Persépolis: “laicidade” e feminilidade entre “Ocidente” e “Oriente”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Brito, Celso de
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.13/3578
Resumo: Nesse artigo, propomo-nos a realizar um exercício antropológico sobre a constituição da diferença entre “Ocidente” e “Oriente” a partir da privação da liberdade feminina em espaços públicos retratada no filme de animação Persépolis. A linguagem cinematográfica é entendida como sendo a mais eficiente na disseminação global de símbolos que promovem atualizações da oposição entre “Oriente” e “Ocidente”. A opção por esse filme deve-se ao fato de ser uma autobiografia escrita e dirigida por uma mulher criada no Irã durante regime islâmico iraniano (Marjore Satrapi) cuja trajetória legitima o filme como sendo a expressão de um ponto de vista “oriental”. Considerando o cerne do filme a oposição entre os seguintes pares de correspondência “Ocidente = laicidade vs Oriente = Estado islâmico”, perguntamos: é possível dizer que o filme Persépolis seja uma produção imagética acerca da divisão simbólica entre “Oriente” e “Ocidente” elaborada a partir de uma perspetiva “não-ocidental”? Concluímos que o filme Persépolis expressa uma crítica política ao espaço restrito da mulher no “Oriente” pautada por um ponto de vista do “Ocidente”, uma vez que há, subjacente a essa crítica, a noção de “laicidade” do regime francês.
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