Brachycephalic airway obstructive syndrome: epidemiological study and its relation with anatomic abnormalities

• Autor(a) principal: Almeida, Mariana Oliveira da Silva
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: eng
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6300
• topic: Vias respiratórias; Síndrome obstrutiva; Anormalidades; Epidemiologia; Cães braquicéfalos

Introdução A síndrome respiratória obstrutiva braquicefálica corresponde a uma obstrução multifocal causada em primeiro lugar pelo encurtamento marcado do aspecto rostral do crânio de animais braquicéfalos, o que leva à estenose e obstrução das vias aéreas superiores. O número e o grau de severidade das alterações anatómicas presentes, cuja anatomia se apresenta vastamente caracterizada na literatura, variam individualmente. No entanto, cada indivíduo é caracterizado pelas variáveis epidemiológicas. Identificar o papel da presença de determinadas alterações anatómicas no prognóstico de determinado animal ou, por outro lado, antever o resultado ou possíveis complicações após as técnicas cirúrgicas standard tornou-se uma tarefa frustrante para cirurgiões. Deste modo, é extremamente importante a elaboração de um estudo em que se associe a presença de alterações anatómicas com variáveis que caracterizem a população (sexo, raça e idade). Materiais e Métodos Os ficheiros médicos de animais que foram submetidos ao tratamento cirúrgico standard na clínica veterinária Gran Sasso, em Milão, Itália, entre 2003 e 2014, foram consultados para obter dados epidemiológicos e informações sobre as alterações anatómicas presentes. A análise estatística foi realizada usando o software SPSS versão 22.0 (IBM Corporation, 2013). Resultados Sessenta e seis animais das raças Bulldog inglês, Bulldog francês e pug apresentaram-se com dispneia obstrutiva e estertor respiratório. Os Bulldogs ingleses apresentaram-se em maioria (39 de 66 animais, 59.1%), assim como os machos (48 de 66 casos, 72.7%), o que pode explicar o facto de a maioria dos animais com idade inferior a 1 ano serem Bulldogs ingleses machos (13 cães, 86.7% dentro da idade). Metade das fêmeas apresentaram-se com 4 ou mais anos (9 cães, 50% dentro do género). Do mesmo modo, este género apresentou uma maior prevalência de animais afectados por hipertrofia das amígdalas (6 animais, 33.3%. dentro do género) e por colapso laríngeo de 3º grau (5 cães, 27.8% dentro do género). Grande parte da população apresentou estenose das narinas (61 cães, 92.4%) e eversão dos ventrículos laríngeos (48 cães, 72.7%). Verificou-se um número inesperado de animais com menos de 1 ano com eversão dos ventrículos laríngeos (12 animais, 80% dentro da idade). Além disso, toda a população apresentou palato mole longo. Os Bulldogs franceses apresentaram uma elevada prevalência de animais afectados por conchas aberrantes rostrais (11 cães, 64.7%. dentro da raça), hipertrofia das amígdalas (6 cães, 35.3%. dentro da raça), colapso laríngeo de 2º grau (5 cães, 29.4% dentro da raça) e colapso laríngeo de 3º grau (4 cães, 23.5%. dentro da raça). Conclusão As diferentes raças braquicéfalas apresentam variações morfológicas cranianas, levando a uma predisposição racial diferente para certas alterações anatómicas. Os Bulldogs franceses apresentaram-se gravemente afectados por alterações secundárias, pelo que a idade média a que esta raça se apresentou para tratamento foi considerada um factor de agravamento. Machos e Bulldogs ingleses apresentaram menos alterações anatómicas secundárias, o que pode dever-se à idade mais precoce de apresentação. No entanto, esta raça apresentou-se afectada em maior grau em comparação com a literatura. Os resultados relativos ao pug não foram considerados fiáveis devido ao reduzido tamanho de sua população.