PHDA no Feminino
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/11323 |
Resumo: | Introdução: A perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) é uma das perturbações do comportamento mais frequentes na infância e adolescência, com uma prevalência de cerca de 5,3%, em todo o mundo. Esta perturbação é tipicamente mais frequente no género masculino, no entanto, o rácio masculino:feminino (M:F) tende a apresentar maior disparidade em amostras clínicas do que em amostras comunitárias, o que sugere que a PHDA pode estar a ser subdiagnosticada no género feminino. Objetivos: Esta revisão da literatura pretende descrever a evidência científica existente no que concerne à psicopatologia da PHDA no género feminino, em comparação com o género masculino, de forma a contribuir para uma melhor identificação e diagnóstico desta perturbação nas raparigas, quer em contexto clínico, quer na comunidade, permitindo que estas jovens sejam acompanhadas e tratadas atempada e adequadamente. Métodos: A principal base de dados utilizada na pesquisa bibliográfica para esta revisão foi a PubMed. As palavras-chave utilizadas foram as seguintes: adhd AND girls AND (“gender differences” OR “sex differences”) AND (symptoms OR psychopathology). Esta pesquisa foi efetuada entre 6 de novembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021, e incluiu estudos publicados a partir de 1 de janeiro de 2010 sobre a psicopatologia da PHDA no género feminino, em comparação com o género masculino, em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos no presente trabalho um total de 32 artigos. Finda a extração dos dados dos artigos selecionados, procedeu-se à síntese narrativa e discussão dos principais resultados encontrados. Resultados: Os sintomas de PHDA são menos comuns no género feminino e este parece apresentar mais sintomas de desatenção, embora a hiperatividade/impulsividade também estejam frequentemente presentes quando é estabelecido o diagnóstico clínico. Os adultos de referência, em especial os professores, demonstraram subvalorizar os sintomas de PHDA neste género. As raparigas revelaram maior défice no raciocínio percetivo e no planeamento, bem como uma deterioração da capacidade de tomar decisões ao longo do tempo, em contraste com as raparigas com desenvolvimento típico (DT). O género feminino apresenta também mais comorbilidades e diagnóstico mais tardio. Não foram encontradas diferenças no tratamento farmacológico prescrito entre os dois géneros, com a exceção de mais fármacos prescritos para outras patologias psiquiátricas que não a PHDA e a administração de mais terapêutica não farmacológica, nas raparigas. O rácio M:F na prevalência de PHDA revelou-se inferior em amostras comunitárias comparativamente a amostras clínicas. Conclusão: A presente revisão da literatura veio salientar que a apresentação clínica da PHDA no género feminino, apesar de ter as suas particularidades, tem uma severidade comparável à perturbação no género masculino, quando o diagnóstico é estabelecido. Os estudos apontam para que a prevalência de PHDA seja maior no género feminino do que pensado anteriormente, pelo que é essencial o reconhecimento dos padrões de comportamento apresentados por estas crianças/adolescentes, bem como otimizar os critérios de diagnóstico e os instrumentos de avaliação, até agora mais específicos para a apresentação da perturbação no género masculino. |
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PHDA no FemininoDiagnósticoGénero FemininoPhdaPsicopatologiaSintomasDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A perturbação de hiperatividade e défice de atenção (PHDA) é uma das perturbações do comportamento mais frequentes na infância e adolescência, com uma prevalência de cerca de 5,3%, em todo o mundo. Esta perturbação é tipicamente mais frequente no género masculino, no entanto, o rácio masculino:feminino (M:F) tende a apresentar maior disparidade em amostras clínicas do que em amostras comunitárias, o que sugere que a PHDA pode estar a ser subdiagnosticada no género feminino. Objetivos: Esta revisão da literatura pretende descrever a evidência científica existente no que concerne à psicopatologia da PHDA no género feminino, em comparação com o género masculino, de forma a contribuir para uma melhor identificação e diagnóstico desta perturbação nas raparigas, quer em contexto clínico, quer na comunidade, permitindo que estas jovens sejam acompanhadas e tratadas atempada e adequadamente. Métodos: A principal base de dados utilizada na pesquisa bibliográfica para esta revisão foi a PubMed. As palavras-chave utilizadas foram as seguintes: adhd AND girls AND (“gender differences” OR “sex differences”) AND (symptoms OR psychopathology). Esta pesquisa foi efetuada entre 6 de novembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021, e incluiu estudos publicados a partir de 1 de janeiro de 2010 sobre a psicopatologia da PHDA no género feminino, em comparação com o género masculino, em crianças e adolescentes com idade inferior a 18 anos. