Dietas hipoglucídicas e hiperproteicas: efeitos na sensibilidade à insulina em adultos pré-obesos [e] obesos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/865 |
Resumo: | Introdução – Actualmente muito se tem escrito no que respeita à segurança e à eficácia de algumas abordagens terapêuticas para o controlo da obesidade e suas comorbilidade associadas, sendo várias as opiniões contraditórias. Através desta Monografia pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica dos efeitos da utilização de uma Dieta Hipoglucídica (HG) e Hiperproteica, uma abordagem ainda pouco convencional mas que tem sido alvo de diversos estudos, na sensibilidade à insulina, factor de risco cardiovascular. Objectivos – Os principais objectivos desta dissertação foram: 1) sistematizar as alterações que ocorrem na sensibilidade à insulina em resposta à instituição de uma dieta HG; 2) avaliar se essas alterações concorrem para a melhoria da sensibilidade à insulina e para a diminuição do risco cardiovascular; 3) determinar se uma dieta com restrição glucídica é mais eficaz na melhoria da sensibilidade à insulina, do que as dietas hipolipídicas recomendadas pela maioria da Comunidade Científica. Pretendeu-se, por fim, fazer uma breve revisão sobre as dietas HG na Síndrome Metabólica. Métodos – Realizou-se uma pesquisa electrónica no Cochrane, Pubmed, Medline, Google Scholar e Medscape e em alguns sites de entidades nacionais e internacionais relacionadas com a obesidade e a diabetes, tendo-se seleccionado 188 artigos para a elaboração desta dissertação. Discussão/Conclusão – Após a análise dos estudos seleccionados, constatou-se que existem diferenças significativas entre a maioria no que concerne ao seu desenho: diferentes durações, grande variação do tamanho das amostras, diferentes condições metabólicas basais intra e inter-estudos, nomeadamente no que respeita à sensibilidade à insulina, utilização de diferentes metodologias para determinar a sensibilidade à insulina. Contudo, é possível inferir que na maioria dos estudos há redução da razão TAG/HDL (triacilgliceróis/high density lipoproteins), diminuição da glicemia (sobretudo em indivíduos diabéticos) e da insulinémia, redução da medicação hipoglicemiante, parâmetros associados à melhoria da sensibilidade à insulina. As dietas hipoglucídicas com baixo teor lipídico são descritas como sendo pelo menos tão eficazes como as dietas hipolipídicas na melhoria da sensibilidade à insulina. Observa-se que este efeito positivo é potenciado se a dieta, para além de hipoglucídica, for hipocalórica, hiperproteica e com baixo teor de lípidos (estes maioritariamente monoinsaturados). A curto prazo estas dietas são descritas como seguras e eficazes na redução dos parâmetros de risco cardiovascular. Deste modo é aceitável sugerir uma dieta hipoglucídica e hiperproteica a alguns indivíduos com insulino-resistência, desde que se faculte um acompanhamento especializado durante o regime dietético. Pelo exposto é crucial a realização de estudos mais controlados e de maior duração, que avaliem os benefícios induzidos a longo prazo por estas dietas na sensibilidade à insulina, devido à escassez de informação consistente sobre este assunto. |
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Dietas hipoglucídicas e hiperproteicas: efeitos na sensibilidade à insulina em adultos pré-obesos [e] obesosDieta hipoglucídica - ObesidadeDieta hiperproteíca - ObesidadeDieta Hipolipídica - ObesidadeInsulina - Adultos - ObesidadeInsulinémia - ObesidadeSíndrome de insulino-resistênciaIntrodução – Actualmente muito se tem escrito no que respeita à segurança e à eficácia de algumas abordagens terapêuticas para o controlo da obesidade e suas comorbilidade associadas, sendo várias as opiniões contraditórias. Através desta Monografia pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica dos efeitos da utilização de uma Dieta Hipoglucídica (HG) e Hiperproteica, uma abordagem ainda pouco convencional mas que tem sido alvo de diversos estudos, na sensibilidade à insulina, factor de risco cardiovascular. Objectivos – Os principais objectivos desta dissertação foram: 1) sistematizar as alterações que ocorrem na sensibilidade à insulina em resposta à instituição de uma dieta HG; 2) avaliar se essas alterações concorrem para