Gestão do tempo no planeamento de cuidados de enfermagem
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.19/4580 |
Resumo: | INTRODUÇÃO A gestão do tempo é uma área em que as organizações procuram intervir em termos do planeamento e execução de produtos e serviços, procurando adequar os procedimentos aos desempenhos individuais e coletivos dos profissionais nos aspetos formais das questões operacionais, de modo a influenciar os seus níveis de produtividade. No âmbito da enfermagem também têm sido feitos estudos direcionados para a organização do trabalho e métodos de trabalho, de modo a influenciar a organização em termos de produtividade. OBJETIVO O presente estudo incidiu na contabilização do tempo de cuidados de enfermagem prestados diretamente aos doentes nos serviços de Medicina e Cirurgia no turno da manhã e na quantificação do tempo disponível para a execução de outros cuidados. MÉTODOS Procedeu-se a um estudo observacional, quantitativo, transversal e descritivo-correlacional, efetuado num hospital da região centro da província da Beira Alta, através da observação de 159 enfermeiros, maioritariamente do sexo feminino (94.3%), com média de idade de 37 anos e tempo médio de serviço de 12 anos, durante a prestação de cuidados diretos aos doentes no turno da manhã, num rácio enfermeiro doente de 1/5 para a Medicina e de 1/6 para a Cirurgia. RESULTADOS Como resultados das 159 observações efetuadas a enfermeiros durante a prestação de cuidados aos doentes com idade igual ou superior a 66 anos (73.6%), totalmente dependentes (50.9%) e necessitados em média de 5,5 horas de cuidados/dia (SCD/E), obtivemos um tempo médio global de 31’ para a execução de cuidados diretos por doente, verificando-se sectorialmente, 37’ no serviço de Medicina e de 26’ na Cirurgia. Face ao rácio enfermeiro/doente, o tempo disponível para outras intervenções de enfermagem que não requerem a presença do doente, foi de 44’ por doente, após retirado o tempo para passagem de turno, intervalo da manhã e refeição.As intervenções relacionadas com a preparação e administração de terapêutica, cuidados de higiene e execução de pensos para o tratamento de feridas e regeneração tecidular, consumiram os maiores tempos médios no turno, respetivamente de 7.83’, 6.37’ e 3.44’”. O tempo de serviço dos enfermeiros foi preditor do tempo de cuidados no turno (r=-0,439; p=0,034). CONCLUSÕES Verificamos um rácio enfermeiro doente por serviço de acordo com as normas face às necessidades de horas de cuidados, mas que os tempos utilizados na prestação dos cuidados ficam aquém do preconizado pela Ordem dos Enfermeiros e legislação em vigor, nomeadamente no que se refere ao tratamento de feridas (30’) e administração de medicação (15’). Por outro lado, verificou-se que quanto maior o tempo de serviço dos profissionais, menor é o tempo de cuidados diretos prestados no turno. Constatamos assim a alocação de mais tempo por parte dos profissionais para outros cuidados que não carecem da presença do doente, nomeadamente registos, o que nos leva a pressupor da necessidade de mais tempo para a execução dos mesmos, apesar da introdução das novas tecnologias e dos programas informáticos de suporte, afastando-os dos doentes. |
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