Experiência da realização de uma interrupção voluntária da gravidez (IVG) : dois anos depois
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/15581 |
Resumo: | Atualmente, não existe concordância entre alguns dos estudos, acerca das consequências psicológicas da IVG. Por um lado, prevalece a assunção de que a decisão de interromper uma gravidez pode conduzir ao desenvolvimento de problemas de saúde mental em diversos níveis (e.g. Cameron & Dean, 2010). Por outro, surgem frequentemente, evidências de que apenas algumas mulheres, experimentam reações negativas após a IVG ou sintomas psicológicos clinicamente significativos (e.g. Robinson, Stotland, Russo, Lang & Occhiogrosso, 2009). Contudo, é consensual que sendo as consequências psicológicas da IVG complexas, deverá ser dada atenção a alguns aspetos que lhe estão subjacentes, nomeadamente, a sexualidade, a contraceção e os relacionamentos interpessoais, no sentido de se caracterizar a diversidade de experiencias e significados desta experiencia (e.g. Major, Appelbaum, Beckam, Dutton, Russo & West, 2008). Constitui-se como objetivo geral, para este estudo, a exploração da vivência do processo da IVG e o seu impacto na vida de mulheres que realizaram este procedimento há dois anos. Esta exploração, foca-se ao nível da saúde mental, do planeamento familiar e contraceção, do suporte social e relações interpessoais, das relações íntimas, da vivência do processo de IVG e do posicionamento face à mesma. Sendo este um estudo qualitativo e abarcando uma dimensão semi-indutiva, procedeu-se à realização de entrevistas em profundidade a seis mulheres, e posteriormente à análise do conteúdo que conduziu a um sistema de categorias. Concluiu-se que a capacidade para lidar com a IVG é maioritariamente positiva, não sendo atualmente visível um impacto significativo ao nível do diagnóstico psicopatológico e das relações íntimas e interpessoais. Seguidamente, verificou-se que a IVG foi determinante nas atitudes relativas à utilização de contraceção como forma de prevenir uma gravidez indesejada. Por último, concluiu-se que a passagem do tempo após a IVG, teve impacto nas formas de sentir, de comportar e de ver a vida. |
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Experiência da realização de uma interrupção voluntária da gravidez (IVG) : dois anos depoisInterrupção voluntária da gravidezConsequências psicológicasSaúde mentalRelações íntimasPlaneamento familiar e contraceçãoInduced abortionPsychological consequencesMental healthIntimate relationshipsFamily planning and contraceptionDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::PsicologiaAtualmente, não existe concordância entre alguns dos estudos, acerca das consequências psicológicas da IVG. Por um lado, prevalece a assunção de que a decisão de interromper uma gravidez pode conduzir ao desenvolvimento de problemas de saúde mental em diversos níveis (e.g. Cameron & Dean, 2010). Por outro, surgem frequentemente, evidências de que apenas algumas mulheres, experimentam reações negativas após a IVG ou sintomas psicológicos clinicamente significativos (e.g. Robinson, Stotland, Russo, Lang & Occhiogrosso, 2009). Contudo, é consensual que sendo as consequências psicológicas da IVG complexas, deverá ser dada atenção a alguns aspetos que lhe estão subjacentes, nomeadamente, a sexualidade, a contraceção e os relacionamentos interpessoais, no sentido de se caracterizar a diversidade de experiencias e significados desta experiencia (e.g. Major, Appelbaum, Beckam, Dutton, Russo & West, 2008). Constitui-se como objetivo geral, para este estudo, a exploração da vivência do processo da IVG e o seu impacto na vida de mulheres que realizaram este procedimento há dois anos. Esta exploração, foca-se ao nível da saúde mental, do planeamento familiar e contraceção, do suporte social e relações interpessoais, das relações íntimas, da vivência do processo de IVG e do posicionamento face à mesma. Sendo este um estudo qualitativo e abarcando uma dimensão semi-indutiva, procedeu-se à realização de entrevistas em profundidade a seis mulheres, e posteriormente à análise do conteúdo que conduziu a um sistema de categorias. Concluiu-se que a capacidade para lidar com a IVG é maioritariamente positiva, não sendo atualmente visível um impacto significativo ao nível do diagnóstico psicopatológico e das relações íntimas e interpessoais. Seguidamente, verificou-se que a IVG foi determinante nas atitudes relativas à utilização de contraceção como forma de prevenir uma gravidez indesejada. Por último, concluiu-se que a passagem do tempo após a