Promoção da saúde mental das puèrperas da USF Leme, em contexto de visita domiciliária: intervenção do enfermeiro de família

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Ana Cristina Oliveira
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/25705
Resumo: O presente relatório reflete as atividades desenvolvidas no decurso do estágio profissional realizado na USF Leme sita em Ílhavo no período de 18 de setembro de 2017 a 09 de fevereiro de 2018, com o objetivo de adquirir competências no âmbito Enfermagem de Saúde Familiar. Este documento contempla uma primeira parte onde se procurou descrever e analisar criticamente as competências desenvolvidas, dificuldades e situações marcantes do estágio, e uma segunda parte, onde o local de estágio serviu de contexto para a realização dum estudo empírico que visava: a “Promoção da saúde mental das puérperas da USF Leme, em contexto de visita domiciliária: a intervenção do enfermeiro de família”. O nascimento de um filho figura como um evento marcante na vida da mulher que modifica de forma permanente o seu estatuto, responsabilidades e competências, tratando-se por isso de um período de grande vulnerabilidade e facilitador de instabilidade mental. A intervenção precoce na área da saúde mental, nomeadamente na visita domiciliária ao recém-nascido e à puérpera, permite avaliar e diagnosticar necessidades que impliquem planear intervenções para dar suporte às funções parentais e facilitar as relações mãe-bebé. É fundamental implementar condições para a proteção e o desenvolvimento das crianças enquanto indivíduos vulneráveis. Foi atendendo a estas premissas que se desenhou esta investigação que tem como principal objetivo caraterizar as puérperas da USF Leme face à sua saúde mental, identificando o risco de depressão pós-parto, e determinando os fatores protetores ou de agravamento em saúde mental até ao 15º dia pós-parto de modo a delinear o papel do Enfermeiro de Família em contexto de visita domiciliária. Para a realização deste estudo exploratório descritivo com componente analítica, numa perspetiva quantitativa, foi aplicado como instrumento de recolha de dados um questionário constituído por quatro partes: 1. caracterização sociodemográfica, do contexto familiar e clínica; 2. escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS); 3. escala de autoperceção materna das competências cuidativas neonatais; 4. escala de vinculação materna pós-natal. A amostra é constituída por 29 puérperas inscritas na Unidade de Saúde Familiar Leme que aceitaram a visita domiciliária. As participantes do estudo apresentaram uma idade média de 32 anos e a maioria era casada, com habilitação académica superior e pertencente a uma classe social média-alta. O contexto familiar é composto maioritariamente por famílias nucleares com alta funcionalidade. As participantes são apoiadas nos cuidados necessários prestar ao RN, nomeadamente pelo companheiro. Em termos clínicos salientou-se, a maior expressão das mulheres primíparas, a vivencia de gravidezes aceites e vigiadas; a maioria não apresentou antecedentes psiquiátricos. As participantes, não possuíam risco de DPP, atendendo ao resultado da EPDS; percecionaram-se como muito competentes na prestação de cuidados ao RN; e evidenciaram elevada qualidade na vinculação que estabeleceram com o RN. A analise inferencial dos dados obtidos permitiu conclusões noutras dimensões, nomeadamente no que se refere à probabilidade de relação entre variáveis de caraterização e dimensões das escalas EAPMCCN, e EVMPN. Com este estudo foi possível identificar os fatores de risco (reduzido poder económico associado à classe social e antecedentes pessoais psiquiátricos) e fatores protetores (presença de suporte sociofamiliar e apoio autopercebido pela puérpera, classe social média a elevada, ausência de antecedentes psiquiátricos, resultados da EPDS < 12, autoperceção materna elevada das capacidades de prestação de cuidados ao RN, elevada qualidade de vinculação, e elevada perceção de família altamente funcional) da saúde mental das puérperas participantes.
