'Não sou mesmo uma feminista?' A Política do Corpo em O Alegre Canto da Perdiz, de Paulina Chiziane

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Ana Luísa Valente Marques
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/7734
Resumo: Este artigo propõe uma leitura do romance de Paulina Chiziane, O Alegre Canto da Perdiz (2008), a partir da conflitualidade entre classe, gênero e raça, enquanto conceitos social e culturalmente construídos. Questionarei a possibilidade de este romance ser a nova expressão de uma écriture féminine (CIXOUS, 1975) em Moçambique, defendendo que: 1. existe uma abordagem intencional ao conceito de “falocentrismo” (DERRIDA, 1993) através de uma (re)escrita do corpo feminino; 2. Chiziane desenvolve o jogo entre uma concepção particular e uma concepção universal (WITTIG, 1983) do conceito “mulher”; 3. é atribuído um significado simbólico à condição de mãe (KRISTEVA, 1980), que se transforma numa fonte subliminar de opressão; 4. é possível perceber a presença de uma expressão lésbica de amor, já que o texto dá forma ao conflito entre a rendição a uma heterossexualidade imposta (“compulsory heterosexuality”. RICH, 1980) e a necessidade de resistir e lutar contra a opressão da mulher que daí resulta.
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