IVG, teve impacto nas formas de sentir, de comportar e de ver a vida.Currently, there is no agreement among the studies about the psychological consequences of induced abortion. On the one hand, the prevailing assumption that the decision to terminate a pregnancy can lead to the development of mental health problems at various levels (e.g. Cameron & Dean, 2010). On the other, tend to become increasingly common, evidence that only some women experience negative reactions after abortion or clinically significant psychological symptoms (e.g. Robinson, Stotland, Russian, Occhiogrosso & Lang, 2009). However, it was agreed that the psychological consequences of abortion complex, attention should be given to some aspects that underlie particular, sexuality, contraception and interpersonal relationships in order to characterize the diversity of experiences and meanings of this experience (e.g. Major, Appelbaum, Beckam, Dutton, Russo & West, 2008). It serves as a general objective for this study, the exploration of the experience of the abortion process and its impact on the lives of women who underwent this procedure two years ago. This exploration will focus on the level of mental health, family planning and contraception, social support and interpersonal relationships, intimate relationships, the experience of the process of abortion and positioning against the same. Since this is a qualitative study and a dimension encompassing semi-inductive, proceeded to the administration of in-depth interviews with six women, and later to an analysis by category system built. It was concluded that the ability to deal with abortion is positive, there is currently a visible significant impact on psychopathological diagnoses and intimate relationships and interpersonal. Subsequently, it was found that the abortion was determinant in attitudes regarding the use of contraception in order to prevent an unwanted pregnancy. Finally, it was concluded that the passage of time after the abortion, had an impact on the ways we feel, behave and view life.Xavier, Maria Raúl LoboVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaAzeredo, Helena Isabel Cardoso2014-11-11T10:59:37Z2013-07-0820132013-07-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/15581porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-05T01:33:45Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/15581Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:12:58.480601Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Atualmente, não existe concordância entre alguns dos estudos, acerca das consequências psicológicas da IVG. Por um lado, prevalece a assunção de que a decisão de interromper uma gravidez pode conduzir ao desenvolvimento de problemas de saúde mental em diversos níveis (e.g. Cameron & Dean, 2010). Por outro, surgem frequentemente, evidências de que apenas algumas mulheres, experimentam reações negativas após a IVG ou sintomas psicológicos clinicamente significativos (e.g. Robinson, Stotland, Russo, Lang & Occhiogrosso, 2009). Contudo, é consensual que sendo as consequências psicológicas da IVG complexas, deverá ser dada atenção a alguns aspetos que lhe estão subjacentes, nomeadamente, a sexualidade, a contraceção e os relacionamentos interpessoais, no sentido de se caracterizar a diversidade de experiencias e significados desta experiencia (e.g. Major, Appelbaum, Beckam, Dutton, Russo & West, 2008). Constitui-se como objetivo geral, para este estudo, a exploração da vivência do processo da IVG e o seu impacto na vida de mulheres que realizaram este procedimento há dois anos. Esta exploração, foca-se ao nível da saúde mental, do planeamento familiar e contraceção, do suporte social e relações interpessoais, das relações íntimas, da vivência do processo de IVG e do posicionamento face à mesma. Sendo este um estudo qualitativo e abarcando uma dimensão semi-indutiva, procedeu-se à realização de entrevistas em profundidade a seis mulheres, e posteriormente à análise do conteúdo que conduziu a um sistema de categorias. Concluiu-se que a capacidade para lidar com a IVG é maioritariamente positiva, não sendo atualmente visível um impacto significativo ao nível do diagnóstico psicopatológico e das relações íntimas e interpessoais. Seguidamente, verificou-se que a IVG foi determinante nas atitudes relativas à utilização de contraceção como forma de prevenir uma gravidez indesejada. Por último, concluiu-se que a passagem do tempo após a IVG, teve impacto nas formas de sentir, de comportar e de ver a vida. |
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