamente às duas posições “clássicas”. Essa diferença foi significativa (sig. < 0,05) em muitos dos trechos quando comparada esta posição (de pé com a flexão da anca) com as duas outras posições, de pé e sentada. Já na comparação entre estas posições “clássicas”, essa tendência também existiu, com maior tensão média dos referidos músculos na posição sentada, mas a diferença só foi significativa (sig. < 0,05) em dois trechos, um com o músculo infra espinhoso e outro com o longuíssimo do dorso direito. A posição de pé com flexão da anca, apesar de não ser habitual na prática instrumental de qualquer dos 16 participantes, não originou uma alteração da qualidade técnica de execução dos trechos, que fosse mensurável na avaliação feita pelos 3 professores de violino. Pela análise dos resultados, foi possível mostrar que deve existir uma maior consciência, instrução e cuidados na prática violinística, quer profissional, quer amadora, já que uma pequena alteração postural pode originar uma diminuição significativa da tensão dos músculos do tronco, cujas contraturas são reconhecidamente causas frequentes de dores na coluna e nomeadamente nos instrumentistas. Evidenciou ainda que os profissionais e os professores de violino devem estar a par desta temática para que possam corrigir e/ou melhorar posturas incorretas adotadas pelos respetivos alunos e, por vezes, por eles próprios. Estudos futuros devem ser lançados para saber se o treino diário com esta alteração da postura pode, não só, levar à diminuição da prevalência das dores da coluna, mas também, à melhoria da performance pelo efeito do relaxamento muscular no controle da fadiga e consequente ganho de coordenação motora global.This research project aims to clarify how different positions in the instrument's execution, particularly of the lower limbs, may or may not influence the posture and tension of the trunk muscles, and whether these can have any impact on violin practice. In this sense, a research project was delineated and implemented to evaluate the level of muscular tension at the level of the trunk of the instrumentalist in order to clarify how different postural patterns could influence this practice. Sixteen young adults, aged 19 to 24 years old, were evaluated in three positions: the two conventional (sitting and standing) and the standing position with flexion of a hip (the left) through the support of foot in a small bench of 14 cm. They all performed 6 musical excerpts: the first four excerpts were performed respectively on the 4 strings of the violin; the last two had a higher technical and biomechanical requirement, since they were executed in the extreme strings (G and E) and mainly because of the greater amplitude required in changes of position for each one of those strings. This work was carried out at in collaboration with the “Laboratório do Movimento da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro” (ESSUA) and all participants were submitted, during the performance, to the electromyographic evaluation of 5 muscles: left infraspinatus, left trapezius, right sternocleidomastoid and longissimus dorsal (left and right). These were recorded in audio and later evaluated, regarding the technical quality of the instrumental execution, by 3 teachers. The recorded data was processed by suitable software that obtained the Root Mean Square (RMS) and later, subject to statistical study - "Paired Sample Test". The results obtained, in the standing position with hip flexion, showed a tendency for decrease in tension of the longissimus dorsal muscles, trapezius and infraspinatus, relative to the two "classic" positions. This difference was significant (sig. <0.05) in many of the snippets when comparing this position (standing with hip flexion) with the other two positions, standing and sitting. In the comparison between the "classic" positions, this tendency also existed, with a higher average tension of the muscles in the sitting position, but the difference was only significant (sig. <0.05) in two snippets, one with the infraspinatus muscle and another with the right longissimus dorsal. The standing position with hip flexion, although not usual in the instrumental practice of any of the 16 participants, did not lead to a measurable change in the technical quality of the excerpts, in the assessment of the 3 violin teachers. By the analysis of the results, it was possible to show that there should be greater awareness, instruction and care in the violin practice, both professional and amateur, since a small postural change can lead to a significant decrease in the tension of the trunk muscles, whose contractures are admittedly frequent causes of back pain and particularly in the instrumentalists. It also evidenced that violin professionals and teachers should be aware of this issue so they can correct and/or improve incorrect postures adopted by their students and sometimes by themselves. Future studies should be conducted to determine whether daily training with this change in posture may, not only, lead to a decrease in the prevalence of back pain, but also, to performance improvement through the effect of muscle relaxation on fatigue control and consequent gain of global motor coordination.Universidade de Aveiro2018-03-12T11:41:06Z2017-01-01T00:00:00Z2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/22600TID:201939207porLeite, Isa Vanessa Pintoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:44:19Zoai:ria.ua.pt:10773/22600Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:56:43.610421Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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