Editorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Aranda da Silva, José
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25756/rpf.v5i4.37
Resumo: Após um verão marcado pelos incêndios em todo o país, o mês de setembro foi de intensa atividade política relacionada com o período eleitoral.Foi também um mês marcado por diversas iniciativas na área da saúde. O INFARMED organizou uma conferência sobre medicamentos genéricos em que foram anunciados os objetivos do Governo emrelação a estes medicamentos, assim como propostas que visam envolver mais as farmácias no desenvolvimentodeste mercado específico.A Confederação da Indústria Portuguesa organizou um simpósio sobre «Saúde, Sociedade e Desenvolvimento Económico». Nas conclusões deste evento, salientamos que «A crise financeira internacionale a evolução tecnológica mudaram o panorama da indústria farmacêutica, que não retornará ao enquadramento característico do início deste século. As empresas que terão sucesso serão as que reconhecerem esta mudança e se adaptarem ao novo paradigma. Também ao nível da política de saúde se deverá processar a adaptação a esta nova realidade, nomeadamente em termos da reavaliação das prioridades de crescimento dos cuidados de saúde, das vias de regresso a uma adequada rentabilidade das farmácias, de uma perspetiva mais flexível da inovação visando a exploração de mercados especializados».A recentemente criada Fundação SNS (www.fsns.pt) realizou um congresso intitulado «SNS Património de todos», com intervenção de profissionais, personalidades de diversos quadrantes políticos eprofissionais, que recolheu também uma grande participação de jovens. As preocupações da fundação com a crise e impacto na saúde foram tema do congresso. «A ausência de crescimento económico, o aumento da dívida pública, e as exigências do novo tratado europeu, põem em causa o futuro do SNS se nada se fizer por ele. As instituições Europeias têm tratado a crise europeia como sendo um conjunto de crises nacionais dos “países da periferia” e não como uma crise financeira mundial e crise sistémica da zona do Euro. Daqui as exigências de ajustamentos nacionais severos não terem correspondência, em escala e em tempo, com as reformas necessárias a nível Europeu. Era e é indispensável antecipar o impacto dos programas de ajustamento na saúde e nos serviços de saúde dos países intervencionados – para minimizar esses efeitos e eventualmente rever os programas de ajustamento. A falta de interesse das instituições europeias em aplicar essas medidas cautelares, contrariando o espírito e a letra dos tratados europeus, desde Maastricht, é sintomática e preocupante». No entanto, o futuro foi uma dominante do congresso, tendo sido afirmado que se pretende «desenvolver um discurso adequado a um SNS para o Século XXI, que contribua para um país empreendedor e próspero, atento ao bem-estar de todos. O SNS é uma instituição portuguesa capaz de também de se afirmar como uma referência europeia e global. Temos de reinventar o SNS para que no quadro dos seus princípios fundacionais responda aos desafios do presente».No quadro da nova avaliação da «Troika», surge pela primeira vez em vários níveis de decisão a ideia que já não é possível cortar mais na saúde. Efetivamente, diversas organizações internacionais confirmam que estamos, em termos de financiamento e despesas com saúde, com valores de há dez anos. A ratificação por parte da APIFARMA e do Governo de uma adenda ao acordo estabelecido em 2011 pode traduzir-se em estabilidade no setor em termos de medidas de contenção das despesas e de regresso ao acesso à inovação terapêutica. Na área da saúde há, de facto, a perceção que se «bateu no fundo». Mais medidas de austeridade na área da saúde podem ter consequências em termos de resultados em saúde que levarão dezenas de anos a recuperar.A presente edição da Revista Portuguesa de Farmacoterapia conta com os artigos originais «Implementação de Cuidados Farmacêuticos em Portugal, Seis Anos Depois» e «Avaliação Económica deFidaxomicina no Tratamento de Infeções por Clostridium difficile Graves ou Recorrentes», bem como o artigo de revisão «Mitos e Factos dos Anticorpos Monoclonais Biossimilares». Disponibilizamosainda as habituais secções de documentos publicados, normas orientadoras aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre, que julgamos serem de relevante interesse para os leitores da Revista Portuguesa de Farmacoterapia.
