Retábulos no Brasil colonial
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2020 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Livro |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.1/14793 |
Resumo: | Já tivemos oportunidade de salientar que os retábulos devem ser tratados como um capítulo autónomo da história da arte e não como uma variante da talha, isto é, das artes decorativas. Se atualmente, os retábulos, por vezes parcialmente adulterados por intervenções menos adequadas, são somente um testemunho patrimonial do passado, durante séculos foram utilizados como equipamentos religiosos de grande relevância, necessários para dignificar o culto, conforme se verifica na petição feita ao rei D. João V, em 1725, pelo provedor e mais irmãos da irmandade do Santíssimo Sacramento da vila de Santo António de Sá (…) a capela-mor se acha sem retábulo e por esta causa com grande indecência por se achar o sacrário desacompanhado sobre o altar e a tribuna sem mais ornato que uns papéis pintados que pelas festas se pregam em umas tábuas que a guarnecem e por esta razão querem os suplicantes fazer um retábulo e tribuna de talha em que com mais decência se venere o Santíssimo Sacramento1. Neles ocorriam os principais eventos litúrgicos promovidos em todas as comunidades, quer urbanas, quer rurais. À semelhança dos templos, eram entendidos como um local sagrado, o que é atestado num edital, de 25 de janeiro de 1785, do bispo do Pará, D. frei Caetano Brandão, que afirma: nós podemos dizer com segurança que a Divindade habita corporalmente sobre os nossos altares2. Os retábulos transmitiam uma mensagem religiosa, que se expressa não só nas artes figurativas (pintura e escultura), mas que também recorre à arquitetura, às artes decorativas e, por vezes, à heráldica. Os retábulos afirmavam-se ainda como um símbolo do poder da entidade ou do cliente responsável pela sua administração. |
id |
RCAP_94cc25e108adb71463b97b727ed8d71c |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:sapientia.ualg.pt:10400.1/14793 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Retábulos no Brasil colonialJá tivemos oportunidade de salientar que os retábulos devem ser tratados como um capítulo autónomo da história da arte e não como uma variante da talha, isto é, das artes decorativas. Se atualmente, os retábulos, por vezes parcialmente adulterados por intervenções menos adequadas, são somente um testemunho patrimonial do passado, durante séculos foram utilizados como equipamentos religiosos de grande relevância, necessários para dignificar o culto, conforme se verifica na petição feita ao rei D. João V, em 1725, pelo provedor e mais irmãos da irmandade do Santíssimo Sacramento da vila de Santo António de Sá (…) a capela-mor se acha sem retábulo e por esta causa com grande indecência por se achar o sacrário desacompanhado sobre o altar e a tribuna sem mais ornato que uns papéis pintados que pelas festas se pregam em umas tábuas que a guarnecem e por esta razão querem os suplicantes fazer um retábulo e tribuna de talha em que com mais decência se venere o Santíssimo Sacramento1. Neles ocorriam os principais eventos litúrgicos promovidos em todas as comunidades, quer urbanas, quer rurais. À semelhança dos templos, eram entendidos como um local sagrado, o que é atestado num edital, de 25 de janeiro de 1785, do bispo do Pará, D. frei Caetano Brandão, que afirma: nós podemos dizer com segurança que a Divindade habita corporalmente sobre os nossos altares2. Os retábulos transmitiam uma mensagem religiosa, que se expressa não só nas artes figurativas (pintura e escultura), mas que também recorre à arquitetura, às artes decorativas e, por vezes, à heráldica. Os retábulos afirmavam-se ainda como um símbolo do poder da entidade ou do cliente responsável pela sua administração.Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve - CIAC-Centro de Investigação em Artes e ComunicaçãoSapientiaLameira, FranciscoCosta, Mozart Bonazzi daJoão, Martina Del Rio2020-10-21T16:07:36Z20202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/bookapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.1/14793por978-989-9023-28-4info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-29T10:34:07Zoai:sapientia.ualg.pt:10400.1/14793Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-29T10:34:07Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Retábulos no Brasil colonial |
title |
Retábulos no Brasil colonial |
spellingShingle |
Retábulos no Brasil colonial Lameira, Francisco |
title_short |
Retábulos no Brasil colonial |
title_full |
Retábulos no Brasil colonial |
title_fullStr |
Retábulos no Brasil colonial |
title_full_unstemmed |
Retábulos no Brasil colonial |
title_sort |
Retábulos no Brasil colonial |
author |
Lameira, Francisco |
author_facet |
Lameira, Francisco Costa, Mozart Bonazzi da João, Martina Del Rio |
author_role |
author |
author2 |
Costa, Mozart Bonazzi da João, Martina Del Rio |
author2_role |
author author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Sapientia |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Lameira, Francisco Costa, Mozart Bonazzi da João, Martina Del Rio |
description |
Já tivemos oportunidade de salientar que os retábulos devem ser tratados como um capítulo autónomo da história da arte e não como uma variante da talha, isto é, das artes decorativas. Se atualmente, os retábulos, por vezes parcialmente adulterados por intervenções menos adequadas, são somente um testemunho patrimonial do passado, durante séculos foram utilizados como equipamentos religiosos de grande relevância, necessários para dignificar o culto, conforme se verifica na petição feita ao rei D. João V, em 1725, pelo provedor e mais irmãos da irmandade do Santíssimo Sacramento da vila de Santo António de Sá (…) a capela-mor se acha sem retábulo e por esta causa com grande indecência por se achar o sacrário desacompanhado sobre o altar e a tribuna sem mais ornato que uns papéis pintados que pelas festas se pregam em umas tábuas que a guarnecem e por esta razão querem os suplicantes fazer um retábulo e tribuna de talha em que com mais decência se venere o Santíssimo Sacramento1. Neles ocorriam os principais eventos litúrgicos promovidos em todas as comunidades, quer urbanas, quer rurais. À semelhança dos templos, eram entendidos como um local sagrado, o que é atestado num edital, de 25 de janeiro de 1785, do bispo do Pará, D. frei Caetano Brandão, que afirma: nós podemos dizer com segurança que a Divindade habita corporalmente sobre os nossos altares2. Os retábulos transmitiam uma mensagem religiosa, que se expressa não só nas artes figurativas (pintura e escultura), mas que também recorre à arquitetura, às artes decorativas e, por vezes, à heráldica. Os retábulos afirmavam-se ainda como um símbolo do poder da entidade ou do cliente responsável pela sua administração. |
publishDate |
2020 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2020-10-21T16:07:36Z 2020 2020-01-01T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/book |
format |
book |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10400.1/14793 |
url |
http://hdl.handle.net/10400.1/14793 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
978-989-9023-28-4 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve - CIAC-Centro de Investigação em Artes e Comunicação |
publisher.none.fl_str_mv |
Departamento de Artes e Humanidades da Universidade do Algarve - CIAC-Centro de Investigação em Artes e Comunicação |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
mluisa.alvim@gmail.com |
_version_ |
1817549741697794048 |