a melhoria da sensibilidade à insulina e para a diminuição do risco cardiovascular; 3) determinar se uma dieta com restrição glucídica é mais eficaz na melhoria da sensibilidade à insulina, do que as dietas hipolipídicas recomendadas pela maioria da Comunidade Científica. Pretendeu-se, por fim, fazer uma breve revisão sobre as dietas HG na Síndrome Metabólica. Métodos – Realizou-se uma pesquisa electrónica no Cochrane, Pubmed, Medline, Google Scholar e Medscape e em alguns sites de entidades nacionais e internacionais relacionadas com a obesidade e a diabetes, tendo-se seleccionado 188 artigos para a elaboração desta dissertação. Discussão/Conclusão – Após a análise dos estudos seleccionados, constatou-se que existem diferenças significativas entre a maioria no que concerne ao seu desenho: diferentes durações, grande variação do tamanho das amostras, diferentes condições metabólicas basais intra e inter-estudos, nomeadamente no que respeita à sensibilidade à insulina, utilização de diferentes metodologias para determinar a sensibilidade à insulina. Contudo, é possível inferir que na maioria dos estudos há redução da razão TAG/HDL (triacilgliceróis/high density lipoproteins), diminuição da glicemia (sobretudo em indivíduos diabéticos) e da insulinémia, redução da medicação hipoglicemiante, parâmetros associados à melhoria da sensibilidade à insulina. As dietas hipoglucídicas com baixo teor lipídico são descritas como sendo pelo menos tão eficazes como as dietas hipolipídicas na melhoria da sensibilidade à insulina. Observa-se que este efeito positivo é potenciado se a dieta, para além de hipoglucídica, for hipocalórica, hiperproteica e com baixo teor de lípidos (estes maioritariamente monoinsaturados). A curto prazo estas dietas são descritas como seguras e eficazes na redução dos parâmetros de risco cardiovascular. Deste modo é aceitável sugerir uma dieta hipoglucídica e hiperproteica a alguns indivíduos com insulino-resistência, desde que se faculte um acompanhamento especializado durante o regime dietético. Pelo exposto é crucial a realização de estudos mais controlados e de maior duração, que avaliem os benefícios induzidos a longo prazo por estas dietas na sensibilidade à insulina, devido à escassez de informação consistente sobre este assunto.Introduction – Nowadays, there are many controversial views with regard to safety and efficacy of some therapeutic approaches for the control of obesity and its comorbidities. This Dissertation intended to review the effects of low-carb high-protein diet, one alternative therapeutic approach, on insulin sensitivity, a cardiovascular risk factor. Objectives – The main purposes of this dissertation were: 1) to review all the changes that can occur in insulin sensitivity as a result of a low-carbohydrate diet; 2) to assess whether these changes will improve insulin sensitivity and reduce cardiovascular risk; 3) to determine whether a low-carb diet is more effective in improving the insulin sensitivity, than those low-fat diets recommended by the biggest part of the Scientific Community. It was also intended to perform a brief review on the effects of low-carbohydrate diets on the metabolic syndrome. Methods – To do so, an electronic research was performed using Cochrane, Pubmed, Medline, Google Scholar and Medscape, and some websites of the main National and International entities related to obesity and diabetes, from which 188 articles were selected to elaborate this dissertation. Discussion/Conclusions – After careful evaluation of the selected material, it was found that there are significant differences between the majority, with regard to the studies` design: different duration, wide variation in sample size, different basal metabolic conditions within and between studies, particularly with respect to differences in insulin sensitivity between individuals, and the use of different methodologies to determine insulin sensitivity. However, it is possible to infer that in most studies there is a reduction on TAG/HDL (triacylglycerol/high density lipoproteins) ratio, on blood glucose (especially in diabetic individuals) and on plasma insulin, and it was also observed a reduction on anti-diabetic medication, facts associated with an improvement on insulin sensitivity. Low-carb diets are