Olha-me e segue-me: perspectivas sobre a representação do género feminino na arte portuguesa entre 1880-1930

• Autor(a) principal: Pinheiro, Maria da Luz Quintão de Jesus
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/50695
• topic: Arte - 1880-1930 - Temas, motivos; Mulheres - Na arte; Corpo humano - Na arte; Mulheres - Condições sociais - 1880-1930; Teses de mestrado - 2021; Domínio/Área Científica::Humanidades::História e Arqueologia; Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes

A posição privilegiada que o artista detinha permitia-lhe registar, através da sua prática, a complexidade da sociedade em que se inseria. Ao longo do final do século XIX e no início do século XX, à semelhança de períodos anteriores, a produção artística demonstrou interesse no modo como o género feminino vivia. A presente dissertação aborda esse fascínio provocado pela figura da mulher, analisando a diversificação de espaços por ela ocupados e representados pela produção artística. Mediante a defesa de uma arte que se pretendia moderna, adequando-se à sociedade na qual era produzida, os artistas serviram-se da sua prática para reflectir acerca das questões que demarcavam o seu tempo. E, nesse sentido, as questões relacionadas com a vivência do género feminino não foram excepção. Através de abordagens mais ou menos idealizadas, consoante a escolha efectuada pelo artista, as obras deste período testemunham a complexidade da vivência do género feminino, constituindo-se, assim, como o nosso objecto de estudo. Conforme veremos, as actividades desempenhadas pelas mulheres representadas nas obras de arte que escolhemos analisar, o modo como elas são representadas e até mesmo os espaços nos quais são retratadas, poderão ilustrar um modelo de mulher ideal. Caracterizando assim um cânone de beleza, de vivência, que limitava as actividades desempenhadas pelas mulheres àquelas que eram consideradas como adequadas à sua condição como: a leitura, a escrita, o consumo de bens de luxo. Todos estes aspectos são registados na obra de arte. Esta padronização da vivência do género feminino foi, contudo, contornada por alguns artistas, designadamente pelos seus pares, conforme teremos oportunidade de observar. O nosso estudo percorre, assim, o período entre 1880 e 1930, observando a evolução da condição feminina na obra de arte.