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Também ao nível da política de saúde se deverá processar a adaptação a esta nova realidade, nomeadamente em termos da reavaliação das prioridades de crescimento dos cuidados de saúde, das vias de regresso a uma adequada rentabilidade das farmácias, de uma perspetiva mais flexível da inovação visando a exploração de mercados especializados».A recentemente criada Fundação SNS (www.fsns.pt) realizou um congresso intitulado «SNS Património de todos», com intervenção de profissionais, personalidades de diversos quadrantes políticos eprofissionais, que recolheu também uma grande participação de jovens. As preocupações da fundação com a crise e impacto na saúde foram tema do congresso. «A ausência de crescimento económico, o aumento da dívida pública, e as exigências do novo tratado europeu, põem em causa o futuro do SNS se nada se fizer por ele. As instituições Europeias têm tratado a crise europeia como sendo um conjunto de crises nacionais dos “países da periferia” e não como uma crise financeira mundial e crise sistémica da zona do Euro. Daqui as exigências de ajustamentos nacionais severos não terem correspondência, em escala e em tempo, com as reformas necessárias a nível Europeu. Era e é indispensável antecipar o impacto dos programas de ajustamento na saúde e nos serviços de saúde dos países intervencionados – para minimizar esses efeitos e eventualmente rever os programas de ajustamento. A falta de interesse das instituições europeias em aplicar essas medidas cautelares, contrariando o espírito e a letra dos tratados europeus, desde Maastricht, é sintomática e preocupante». No entanto, o futuro foi uma dominante do congresso, tendo sido afirmado que se pretende «desenvolver um discurso adequado a um SNS para o Século XXI, que contribua para um país empreendedor e próspero, atento ao bem-estar de todos. O SNS é uma instituição portuguesa capaz de também de se afirmar como uma referência europeia e global. Temos de reinventar o SNS para que no quadro dos seus princípios fundacionais responda aos desafios do presente».No quadro da nova avaliação da «Troika», surge pela primeira vez em vários níveis de decisão a ideia que já não é possível cortar mais na saúde. Efetivamente, diversas organizações internacionais confirmam que estamos, em termos de financiamento e despesas com saúde, com valores de há dez anos. A ratificação por parte da APIFARMA e do Governo de uma adenda ao acordo estabelecido em 2011 pode traduzir-se em estabilidade no setor em termos de medidas de contenção das despesas e de regresso ao acesso à inovação terapêutica. Na área da saúde há, de facto, a perceção que se «bateu no fundo». Mais medidas de austeridade na área da saúde podem ter consequências em termos de resultados em saúde que levarão dezenas de anos a recuperar.A presente edição da Revista Portuguesa de Farmacoterapia conta com os artigos originais «Implementação de Cuidados Farmacêuticos em Portugal, Seis Anos Depois» e «Avaliação Económica deFidaxomicina no Tratamento de Infeções por Clostridium difficile Graves ou Recorrentes», bem como o artigo de revisão «Mitos e Factos dos Anticorpos Monoclonais Biossimilares». Disponibilizamosainda as habituais secções de documentos publicados, normas orientadoras aprovadas e em consulta, leituras recomendadas, legislação relevante, prémios e agenda para o próximo trimestre, que julgamos serem de relevante interesse para os leitores da Revista Portuguesa de Farmacoterapia.Formifarma2015-11-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://doi.org/10.25756/rpf.v5i4.37https://doi.org/10.25756/rpf.v5i4.37Revista Portuguesa de Farmacoterapia / Portuguese Journal of Pharmacotherapy; Vol 5 No 4 (2013): Outubro; 3Revista Portuguesa de Farmacoterapia; v. 5 n. 4 (2013): Outubro; 32183-73411647-354Xreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/37http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/view/37/29Direitos de Autor (c) 2017 Revista Portuguesa de Farmacoterapiahttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessAranda da Silva, José2023-09-01T04:33:02Zoai:ojs.farmacoterapia.pt:article/37Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:11:30.922168Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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