Padrões espaciais na diversidade das comunidades macrobentónicas e piscícolas da bacia hidrográfica do rio Mouro (Noroeste de Portugal)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, André Marques
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://hdl.handle.net/10348/12831
Resumo: Dada as alterações climáticas existentes é cada vez mais urgente conhecer a distribuição espacial e temporal das espécies nos ecossistemas, pois só assim podem existir medidas de gestão adequadas a cada caso. Este trabalho fornece informações sobre as comunidades aquáticas e a integridade ecológica da bacia do rio Mouro − curso de água de montanha do extremo Norte de Portugal. Durante o verão de 2021, foram realizados trabalhos de monitorização das comunidades piscícolas e de macroinvertebrados bentónicos, assim como efetuada a avaliação hidromorfológica (River Habitat Survey) de um total de 13 estações de amostragem (de 500 m de comprimento), consideradas representativas da totalidade da bacia em estudo e medidos alguns parâmetros físico-químicos da água. Estas ações foram desenvolvidas no âmbito da elaboração do Plano de Gestão e Exploração (PGE) do Rio Mouro, em vigor desde os finais de março de 2021. Com as diferentes matrizes de dados (biológicos e ambientais) procurou-se identificar as variáveis ambientais que mais influenciam a distribuição espacial das comunidades estudadas recorrendo à análise multivariada (n-MDS, SIMPER e dbRDA). Procedeu-se também à avaliação da integridade ecológica para a área de estudo segundo o gradiente longitudinal nascente-foz. Foram identificadas 7 espécies de peixes, sendo que a espécie Salmo trutta mostrou ser a mais ocorrente e a mais distribuída. Nas comunidades de macroinvertebrados bentónicos foram identificadas 47 famílias, sendo a família Chironomidae a mais abundante. Também os índices ecológicos calculados para esta comunidade, indicam que as estações são entre si pouco heterogéneas, não apontando para a existência de um padrão longitudinal visível, ao invés do que sucede com as comunidades piscícolas. A avaliação da Qualidade Ecológica final seguiu o gradiente nascente-foz, adotando o princípio "one out, all out" da Diretiva Quadro da Água. Os resultados apresentados evidenciaram melhor qualidade nas estações de montante. Todavia, os resultados apontam para que, mesmo com as alterações identificadas pelo Índice de Modificação do Habitat, estas comunidades mantenham os seus níveis de qualidade biológica. Também o estudo das guildas ecológicas para as comunidades piscícolas permitiu observar diversidade entre o gradiente longitudinal. Em conclusão a ordenação n-MDS para as comunidades macrobentónicas não permitiu identificar qualquer padrão, ao contrário do que sucedeu para as comunidades piscícolas, o qual revelou a existência de três grupos distintos (estações de montante, intermédias e de jusante). A similaridade onde o salmão-do-Atlântico se encontrava presente, mostra existir um agrupamento dessas estações de amostragem (T8, T9, T10 T11 e T12). Contudo não foi possível obter alguma correlação das variáveis amostradas com a distribuição do salmão.
