Estudo da variabilidade interobservador na identificação radiográfica do plateau tibial no cão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quinteira, Rita Isabel Rocha
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/7837
Resumo: A rutura do ligamento cruzado cranial é atualmente o principal motivo de claudicação no membro pélvico, e uma das principais causas ortopédicas de visita ao veterinário. Os cães com dor crónica, como a provocada pela rutura do ligamento cruzado cranial, têm naturalmente uma qualidade de vida comprometida. Os membros afetados por esta enfermidade demonstram um significativo aumento da sensibilidade a estímulos sensoriais, um reduzido apoio de peso, bem como marcha alterada. Assim sendo, a intervenção do médico veterinário é imprescindível para um retorno do membro à função. Embora as técnicas cirúrgicas de substituição do ligamento lesionado sejam geralmente consideradas como tendo um bom prognóstico a longo prazo, estas falham sistematicamente na manutenção da estabilidade articular, inibição da osteoartrite e prevenção das lesões de menisco. Por este motivo têm sido cada vez mais divulgadas as técnicas de osteotomia tibial que, contrariamente às técnicas tradicionais, não intentam repor o ligamento cruzado cranial, mas antes mimetizar a sua função biomecânica, ou seja, impedir o excessivo avanço da tuberosidade tibial. O que todas elas têm em comum é centrarem-se na promoção de uma estabilidade dinâmica da articulação com ligamento cruzado cranial deficiente, através da alteração da geometria óssea, quer pela diminuição do ângulo do plateau tibial em relação ao eixo longitudinal da tíbia - Tibial Plateau Leveling Osteotomy (TPLO), quer pela diminuição do ângulo formado entre o plateau tibial e o tendão patelar - Tibial Tuberosity Advancement (TTA) e Triple Tibial Osteotomy (TTO). Tendo em conta a elevada dificuldade da realização bem como os custos que cada uma das técnicas acarreta, é relevante determinar possíveis fatores de erro que influenciem negativamente o sucesso cirúrgico. A identificação do plateau da tíbia é um ponto comum no planeamento cirúrgico das três técnicas de osteotomia tibial descritas. No entanto, sendo realizada a partir de uma imagem radiográfica, torna-se numa marcação pouco precisa e dependente da subjetividade inerente à interpretação por cada observador. Isto motiva o estudo realizado no âmbito desta dissertação, que pretende determinar a variabilidade interobservador da identificação radiográfica do plateau da tíbia. Os resultados obtidos apontam uma variabiliade interobservador muito elevada, bastante superior à estimada em estudos semelhantes. Adicionalmente, não se demonstrou que a presença de lesão articular degenerativa ou a má sobreposição dos côndilos femorais pudessem influenciar a variabilidade na marcação do plateau tibial, sendo este resultado pouco expectável. Na nossa opinião, a dispersão em relação à média da determinação do plateau tibial pelos diferentes observadores é tão elevada que mascara as diferenças influenciadas por outros factores, tendo esta situação sido observada noutros estudos. Este trabalho abre assim caminho a novos estudos e alimenta a necessidade de se quantificar objetivamente esta diferença, não em relação a um valor de referência médio, mas em relação ao plateau tibial anatómico.