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O nascimento de um filho figura como um evento marcante na vida da mulher que modifica de forma permanente o seu estatuto, responsabilidades e competências, tratando-se por isso de um período de grande vulnerabilidade e facilitador de instabilidade mental. A intervenção precoce na área da saúde mental, nomeadamente na visita domiciliária ao recém-nascido e à puérpera, permite avaliar e diagnosticar necessidades que impliquem planear intervenções para dar suporte às funções parentais e facilitar as relações mãe-bebé. É fundamental implementar condições para a proteção e o desenvolvimento das crianças enquanto indivíduos vulneráveis. Foi atendendo a estas premissas que se desenhou esta investigação que tem como principal objetivo caraterizar as puérperas da USF Leme face à sua saúde mental, identificando o risco de depressão pós-parto, e determinando os fatores protetores ou de agravamento em saúde mental até ao 15º dia pós-parto de modo a delinear o papel do Enfermeiro de Família em contexto de visita domiciliária. Para a realização deste estudo exploratório descritivo com componente analítica, numa perspetiva quantitativa, foi aplicado como instrumento de recolha de dados um questionário constituído por quatro partes: 1. caracterização sociodemográfica, do contexto familiar e clínica; 2. escala de depressão pós-parto de Edimburgo (EPDS); 3. escala de autoperceção materna das competências cuidativas neonatais; 4. escala de vinculação materna pós-natal. A amostra é constituída por 29 puérperas inscritas na Unidade de Saúde Familiar Leme que aceitaram a visita domiciliária. As participantes do estudo apresentaram uma idade média de 32 anos e a maioria era casada, com habilitação académica superior e pertencente a uma classe social média-alta. O contexto familiar é composto maioritariamente por famílias nucleares com alta funcionalidade. As participantes são apoiadas nos cuidados necessários prestar ao RN, nomeadamente pelo companheiro. Em termos clínicos salientou-se, a maior expressão das mulheres primíparas, a vivencia de gravidezes aceites e vigiadas; a maioria não apresentou antecedentes psiquiátricos. As participantes, não possuíam risco de DPP, atendendo ao resultado da EPDS; percecionaram-se como muito competentes na prestação de cuidados ao RN; e evidenciaram elevada qualidade na vinculação que estabeleceram com o RN. A analise inferencial dos dados obtidos permitiu conclusões noutras dimensões, nomeadamente no que se refere à probabilidade de relação entre variáveis de caraterização e dimensões das escalas EAPMCCN, e EVMPN. Com este estudo foi possível identificar os fatores de risco (reduzido poder económico associado à classe social e antecedentes pessoais psiquiátricos) e fatores protetores (presença de suporte sociofamiliar e apoio autopercebido pela puérpera, classe social média a elevada, ausência de antecedentes psiquiátricos, resultados da EPDS < 12, autoperceção materna elevada das capacidades de prestação de cuidados ao RN, elevada qualidade de vinculação, e elevada perceção de família altamente funcional) da saúde mental das puérperas participantes.This report reflects the activities developed during the professional internship held at USF Leme in Ílhavo from September 18th, 2017 to February 9th, 2018, with the objective of acquiring competencies in the field of Family Health Nursing. This document contemplates a first part where it was described and critically analysed the development of skills, the difficulties and relevant situations of the internship, and a second part, an empirical study that aimed: “Mental health promotion of the USF Leme’s postpartum women in the context of home care: Family Nurse intervention”. The birth of a child is an important event in a woman's life, which permanently changes her status, responsibilities and skills, and is therefore a time of great vulnerability and a facilitator of mental instability. Early intervention in mental health, especially in the home care to the newborn and the postpartum woman, allows the assessment of needs that involve interventions to support parental functions and facilitate the mother-baby relationship. It is essential to implement conditions for the protection and development of the newborn. It was based on these principles that this research was designed. The main objective was to characterize USF Leme's postpartum women in relation to their mental health, identifying the risk of postpartum depression, and determining the protective or aggravating factors in mental health up to the 15th day postpartum in order to delineate the role of the Family Nurse in the context of a home visit. For the accomplishment of this descriptive exploratory study with ananalytical component, a questionnaire consisting of four parts was built: 1. Sociodemographic characteristics, family and clinical context; 2. Edinburgh Postpartum Depression Scale (EPDS); 3. Maternal selfperception of competence in caring for the newborn scale; 4. Postnatal maternal attachment scale. The sample consisted of 29 puerperal women of the USF Leme who accepted the home visit. The study participants had a mean age of 32 years old and the majority were married, with a higher academic qualification and belonging to a middle-upper social class. The family context is composed mostly of nuclear families with high functionality. Participants are supported in the necessary care provided to the newborn, especially by the partner. In clinical terms, the highest expression of primiparous women was the experience of accepted and supervised pregnancies; the majority did not present psychiatric history. The participants had no risk of PPD, given the EPDS result; perceived as very competence in providing care to the newborn; and showedhigh quality in the relationship they established with the RN. The inferential analysis of the obtained data allowed conclusions in other dimensions, namely with regard to the probability of relationship between variables of characterization and dimensions of the EAPMCCN and EVMPN scales. With this study, it was possible to identify risk factors (low income associated with social class and personal history of psychiatric disease) and protective factors (presence of social and family support and selfperceived support by the puerperal woman, medium to high social class, absence of psychiatric history, EPDS <12, high maternal selfperception of care for the newborn, high quality of attachment, and perception of highly functional family) of the mental health of the puerperal participants.2019-04-08T12:44:54Z2018-12-18T00:00:00Z2018-12-18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/25705TID:202232395porMartins, Ana Cristina Oliveirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:49:49Zoai:ria.ua.pt:10773/25705Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:58:52.179350Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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