Dinâmicas do desenvolvimento urbano e estratégias espaciais da distribuição alimentar na Área Metropolitana de Lisboa
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/40685 |
Resumo: | As profundas mudanças das dinâmicas urbanas nas áreas metropolitanas e a crescente concentração do capital da distribuição alimentar, registadas nas últimas décadas, apelam para uma análise da evolução da relação cidade e comércio. Com a difusão das grandes cadeias de distribuição, essas mudanças caracterizaram-se inicialmente por transições espaciais que, descurando a cidade-centro, privilegiaram modelos de abastecimento descentralizados, decorrentes da suburbanização metropolitana, para, mais recentemente, apostarem em formatos comerciais com padrões espaciais ancorados na proximidade. Neste contexto, a investigação teve como objetivo central relacionar a evolução da organização espacial da distribuição de dominante alimentar com as dinâmicas espaciais do desenvolvimento urbano na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Considerando que as transições espácio-temporais se intensificaram com o advento das cadeias de distribuição, que desenvolvem, também nas áreas metropolitanas, vigorosas estratégias de seletividade territorial, adotou-se como caso de estudo a cadeia Sonae MC, líder no mercado nacional da distribuição alimentar, que explora distintos formatos na AML. Metodologicamente, através da reconstrução das dinâmicas demográficas centro-periferia, analisou-se a evolução espácio-temporal do desenvolvimento urbano na AML. Construíram-se, seguidamente, instrumentos relativos às estratégias espaciais da distribuição alimentar. A partir de métricas espaciais, discutiu-se a reconfiguração do padrão e da morfologia espaciais desenvolvidos pela Sonae MC. Posteriormente, através de medidas de densidade e de proximidade, caracterizaram-se os atributos espaciais privilegiados pelos distintos formatos comerciais explorados pela cadeia. Finalmente, mobilizando a linguagem coremática, elaborou-se um modelo gráfico das relações entre as dinâmicas urbanas e a recomposição das estratégias espaciais da Sonae MC na AML. Os resultados demonstraram que as estratégias espaciais da distribuição alimentar na AML decorrem, em parte, das dinâmicas do desenvolvimento urbano. Em períodos de forte crescimento suburbano, a Sonae MC desenvolveu estratégias espaciais descentralizadas, investindo em estabelecimentos de grande dimensão, como os hipermercados e os grandes supermercados, localizados em áreas de elevada acessibilidade. Contudo, mais recentemente, observaram-se tendências de abrandamento da robustez demográfica da periferia metropolitana e de reversão do declínio acentuado da cidade-centro, dinâmica urbana também decalcada pela cadeia, que, pela primeira vez, desenvolveu uma estratégia espacial mais centralizada, resultante do investimento em pequenos estabelecimentos de proximidade em áreas residenciais consolidadas e do progressivo ou total desinvestimento em formatos de grande dimensão na periferia. As conclusões da investigação permitem afirmar que, para se ajustar às diferentes dinâmicas do desenvolvimento urbano e continuar a crescer, a Sonae MC foi mobilizando o espaço e desenvolvendo novos formatos comerciais como estratégias adaptativas face às novas exigências do mercado. |
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Dinâmicas do desenvolvimento urbano e estratégias espaciais da distribuição alimentar na Área Metropolitana de LisboaDesenvolvimento urbanoDestruição criativa do ambiente construídoCapital espacialEstratégias espaciais da distribuição alimentarSonae MCGeografiaSociedadeTerritórioAs profundas mudanças das dinâmicas urbanas nas áreas metropolitanas e a crescente concentração do capital da distribuição alimentar, registadas nas últimas décadas, apelam para uma análise da evolução da relação cidade e comércio. Com a difusão das grandes cadeias de distribuição, essas mudanças caracterizaram-se inicialmente por transições espaciais que, descurando a cidade-centro, privilegiaram modelos de abastecimento descentralizados, decorrentes da suburbanização metropolitana, para, mais recentemente, apostarem em formatos comerciais com padrões espaciais ancorados na proximidade. Neste contexto, a investigação teve como objetivo central relacionar a evolução da organização espacial da distribuição de dominante alimentar com as dinâmicas espaciais do desenvolvimento urbano na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Considerando que as transições espácio-temporais se intensificaram com o advento das cadeias de distribuição, que desenvolvem, também nas áreas metropolitanas, vigorosas estratégias de seletividade territorial, adotou-se como caso de estudo a cadeia Sonae MC, líder no mercado nacional da distribuição alimentar, que explora distintos formatos na AML. Metodologicamente, através da reconstrução das dinâmicas demográficas centro-periferia, analisou-se a evolução espácio-temporal do desenvolvimento urbano na AML. Construíram-se, seguidamente, instrumentos relativos às estratégias espaciais da