Tibial Plateau Levelling Osteotomy no tratamento da Rutura de Ligamento Cruzado Cranial no cão - Estudo retrospetivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vilaça, Ana Margarida Gonçalves
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10193
Resumo: A rutura de ligamento cruzado cranial é a causa mais comum de claudicação do membro pélvico nos cães. As causas da rutura incluem avulsão do ligamento, rutura traumática aguda ou degeneração do mesmo, gerando o avanço cranial da tíbia. Apesar de ser ainda desconhecida a sua patogenia, podemos enumerar alguns fatores predisponentes à doença, sejam eles de cariz epidemiológico, biológico e biomecânico. O diagnóstico é baseado essencialmente numa anamnese, num exame físico e ortopédico e em exames imagiológicos. O tratamento a realizar pode ser conservativo, porém, a intervenção cirúrgica é o tratamento de eleição porque evita uma sobrecarga contínua do membro. O tratamento cirúrgico inclui técnicas intracapsulares, extracapsulares e osteotomias corretivas. As complicações associadas à técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy podem surgir a nível de tecidos moles, a nível ósseo, a nível de implantes e da persistência de instabilidade articular. Para enriquecer a fundamentação deste trabalho, partiu-se da criação e exploração de uma base de dados de 74 cães e 82 articulações com rutura do ligamento cruzado cranial, submetidos à técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy, ao longo do estágio extracurricular com a empresa Bonematrix (Guimarães, Portugal). O objetivo deste trabalho passa pela avaliação dos fatores que predispõem a esta patologia e comparar com o que está descrito na bibliografia. Passa também pela descrição detalhada da técnica cirúrgica e pela avaliação do seu diagnóstico, do papel da técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy no tratamento da rutura do ligamento cruzado cranial, bem como dos implantes utilizados e as complicações associada à técnica. Os resultados mostraram que os cães de grande porte foram os mais afetados, sendo o Labrador Retriever, a raça com maior incidência; as fêmeas foram significativamente mais afetadas do que os machos; o membro pélvico esquerdo registou maior ocorrência; dos 8 casos operados bilateralmente, a frequência de Labradores Retriever nesta condição era de 37,5% e a frequência de fêmeas afetadas era de 75%. Verificou-se igualmente, que a idade média de ocorrência desta patologia ortopédica é de 5,2 anos nos cães de porte grande/médio e de 7,4 anos nos cães de pequeno porte. Esta patologia é frequentemente associada à luxação medial da rótula (com uma expressão de 20,73% na amostra) e a alterações de conformação do membro pélvico como valgus femoral (com uma expressão de 3.66% na amostra), estando incluídos na lista de causas predisponentes para esta última. Das 82 articulações operadas, em 6,1% (5/82) ocorreram complicações, entre as quais a translação do segmento proximal da tíbia, a inserção de um parafuso intra-articular, a fratura de tíbia e fíbula pós-cirúrgica, a morte do animal e a fratura da fíbula. Relativamente ao Rock Back, 57,58% (38/66) não apresentaram Rock Back, 33,33% (22/66) apresentaram Rock Back menor ou igual a 5 graus e, por fim, 9,1% (6/66) apresentaram maior que 5 graus. O prognóstico de recuperação após a resolução cirúrgica de RLCC é bom, uma vez que 92% dos casos, os animais acompanhados recuperaram a marcha e tinham qualidade de vida. Esta taxa poderia ser ainda mais elevada, caso o período de observação fosse superior.