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Embora as técnicas cirúrgicas de substituição do ligamento lesionado sejam geralmente consideradas como tendo um bom prognóstico a longo prazo, estas falham sistematicamente na manutenção da estabilidade articular, inibição da osteoartrite e prevenção das lesões de menisco. Por este motivo têm sido cada vez mais divulgadas as técnicas de osteotomia tibial que, contrariamente às técnicas tradicionais, não intentam repor o ligamento cruzado cranial, mas antes mimetizar a sua função biomecânica, ou seja, impedir o excessivo avanço da tuberosidade tibial. O que todas elas têm em comum é centrarem-se na promoção de uma estabilidade dinâmica da articulação com ligamento cruzado cranial deficiente, através da alteração da geometria óssea, quer pela diminuição do ângulo do plateau tibial em relação ao eixo longitudinal da tíbia - Tibial Plateau Leveling Osteotomy (TPLO), quer pela diminuição do ângulo formado entre o plateau tibial e o tendão patelar - Tibial Tuberosity Advancement (TTA) e Triple Tibial Osteotomy (TTO). Tendo em conta a elevada dificuldade da realização bem como os custos que cada uma das técnicas acarreta, é relevante determinar possíveis fatores de erro que influenciem negativamente o sucesso cirúrgico. A identificação do plateau da tíbia é um ponto comum no planeamento cirúrgico das três técnicas de osteotomia tibial descritas. No entanto, sendo realizada a partir de uma imagem radiográfica, torna-se numa marcação pouco precisa e dependente da subjetividade inerente à interpretação por cada observador. Isto motiva o estudo realizado no âmbito desta dissertação, que pretende determinar a variabilidade interobservador da identificação radiográfica do plateau da tíbia. Os resultados obtidos apontam uma variabiliade interobservador muito elevada, bastante superior à estimada em estudos semelhantes. Adicionalmente, não se demonstrou que a presença de lesão articular degenerativa ou a má sobreposição dos côndilos femorais pudessem influenciar a variabilidade na marcação do plateau tibial, sendo este resultado pouco expectável. Na nossa opinião, a dispersão em relação à média da determinação do plateau tibial pelos diferentes observadores é tão elevada que mascara as diferenças influenciadas por outros factores, tendo esta situação sido observada noutros estudos. Este trabalho abre assim caminho a novos estudos e alimenta a necessidade de se quantificar objetivamente esta diferença, não em relação a um valor de referência médio, mas em relação ao plateau tibial anatómico.The cranial cruciate ligament rupture in dogs its, currently, the main cause of pelvic limb lameness, and one of the leading orthopedic causes for visits to the veterinary. The dogs with chronic pain, as the one caused by the cranial cruciate ligament rupture, have naturally a compromised quality of life. The limbs affected by this illness show a significant raise of the sensibility to sensorial stimuli, a reduced weight support as well as an altered gait. Being so, the intervention of the veterinary doctor is essential to allow a full return to limb’s function. Although the surgical techniques that intend to replace the injured ligament are usually considered has having a good long term prognostic, they fail systematically on the maintenance of the joint stability, the inhibition of osteoarthritis and prevention of meniscus injuries. For this reason it has been increasly released the techniques of tibial osteotomy that, in contrast to traditional techniques, doesn't try in the reposition of cranial cruciate ligament, but instead mimic its biomechanical function, stopping the excessive cranial movement of the tibial tuberosity. What all of them have in common is focusing in promoting a dynamic stability of the joint with an handicap cranial cruciate ligament throughout a change in the bone geometry, by reducing the angle of the tibial plateau in relation with the tibial longitudinal axis - Tibial Plateau Leveling Osteotomy (TPLO) - as well by reducing the angle created between the tibial plateau and the patellar tendon - Tibial Tuberosity Advancement (TTA) and Triple Tibial Osteotomy (TTO). Taking into consideration the high difficulty to perform as well as the costs that each technique entails, it’s relevant to determine potential error factors that can have a negative influence on the surgical success. The identification of the tibial plateau is a common point in the surgical planning of the three described tibial osteotomy techniques. However, being performed using a radiographic image, it becomes an imprecise marking. Additionally, it depends of the subjectivity inherent to the interpretation of each observer. All these reasons prompted the study in this dissertation, that intends to analyse the interobserver variability in radiographic identification of the tibial plateau. Our results point of an elevated interobserver varibility, far greater than the estimated in similar studies. Moreover, it has not been shown that the presence of degenerative joint disease or poor overlap of the femoral condyles could influence the variability in marking the tibial plateau, being this result different from the expected. In our point of view, the variability in the determination of the tibial plateau from different observers is so high that masks the differences influenced by other factors. This work paves the way for further studies and impulses the need to objectively quantify this difference, not in relation to a medium reference value, but relative to the anatomical tibial plateau.2017-07-07T09:23:58Z2016-01-01T00:00:00Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7837TID:201980045porQuinteira, Rita Isabel Rochainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-09-08T02:02:53Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7837Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-09-08T02:02:53Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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