distribuição alimentar. A partir de métricas espaciais, discutiu-se a reconfiguração do padrão e da morfologia espaciais desenvolvidos pela Sonae MC. Posteriormente, através de medidas de densidade e de proximidade, caracterizaram-se os atributos espaciais privilegiados pelos distintos formatos comerciais explorados pela cadeia. Finalmente, mobilizando a linguagem coremática, elaborou-se um modelo gráfico das relações entre as dinâmicas urbanas e a recomposição das estratégias espaciais da Sonae MC na AML. Os resultados demonstraram que as estratégias espaciais da distribuição alimentar na AML decorrem, em parte, das dinâmicas do desenvolvimento urbano. Em períodos de forte crescimento suburbano, a Sonae MC desenvolveu estratégias espaciais descentralizadas, investindo em estabelecimentos de grande dimensão, como os hipermercados e os grandes supermercados, localizados em áreas de elevada acessibilidade. Contudo, mais recentemente, observaram-se tendências de abrandamento da robustez demográfica da periferia metropolitana e de reversão do declínio acentuado da cidade-centro, dinâmica urbana também decalcada pela cadeia, que, pela primeira vez, desenvolveu uma estratégia espacial mais centralizada, resultante do investimento em pequenos estabelecimentos de proximidade em áreas residenciais consolidadas e do progressivo ou total desinvestimento em formatos de grande dimensão na periferia. As conclusões da investigação permitem afirmar que, para se ajustar às diferentes dinâmicas do desenvolvimento urbano e continuar a crescer, a Sonae MC foi mobilizando o espaço e desenvolvendo novos formatos comerciais como estratégias adaptativas face às novas exigências do mercado.The deep changes in urban dynamics in metropolitan areas and the growing concentration of capital concentration in food distribution sector in the last decades call for an analysis of the evolution of the relationship between city and retail. With the diffusion of large distribution chains, these changes were initially characterized by spatial switchings that, overlooking city-center, favored decentralized supply models, resulting from metropolitan suburbanization, to more recently focus on retail formats based on proximity spatial patterns. In this context, this research had as a main goal to establish a relation between the evolution of food distribution spatial organization and the dynamics of urban development in the Lisbon Metropolitan Area (AML). Considering that spatial and temporal switchings intensified with the arrival of food distribution chains, which also developed strong territorial selectivity strategies in metropolitan areas, it was used as a case study the chain Sonae MC, which is the current leader of Portuguese food distribution market and which explores different retail formats in AML. Methodologically, through the reconstruction of center-periphery demographic dynamics, it was possible to understand the spatial and temporal evolution of dynamics of urban development in AML. Subsequently, empirical instruments related to spatial strategies of the food distribution were built. Using spatial metrics, the reconfiguration of the spatial pattern and morphology developed by Sonae MC was analyzed. Later, through density and proximity spatial measurements, the spatial attributes privileged by the different retail formats explored by the chain were characterized. Finally, by mobilizing the chorematic language, a graphic model of the relationship between urban dynamics and the recomposition of Sonae MC’s spatial strategies in AML was elaborated. The results demonstrated that spatial strategies of food distribution are derived, in part, from the urban development dynamics. In periods of strong suburban growth, Sonae MC developed decentralized spatial strategies, investing in large retail formats, such as hypermarkets and big supermarkets, located in areas of high accessibility. However, more recently, there has been a slowing down of the demographic robustness of the metropolitan periphery and a reversal of the sharp decline of the city center. This urban dynamic has also been displaced by the chain, which, for the very first time, developed a more centralized spatial investment in small and proximity retail formats, located in consolidated residential areas. At the same time, Sonae MC has been disinvesting in large retail formats in the periphery. The research findings allow us to state that to adjust to the different dynamics of urban development and to continue to grow, Sonae MC has been mobilizing space and developing new food retail formats in response to the new demands of the market.Cachinho, HerculanoRepositório da Universidade de LisboaSilva, Diogo António Gaspar e2019-12-30T16:45:46Z2019-12-022019-12-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/40685TID:202346013porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:40:10Zoai:repositorio.ul.pt:10451/40685Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:54:21.366614Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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