described as being at least as effective as lowfat diets, on improving sensitivity to insulin. It was also seen that this positive effect is enhanced when the diet, apart from having a low carbohydrate percentage, is calorie restricted, has a high protein and low fat contents (most of which monounsaturated). In the short outcome, these diets are described as being safe and effective at reducing cardiovascular risk factors. Thus, it is reasonable to suggest a low-carbohydrate high-protein diet to some individuals with insulin-resistance, provided this program is done under medical supervision. Due to lack of consistent information on this subject, more controlled studies that access the benefits on increased insulin sensitivity and the safety of these diets on the long term are needed.Universidade da Beira InteriorBarata, José Luís Ribeiro ThemudouBibliorumVilaça, Cecília Teresa Pinheiro2012-12-14T18:03:22Z2008-092008-09-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/865porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:15Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/865Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:42:51.014974Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução – Actualmente muito se tem escrito no que respeita à segurança e à eficácia de algumas abordagens terapêuticas para o controlo da obesidade e suas comorbilidade associadas, sendo várias as opiniões contraditórias. Através desta Monografia pretendeu-se realizar uma revisão bibliográfica dos efeitos da utilização de uma Dieta Hipoglucídica (HG) e Hiperproteica, uma abordagem ainda pouco convencional mas que tem sido alvo de diversos estudos, na sensibilidade à insulina, factor de risco cardiovascular. Objectivos – Os principais objectivos desta dissertação foram: 1) sistematizar as alterações que ocorrem na sensibilidade à insulina em resposta à instituição de uma dieta HG; 2) avaliar se essas alterações concorrem para a melhoria da sensibilidade à insulina e para a diminuição do risco cardiovascular; 3) determinar se uma dieta com restrição glucídica é mais eficaz na melhoria da sensibilidade à insulina, do que as dietas hipolipídicas recomendadas pela maioria da Comunidade Científica. Pretendeu-se, por fim, fazer uma breve revisão sobre as dietas HG na Síndrome Metabólica. Métodos – Realizou-se uma pesquisa electrónica no Cochrane, Pubmed, Medline, Google Scholar e Medscape e em alguns sites de entidades nacionais e internacionais relacionadas com a obesidade e a diabetes, tendo-se seleccionado 188 artigos para a elaboração desta dissertação. Discussão/Conclusão – Após a análise dos estudos seleccionados, constatou-se que existem diferenças significativas entre a maioria no que concerne ao seu desenho: diferentes durações, grande variação do tamanho das amostras, diferentes condições metabólicas basais intra e inter-estudos, nomeadamente no que respeita à sensibilidade à insulina, utilização de diferentes metodologias para determinar a sensibilidade à insulina. Contudo, é possível inferir que na maioria dos estudos há redução da razão TAG/HDL (triacilgliceróis/high density lipoproteins), diminuição da glicemia (sobretudo em indivíduos diabéticos) e da insulinémia, redução da medicação hipoglicemiante, parâmetros associados à melhoria da sensibilidade à insulina. As dietas hipoglucídicas com baixo teor lipídico são descritas como sendo pelo menos tão eficazes como as dietas hipolipídicas na melhoria da sensibilidade à insulina. Observa-se que este efeito positivo é potenciado se a dieta, para além de hipoglucídica, for hipocalórica, hiperproteica e com baixo teor de lípidos (estes maioritariamente monoinsaturados). A curto prazo estas dietas são descritas como seguras e eficazes na redução dos parâmetros de risco cardiovascular. Deste modo é aceitável sugerir uma dieta hipoglucídica e hiperproteica a alguns indivíduos com insulino-resistência, desde que se faculte um acompanhamento especializado durante o regime dietético. Pelo exposto é crucial a realização de estudos mais controlados e de maior duração, que avaliem os benefícios induzidos a longo prazo por estas dietas na sensibilidade à insulina, devido à escassez de informação consistente sobre este assunto. |
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