Duplicação [TA] na região promotora do gene UGT1A1 : revisão sistemática e meta-análise
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.14/10324 |
Resumo: | O Síndroma de Gilbert (SG) é uma entidade clínica comum caracterizada por uma forma benigna de hiperbilirrubinemia não conjugada, na ausência de disfunção hepática e de hemólise. O seu diagnóstico, inicialmente de carácter presuntivo, passou a dispor de caracterização molecular quando, em 1995, foram descritas as primeiras mutações no gene UridinoDifosfato-glucuronosil transferase-1 (UGT1A1). Em particular, uma duplicação de 2 nucleotídeos [TA] na região promotora do gene, que tem vindo a revelar-se como a principal causa de SG em todas as populações caucasianas estudadas. A homozigotia para a duplicação TA na região promotora do gene UGT1A1 tem vindo a ser associada com SG. Desde então, muitos estudos têm vindo a ser realizados no sentido de associar esta mutação com outras patologias, que também associam hiperbilirrubinémia, bem como com algumas terapêuticas utilizadas, como agentes quimioterápicos ou terapêutica com estrogénios. O objectivo deste trabalho foi compilar e sintetizar a literatura existente, para calcular a frequência mundial, bem como a frequência por país e por continente, da duplicação TA na região promotora do gene UGT1A1, associada a SG. Foram incluídos, neste trabalho, 100 estudos, realizados em vinte e nove países, de quatro continentes. Não se obtiveram estudos do continente africano. Obteve-se uma frequência mundial de 4,8% para o genótipo 7/7 e de 21,8% para o alelo 7. As frequências obtidas, por continente, foram 10,5% na Europa, 10,7% na América do Norte, 10,2% na América do Sul, 13,8% na América Central, 15% na Oceânia e 1% na Ásia. A análise estatística Q de Cochran e I2 permitiu-nos avaliar a homogeneidade dos estudos incluídos na análise, concluindo-se pela sua heterogeneidade [p<0,001, I2= 92,3% (genótipo 7/7)]; [p<0,001, I2= 96% (alelo 7)], a nível global. Em conclusão, este trabalho demonstrou que há heterogeneidade de valores, entre os diversos estudos incluídos. Com excepção da Ásia, todos os outros países apresentam uma prevalência elevada da duplicação TA no promotor do gene UGT1A1, o que justifica a sua pesquisa sistemática, tanto no diagnóstico, como na sua associação a outras patologias que também condicionam hiperbilirrubinémia, e em situações em que o défice da enzima UGT1A1 está associado com diminuição da metabolização hepática de alguns fármacos. |
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Duplicação [TA] na região promotora do gene UGT1A1 : revisão sistemática e meta-análiseDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Outras Ciências MédicasO Síndroma de Gilbert (SG) é uma entidade clínica comum caracterizada por uma forma benigna de hiperbilirrubinemia não conjugada, na ausência de disfunção hepática e de hemólise. O seu diagnóstico, inicialmente de carácter presuntivo, passou a dispor de caracterização molecular quando, em 1995, foram descritas as primeiras mutações no gene UridinoDifosfato-glucuronosil transferase-1 (UGT1A1). Em particular, uma duplicação de 2 nucleotídeos [TA] na região promotora do gene, que tem vindo a revelar-se como a principal causa de SG em todas as populações caucasianas estudadas. A homozigotia para a duplicação TA na região promotora do gene UGT1A1 tem vindo a ser associada com SG. Desde então, muitos estudos têm vindo a ser realizados no sentido de associar esta mutação com outras patologias, que também associam hiperbilirrubinémia, bem como com algumas terapêuticas utilizadas, como agentes quimioterápicos ou terapêutica com estrogénios. O objectivo deste trabalho foi compilar e sintetizar a literatura existente, para calcular a frequência mundial, bem como a frequência por país e por continente, da duplicação TA na região promotora do gene UGT1A1, associada a SG. Foram incluídos, neste trabalho, 100 estudos, realizados em vinte e nove países, de quatro continentes. Não se obtiveram estudos do continente africano. Obteve-se uma frequência mundial de 4,8% para o genótipo 7/7 e de 21,8% para o alelo 7. As frequências obtidas, por continente, foram 10,5% na Europa, 10,7% na América do Norte, 10,2% na América do Sul, 13,8% na América Central, 15% na Oceânia e 1% na Ásia. A análise estatística Q de Cochran e I2 permitiu-nos avaliar a homogeneidade dos estudos incluídos na análise, concluindo-se pela sua heterogeneidade [p<0,001, I2= 92,3% (genótipo 7/7)]; [p<0,001, I2= 96% (alelo 7)], a nível global. Em conclusão, este trabalho demonstrou que há heterogeneidade de valores, entre os diversos estudos incluídos. Com excepção da Ásia, todos os outros países apresentam uma prevalência elevada da duplicação TA no promotor do gene UGT1A1, o que justifica a sua pesquisa sistemática, tanto no diagnóstico, como na sua associação a outras patologias que também condicionam hiperbilirrubinémia, e em situações em que o défice da enzima UGT1A1 está associado com diminuição da metabolização hepática de alguns fármacos.The Gilbert Syndrome (GS) is a common clinical entity characterized by a benign form of unconjugated hyperbilirrubinemia in the absence of liver dysfunction and hemolysis. The diagnosis, initially presumptive in nature, began to use molecular characterization when, in 1995, were described the first mutations in UDP – glucuronosyltransferase-1 (UGT1A1). In particular, a duplication of two nucleotides [TA] in the promoter region of the gene, which has revealed itself as the leading cause of the GS in the Caucasian population studied. Affected individuals are homozygous for the variant of the promoter and they have seven despite of six repeats. Since then, many studies have been undertaken in order to relate this mutation with other pathologies, as well as some therapies used as chemotherapeutic agents or estrogen therapy. The aim of this study was to compile and synthesize the literature to calculate the global frequency, and frequency by country and continent, of TA duplication in the promoter region of the gene, associated with GS. One hundred studies were included in this study, conducted in twenty-nine countries of four continents. No studies were obtained from Africa. Is was obtained an overall frequency of 4,8% for genotype 7/7 and of 21,8% for allele 7. The frequencies obtained per continent were, 10,5% in Europe, 10,7% in North America, 10,2% in South America, 13,8% in Central America, 15% in Oceania and 1% in Asia. Statistical analysis of Cochran Q and I2 allowed us to evaluate the homogeneity of the studies included, concluding heterogeneity (p<0,001, I2= 92,3% (genótipo 7/7); (p<0,001, I2= 96% (alelo 7)), at global. In conclusion, thus study demonstrated that there is heterogeneity among the various studies included. With the exception of Asia, all countries have a high prevalence of this mutation, which justifies its systematic research, both in diagnosis, as in its association with other diseases that also causes hyperbilirrubineamia, and in situations where the deficit of UGT1A1 enzyme is associated with decreased hepatic metabolism of some drugs.Costa, ElísioPimenta, RuiVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaMonteiro, Susana Cristina Fidalgo2013-04-10T14:45:47Z2012-0220122012-02-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/10324porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-25T01:38:21Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/10324Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:09:01.758643Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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