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As complicações associadas à técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy podem surgir a nível de tecidos moles, a nível ósseo, a nível de implantes e da persistência de instabilidade articular. Para enriquecer a fundamentação deste trabalho, partiu-se da criação e exploração de uma base de dados de 74 cães e 82 articulações com rutura do ligamento cruzado cranial, submetidos à técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy, ao longo do estágio extracurricular com a empresa Bonematrix (Guimarães, Portugal). O objetivo deste trabalho passa pela avaliação dos fatores que predispõem a esta patologia e comparar com o que está descrito na bibliografia. Passa também pela descrição detalhada da técnica cirúrgica e pela avaliação do seu diagnóstico, do papel da técnica Tibial Plateau Levelling Osteotomy no tratamento da rutura do ligamento cruzado cranial, bem como dos implantes utilizados e as complicações associada à técnica. Os resultados mostraram que os cães de grande porte foram os mais afetados, sendo o Labrador Retriever, a raça com maior incidência; as fêmeas foram significativamente mais afetadas do que os machos; o membro pélvico esquerdo registou maior ocorrência; dos 8 casos operados bilateralmente, a frequência de Labradores Retriever nesta condição era de 37,5% e a frequência de fêmeas afetadas era de 75%. Verificou-se igualmente, que a idade média de ocorrência desta patologia ortopédica é de 5,2 anos nos cães de porte grande/médio e de 7,4 anos nos cães de pequeno porte. Esta patologia é frequentemente associada à luxação medial da rótula (com uma expressão de 20,73% na amostra) e a alterações de conformação do membro pélvico como valgus femoral (com uma expressão de 3.66% na amostra), estando incluídos na lista de causas predisponentes para esta última. Das 82 articulações operadas, em 6,1% (5/82) ocorreram complicações, entre as quais a translação do segmento proximal da tíbia, a inserção de um parafuso intra-articular, a fratura de tíbia e fíbula pós-cirúrgica, a morte do animal e a fratura da fíbula. Relativamente ao Rock Back, 57,58% (38/66) não apresentaram Rock Back, 33,33% (22/66) apresentaram Rock Back menor ou igual a 5 graus e, por fim, 9,1% (6/66) apresentaram maior que 5 graus. O prognóstico de recuperação após a resolução cirúrgica de RLCC é bom, uma vez que 92% dos casos, os animais acompanhados recuperaram a marcha e tinham qualidade de vida. Esta taxa poderia ser ainda mais elevada, caso o período de observação fosse superior.Cranial cruciate ligament rupture is the most common cause of hind limb lameness in dogs. Causes of ligament rupture include ligament avulsion, acute traumatic rupture or degeneration of the ligament, generating the cranial tibial thrust. Although its pathogenesis is still unknown, we can list some predisposing factors to the disease, whether epidemiological, biological or biomechanical. The diagnosis is based essentially on anamnesis, physical and orthopedic examination, and imaging tests. Treatment can be conservative; however, surgical intervention seems to be the ideal treatment because it avoids continuous overload of the limb. Surgical treatment includes intracapsular, extracapsular and corrective osteotomy techniques. Complications associated with the Tibial Plateau Levelling Osteotomy technique may occur at soft tissue level, bone level, implant level and persistent joint instability. To enrich the grounding of this work, we started by creating and exploring a database of 74 dogs and 82 joints with cranial cruciate ligament rupture, submitted to the Tibial Plateau Levelling Osteotomy technique, along the extracurricular internship with company “Bonematrix” (Guimarães, Portugal). The objective of this study is to evaluate the factors that predispose to this pathology and compare them with what is described in literature. It also involves the detailed description of the surgical technique and the evaluation of its diagnosis, the role of Tibial Plateau Levelling Osteotomy in the treatment of cranial cruciate ligament rupture, as well as the implants used and the complications associated with the technique. It was concluded that large dogs were the most affected, Labrador Retriever being the breed with the highest incidence; females were significantly more affected than males; left posterior limb recorded the highest occurrence; of the 8 cases operated bilaterally, the frequency of Labrador Retriever in this condition was 37.5% and the frequency of affected females was 75%; these results conform to those of the literature reviewed. We also verified that the average age of occurrence of this orthopedic pathology is 5.2 years in large/medium dogs is 7.4 in small dogs. This condition is often associated with medial patellar luxation (with an expression of 20.73% in the sample) and changes in pelvic limb conformation, as valgus femoral (with an expression of 3.66% in the sample), being included in the list of causes. predisposing to the rupture. Among the 82 joints operated, 6.1% (5/82) had complications, including translation of the proximal segment of the tibia, insertion of an intra-articular screw, fracture of the tibia and postoperative fibula, death of the animal and the fracture of the fibula. Regarding rock back, 57.58% did not present it, 33.33% presented it under or equal to 5 degrees and, finally, 9.1% presented it over 5 degrees. The prognosis of recovery after surgical resolution of cranial cruciate ligament rupture is good, as 92% of the animals followed recovered their gait and had quality of life. This rate could be even higher if the observation period was longer.2020-10-20T10:01:36Z2020-02-13T00:00:00Z2020-02-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/10193porVilaça, Ana Margarida Gonçalvesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:49:50Zoai:repositorio.utad.pt:10348/10193Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:57.155114Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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