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Durante o verão de 2021, foram realizados trabalhos de monitorização das comunidades piscícolas e de macroinvertebrados bentónicos, assim como efetuada a avaliação hidromorfológica (River Habitat Survey) de um total de 13 estações de amostragem (de 500 m de comprimento), consideradas representativas da totalidade da bacia em estudo e medidos alguns parâmetros físico-químicos da água. Estas ações foram desenvolvidas no âmbito da elaboração do Plano de Gestão e Exploração (PGE) do Rio Mouro, em vigor desde os finais de março de 2021. Com as diferentes matrizes de dados (biológicos e ambientais) procurou-se identificar as variáveis ambientais que mais influenciam a distribuição espacial das comunidades estudadas recorrendo à análise multivariada (n-MDS, SIMPER e dbRDA). Procedeu-se também à avaliação da integridade ecológica para a área de estudo segundo o gradiente longitudinal nascente-foz. Foram identificadas 7 espécies de peixes, sendo que a espécie Salmo trutta mostrou ser a mais ocorrente e a mais distribuída. Nas comunidades de macroinvertebrados bentónicos foram identificadas 47 famílias, sendo a família Chironomidae a mais abundante. Também os índices ecológicos calculados para esta comunidade, indicam que as estações são entre si pouco heterogéneas, não apontando para a existência de um padrão longitudinal visível, ao invés do que sucede com as comunidades piscícolas. A avaliação da Qualidade Ecológica final seguiu o gradiente nascente-foz, adotando o princípio "one out, all out" da Diretiva Quadro da Água. Os resultados apresentados evidenciaram melhor qualidade nas estações de montante. Todavia, os resultados apontam para que, mesmo com as alterações identificadas pelo Índice de Modificação do Habitat, estas comunidades mantenham os seus níveis de qualidade biológica. Também o estudo das guildas ecológicas para as comunidades piscícolas permitiu observar diversidade entre o gradiente longitudinal. Em conclusão a ordenação n-MDS para as comunidades macrobentónicas não permitiu identificar qualquer padrão, ao contrário do que sucedeu para as comunidades piscícolas, o qual revelou a existência de três grupos distintos (estações de montante, intermédias e de jusante). A similaridade onde o salmão-do-Atlântico se encontrava presente, mostra existir um agrupamento dessas estações de amostragem (T8, T9, T10 T11 e T12). Contudo não foi possível obter alguma correlação das variáveis amostradas com a distribuição do salmão.Given existing climate change, it is increasingly urgent to know the spatial and temporal distribution of species in ecosystems, as only then can there be appropriate management measures in each case. This work provides information on aquatic communities and the ecological integrity of the Mouro river basin − a mountain watercourse in the extreme north of Portugal. During the summer of 2021, work was carried out to monitor fish communities and benthic macroinvertebrates, as well as a hydromorphological assessment (River Habitat Survey) of a total of 13 sampling stations (500 m long), considered representative of the total of the basin under study and some physical-chemical parameters of the water were measured. These actions were developed within the scope of the preparation of the Management and Exploration Plan (PGE) of the Mouro River, in force since the end of March 2021. With the different data matrices (biological and environmental) we sought to identify the environmental variables that most influence the spatial distribution of the communities studied using multivariate analysis (n-MDS, SIMPER and dbRDA). The ecological integrity of the study area was also assessed according to the sourcemouth longitudinal gradient. Seven species of fish were identified, with the Salmo trutta species being the most common and most distributed. In the benthic macroinvertebrate communities, 47 families were identified, with the Chironomidae family being the most abundant. The ecological indices calculated for this community also indicate that the seasons are somewhat heterogeneous, not pointing to the existence of a visible longitudinal pattern, unlike what happens with fish communities. The final Ecological Quality assessment followed the source-mouth gradient, adopting the "one out, all out" principle of the Water Framework Directive. The results presented showed better quality in upstream stations. However, the results indicate that, even with the changes identified by the Habitat Modification Index, these communities maintain their levels of biological quality. The study of ecological guilds for fish communities also allowed us to observe diversity across the longitudinal gradient. In conclusion, the n-MDS ordination for macrobenthic communities did not allow any pattern to be identified, unlike what happened for fish communities, which revealed the existence of three distinct groups (upstream, intermediate and downstream stations). The similarity where Atlantic salmon were present shows that there is a grouping of these sampling stations (T8, T9, T10, T11 and T12). However, it was not possible to obtain any correlation between the sampled variables and the distribution of salmon.2024-09-12T10:57:48Z2024-06-03T00:00:00Z2024-06-032024-07-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/10348/12831porGomes, André Marquesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-09-15T02:01:06Zoai:repositorio.utad.pt:10348/12831Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-09-15T02:01:06Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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