Vinculação aos pais, risco sociocultural e agência pessoal em adolescentes

• Autor(a) principal: Ferreira, Rúben Diogo Esteves
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10820
• topic: Vinculação aos pais; risco sociocultural

O estabelecimento de vínculos afetivos com as figuras parentais constitui um dos principais fatores no desenvolvimento biopsicossocial dos indivíduos. A literatura aponta que a qualidade destes vínculos afetivos é relevante no modo como os indivíduos se percecionam a si e aos outros, bem como na sua adaptação aos mais diversos contextos. O contexto sociocultural em que os jovens estão inseridos também tem um papel importante no seu desenvolvimento. A exposição a contextos com múltiplos risco pode moldar a perceção dos jovens face às capacidades que estes têm para serem agentes ativos relativamente à sua trajetória de vida. A presente investigação pretende analisar o papel da vinculação aos pais, do risco sociocultural e do sexo face ao desenvolvimento da agência pessoal dos adolescentes. A amostra foi constituída por 1161 adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos. A recolha de dados foi realizada com recurso a um questionário sociodemográfico, ao Questionário Reduzido de Autorregulação, à Escala de Autoeficácia Geral Percecionada, ao Vision About Future e ao Questionário de Vinculação ao Pai e à Mãe – Versão Breve. Os resultados apontam para um efeito positivo da vinculação aos pais face à agência pessoal dos adolescentes. Verifica-se que o risco sociocultural tem um efeito negativo e ainda que o sexo masculino parece estar associado a maiores níveis de agência pessoal. Os resultados serão discutidos de acordo com a teoria da vinculação de Bowlby e de acordo com o enquadramento da perspetiva ecológica do desenvolvimento, refletindo a importância das vivências afetivas com as figuras significativas, da exposição a contextos de múltiplos riscos e do seu papel do desenvolvimento da agência pessoal.