A importância de cuidar de quem cuida: Influência dos fatores de risco psicossociais na qualidade de vida profissional em profissionais das comissões de proteção de crianças e jovens

• Autor(a) principal: Fonseca, Beatriz Lima
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/30126
• topic: Fadiga por compaixão; Satisfação por compaixão; Síndrome de burnout -- Burnout syndrome; Stress traumático secundário; CPCJ; Fatores de risco psicossociais; Compassion fatigue; Compassion satisfaction; Secondary traumatic stress; Psychosocial risk factors

Os técnicos das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens estão expostos, diariamente, a elementos stressantes resultantes da sua atividade profissional. Quando acompanham crianças e jovens que experienciaram situações potencialmente traumáticas poderão sofrer de uma forma de stresse conhecida como Fadiga por Compaixão, caracterizada pelos sintomas de Burnout e Stress Traumático Secundário. Estas dimensões negativas estão incorporadas no conceito de Qualidade de Vida Profissional, aos quais se junta a dimensão positiva denominada de Satisfação por Compaixão. Níveis médios e altos das dimensões negativas podem trazer prejuízos pessoais, profissionais, institucionais e também ao nível da qualidade dos cuidados prestados. Portanto, este estudo visa explorar como é que a Satisfação por Compaixão e a Fadiga por Compaixão (i.e. Burnout e Stress Traumático Secundário) se relacionam com os Fatores Psicossociais que podem atuar como Fatores de Proteção ou Risco para o desenvolvimento destes fenómenos. Com uma amostra de 135 técnicos das diferentes CPCJ do país, foram avaliadas as dimensões referidas através dos instrumentos ProQOL5 e COPSOQ-II. Os resultados obtidos traduzem, maioritariamente, níveis médios de Burnout, Stress Traumático Secundário e Satisfação por Compaixão na amostra estudada. Verificou-se, ainda, que os Fatores de Risco Psicossociais, especialmente a Organização do Trabalho e Conteúdo, demonstraram ser preditores significativos desses fenómenos, contribuindo para a variação dos mesmos. No final, são apresentadas algumas sugestões para as CPCJ na ótica de melhorar as suas práticas e proteger os seus trabalhadores como, por exemplo, diretrizes claras e suporte mais direto, assim como promover a prática de estratégias de autocuidado.