“Escrever-se” e/ou “Outrar-se” Escrita e revelação em Páginas do diário íntimo de José Régio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Carlos Manuel da Costa
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/158
Resumo: Este estudo começa por enquadrar José Régio no período epocal em que viveu. Duas razões de fundo sustentam a importância deste enquadramento: primeira, a relevância dos acontecimentos ocorridos na Europa, e em Portugal (de um modo particular), na primeira metade do século XX; segunda, a forte personalidade de Régio fez dele uma referência incontornável, quer para os seus coevos, quer para as gerações mais novas, nomeadamente porque foi ele o primeiro a reconhecer e a dar a conhecer (nas páginas da Presença) a revolução literária produzida pela geração de Orpheu e porque foi a presença viva e actuante do segundo Modernismo em Portugal. Segue-se uma reflexão sobre o diário, equacionando a problemática da sua inclusão nos estudos literários e realçando o facto de, em termos modais, ser um texto intrinsecamente híbrido. A escrita do diário, embora prisioneira do tempo, é uma escrita livre, oferecendo-se ao sujeito que, por meio dela, se vai registando. Mas permanece em aberto a possibilidade da revelação do eu acontecer de forma mais autêntica neste tipo de escrita ou na escrita ficcional (mormente para Régio que foi um diarista errático e pouco dado a confissões directas). A difícil relação entre escrita e revelação, entre a urgência de se dizer, de se revelar e a necessidade de se fechar com os seus segredos e mistérios (seguindo o modelo de Cristo), conduz-nos a uma síntese (im)possível, explicitada na trilogia: Loucura, Silêncio e Morte.
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spelling “Escrever-se” e/ou “Outrar-se” Escrita e revelação em Páginas do diário íntimo de José RégioRégio, José, pseud., 1901-1969--Estudo críticoEste estudo começa por enquadrar José Régio no período epocal em que viveu. Duas razões de fundo sustentam a importância deste enquadramento: primeira, a relevância dos acontecimentos ocorridos na Europa, e em Portugal (de um modo particular), na primeira metade do século XX; segunda, a forte personalidade de Régio fez dele uma referência incontornável, quer para os seus coevos, quer para as gerações mais novas, nomeadamente porque foi ele o primeiro a reconhecer e a dar a conhecer (nas páginas da Presença) a revolução literária produzida pela geração de Orpheu e porque foi a presença viva e actuante do segundo Modernismo em Portugal. Segue-se uma reflexão sobre o diário, equacionando a problemática da sua inclusão nos estudos literários e realçando o facto de, em termos modais, ser um texto intrinsecamente híbrido. A escrita do diário, embora prisioneira do tempo, é uma escrita livre, oferecendo-se ao sujeito que, por meio dela, se vai registando. Mas permanece em aberto a possibilidade da revelação do eu acontecer de forma mais autêntica neste tipo de escrita ou na escrita ficcional (mormente para Régio que foi um diarista errático e pouco dado a confissões directas). A difícil relação entre escrita e revelação, entre a urgência de se dizer, de se revelar e a necessidade de se fechar com os seus segredos e mistérios (seguindo o modelo de Cristo), conduz-nos a uma síntese (im)possível, explicitada na trilogia: Loucura, Silêncio e Morte.This study commences with the setting of José Régio in his own time. Two main reasons support the relevance of this setting: first, the importance of the events occurred in Europe and in Portugal, particularly in the first half of the twentieth century; second, Régio’s strong personality made him an important reference, not only for his contemporaries but also for the younger generations, especially because it was him who first acknowledged and made the literary revolution produced by the generation of Orpheu known (in the pages of Presença) and because he was the living and acting presence of the second modernism in Portugal. What follows is a reflection on his diary, questioning the problematic of its inclusion in the literary studies and underlining the fact that, in terms of literary classification, it is an intrinsically hybrid text. The writing of a diary, however captive of time, is a free writing that offers itself to the subject who in turn registers himself through it. But the possibility of self-revelation in its most authentic way in this kind of writing or in fictional writing remains open (particularly to Régio who was an erratic diarist and not prone to direct confessions). The difficult relation between writing and revelation, between the urgency of telling and revealing oneself and the necessity of closing oneself in our own secrets and mysteries (following the model of Christ) leads us to a(n) (im)possible synthesis, illustrated in the trilogy: Madness, Silence and Death.2010-08-17T10:56:45Z2008-01-01T00:00:00Z2008info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/158pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessTeixeira, Carlos Manuel da Costareponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:40:18Zoai:repositorio.utad.pt:10348/158Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:02:33.982675Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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