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos no presente trabalho um total de 32 artigos. Finda a extração dos dados dos artigos selecionados, procedeu-se à síntese narrativa e discussão dos principais resultados encontrados. Resultados: Os sintomas de PHDA são menos comuns no género feminino e este parece apresentar mais sintomas de desatenção, embora a hiperatividade/impulsividade também estejam frequentemente presentes quando é estabelecido o diagnóstico clínico. Os adultos de referência, em especial os professores, demonstraram subvalorizar os sintomas de PHDA neste género. As raparigas revelaram maior défice no raciocínio percetivo e no planeamento, bem como uma deterioração da capacidade de tomar decisões ao longo do tempo, em contraste com as raparigas com desenvolvimento típico (DT). O género feminino apresenta também mais comorbilidades e diagnóstico mais tardio. Não foram encontradas diferenças no tratamento farmacológico prescrito entre os dois géneros, com a exceção de mais fármacos prescritos para outras patologias psiquiátricas que não a PHDA e a administração de mais terapêutica não farmacológica, nas raparigas. O rácio M:F na prevalência de PHDA revelou-se inferior em amostras comunitárias comparativamente a amostras clínicas. Conclusão: A presente revisão da literatura veio salientar que a apresentação clínica da PHDA no género feminino, apesar de ter as suas particularidades, tem uma severidade comparável à perturbação no género masculino, quando o diagnóstico é estabelecido. Os estudos apontam para que a prevalência de PHDA seja maior no género feminino do que pensado anteriormente, pelo que é essencial o reconhecimento dos padrões de comportamento apresentados por estas crianças/adolescentes, bem como otimizar os critérios de diagnóstico e os instrumentos de avaliação, até agora mais específicos para a apresentação da perturbação no género masculino.Introduction: Attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) is one of the most frequent behavioral disorders in childhood and adolescence, with a prevalence of around 5.3%, worldwide. This disorder is typically more frequent in the male gender, however, the male:female ratio (M:F) tends to show greater disparity in clinical samples than in community samples, which suggests that ADHD may be underdiagnosed in the female gender. Objective: This review of the literature aims to describe the existing scientific evidence regarding the psychopathology of ADHD in females, in comparison with males, in order to contribute to a better identification and diagnosis of this disorder in girls, both in the clinical context and in the community, allowing these young women to be accompanied and treated in an opportune and appropriate manner. Methods: The main database used in the literature search for this review was PubMed. The keywords used were as follows: adhd AND girls AND (“gender differences” OR “sex differences”) AND (symptoms OR psychopathology). This research was carried out between November 6, 2020 and January 27, 2021, and included studies published as of January 1, 2010 on the psychopathology of ADHD in females, compared to males, in children and adolescents with ADHD, age under 18 years. After applying the inclusion and exclusion criteria, a total of 32 articles were included in the present study. After the extraction of data from the selected articles, the synthesis and discussion of the main results was carried out. Results: The symptoms of ADHD are less common in females and they seem to show more symptoms of inattention, although hyperactivity/impulsivity are also frequently present when the clinical diagnosis is stablished. Reference adults, especially teachers, have been shown to underestimate the symptoms of ADHD in this gender. Girls showed a greater deficit in perceptual reasoning and planning, as well as a deterioration in the ability to make decisions over time, in contrast to girls with typical development (TD). The female gender also has more comorbidities and later diagnosis. No differences were found in the pharmacological treatment prescribed between the two genders, with the exception of more drugs prescribed for psychiatric disorders other than ADHD and the administration of more non-pharmacological therapy in girls. The M:F ratio in the prevalence of ADHD was found to be lower in population samples compared to clinical samples. Conclusion: The present literature review has highlighted that the clinical presentation of ADHD in the female gender, despite having its particularities, has a severity comparable to the disorder in the male gender, when the diagnosis is established. Studies show that the prevalence of ADHD is higher in females than previously thought, so it is essential to recognize the patterns of behavior presented by these children/adolescents, as well as to optimize the diagnostic criteria and the assessment instruments, until now more specific for the presentation of the disorder in the male gender.Correia, Paula Cristina Moreira AntunesuBibliorumLourenço, Daniela Antunes2021-11-22T17:17:40Z2021-06-252021-04-272021-06-25T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11323TID:202789055porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:46Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11323Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:08.710397Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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